Imagem da matéria: Conheça Sui Network, o novo projeto Web3 de ex-desenvolvedores da Meta
SUI foi criada por ex-executivo do Facebook (Foto: Sui Foundation)

Nos últimos dias, muito tem se falado do token SUI, nativo da Sui Network que começou a rodar oficialmente na quarta-feira (3). Desenvolvido pela equipe de ex-engenheiros da Meta (Facebook) e com apoio de grandes exchanges, o novo projeto de infraestrutura para Web3 ganhou manchetes e volume de negociação nessa semana.

No momento de redação, SUI é negociado por US$ 1,35, ou R$6,75. Com US$ 715 milhões em capitalização de mercado, ranqueado na posição #66 do CoinMarketCap.

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O que é a Sui Network e como a SUI funciona

Sui Network (SUI) é uma rede de primeira camada em blockchain para a criação de uma infraestrutura escalável que deve servir como base para o desenvolvimento de protocolos e projetos em Web3, através de Contratos Inteligentes e Aplicativos Descentralizados (DApps).

Pode ser interpretada como um concorrente direto de Ethereum (ETH), BNB Chain (BNB), Cardano (ADA) e outras redes que buscam suprir essa mesma demanda de infraestrutura descentralizada para terceiros.

O token SUI possui a função de governança para validação e tomada de decisões na rede através de poder de voto equivalente à quantidade em staking; e pagamento de taxas de gás para usar a rede. Como o Ether (ETH) para o Ethereum.

Em sua documentação, a equipe cita alguns diferenciais competitivos de seu protocolo, como a utilização de linguagem própria de programação — sendo uma variação da Move, desenvolvida pela mesma equipe para os contratos inteligentes do Libra/Diem (projeto descontinuado do Facebook para a criação de uma stablecoin).

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O modelo de consenso também é diferente da maioria de outros projetos concorrentes, utilizando uma versão de DAG que garante a validação de transações na rede de forma assíncrona, sem a eleição de líderes ou o agrupamento de transações em blocos. Este modelo é semelhante ao utilizado pela IOTA (MIOTA) e Nano (XNO), tendo ganhado popularidade entre 2017 e 2019, mas pouco presente nos projetos atuais.

“(…)[Este] sistema elimina um gargalo crítico nas blockchains existentes: a necessidade de alcançar um consenso global em uma lista ordenada total de transações. Esse cálculo é um desperdício. A Sui dá um salto significativo em escalabilidade, permitindo acordos paralelos em transações independentes.”

Documentação do protocolo Sui

Enquanto Ethereum, Cardano e Solana (SOL) se baseiam em uma validação linear, com eleição de líderes; redes como Fantom (FTM), Near (NEAR) e Elrond (EGLD) apostam em soluções assíncronas, como na Sui.

Em seu blog, a equipe afirma que a rede pode processar entre 10.871 e 297.000 Transações por Segundo (TPS) com 100 validadores. No entanto, os testes foram realizados em ambiente controlado utilizando uma rede de testes com validadores selecionados — o que poderia gerar resultados diferentes dos esperados em uma rede funcional e aberta.

Apesar de comportar um máximo de 100 validadores ativos (dois dos quais sempre serão de servidores da equipe de desenvolvimento), na página de “estado da rede” estão listados apenas os dois nós da Mysten Labs na rede principal.

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Tokenomics do SUI: distribuição inicial, staking e inflação

Quando um novo projeto é lançado, a equipe precisa decidir como será feita a distribuição inicial e futura dos tokens (ou moedas). O Bitcoin, por exemplo, foi e continua sendo distribuído através da mineração, com cortes de distribuição programados a cada quatro anos (halving).

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Mysten Labs, a equipe de desenvolvedores por trás da Sui Network, optou pelo uso de um supply com limite de 10 bilhões de unidades totais, que será liberado e colocado em circulação no decorrer do tempo, mediante:

  • Oferta Inicial em Exchange (IEO);
  • Destravamento de ativos em vesting;
  • Subsídio pago aos validadores com staking.

A primeira distribuição pública (ao varejo) do token se deu através do método chamado Oferta Inicial em Exchange (IEO, na sigla em inglês), que é a variação centralizada de uma Oferta Inicial de Moeda (ICO, em inglês) que também pode ser feita via uma Oferta Inicial Descentralizada (IDO).

Um IEO significa que o mercado teve acesso aos tokens graças a uma parceria da equipe com grandes exchanges que desenvolveram seus próprios métodos de distribuição.

No caso do SUI, o IEO ocorreu no sistema de lançamento de quatro exchanges: KuCoin Spotlight, OKX Jumpstart, Bybit e Bitforex Turbo Starter.

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Para a distribuição ao varejo foram reservados 594,5 milhões SUI (5,95%) do total de unidades.

Tokenomics do token SUI, com distribuição inicial e supply total.
Reprodução: CryptoRank.io em 04 de maio de 2023 (14:20h)

As listagens seguintes ocorreram na UpBit, através da comercialização de vouchers (IOU) em uma versão sintética do token SUI, que podem ser resgatados pelo criptoativo. E na Binance, que optou por um sistema de staking e recompensa com BNB e TUSD.

Algumas horas após sua oferta inicial na UpBit, o token SUI valorizou 50%, mas perdeu mais de 70% do valor adquirido ao ser listado na Binance, com o lançamento oficial da Sui Network.

No Brasil, o Mercado Bitcoin foi a primeira corretora a disponibilizar SUI para negociação apenas um dia após o lançamento.

Mas antes disso, unidades de SUI foram distribuídas de forma privada para investidores e colaboradores do projeto. O site CryptoRank mostra duas rodadas privadas de investimento: Série A e Série B.

  • Série A: Foi liderada pela A16z em dezembro de 2021 e levantou US$ 36 mil.
  • Série B: Foi liderada pela FTX Ventures em setembro de 2022 e levantou US$ 300 mil.
Rodadas privadas do SUI. Um total de 336 milhões de dólares em investimentos de séria a e b, com a16z, ftx, binance, coinbase e circle.
Reprodução: CryptoRank.io em 04 de maio de 2023 (14:20h)

Entre os investidores privados vemos, além dos líderes: Binance, Circle, Coinbase e Samsung — como os mais conhecidos.

Consoante ao whitepaper de tokenomics do projeto, os investidores possuem 14% de todos os tokens (1,4 bilhão SUI) que serão liberados com o tempo através de um sistema de vesting, junto dos 30% (3 bilhões SUI) reservados para os “contribuidores iniciais” e para o “tesouro da Mysten Labs”.

Vesting é uma prática comum no mercado financeiro, relacionado à rodadas privadas de investimento, onde os ativos são travados por contratos (inteligentes ou não), com liberação programada e gradual no decorrer do tempo.

Por último, mas não menos importante, o restante dos tokens estão reservados para a “comunidade”. 600 milhões SUI (6%) foram destinados ao “programa de comunidade” e 5 bilhões (50%) para as “reservas da comunidade”.

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Destes últimos, 1 bilhão (10%) serão distribuídos como subsídio de bloco e recompensa de staking para investidores que quiserem congelar seus próprios ativos para se tornarem validadores da Rede Sui.

A distribuição por staking será faseada através de “epochs” (épocas). Cada epoch dura 24 horas e a distribuição tem início na época 20 (cerca de 20 dias após início da rede). A cada três meses (90 epochs), o subsídio será cortado em 10%, até que todos tenham sido distribuídos.

Ainda dentro do modelo econômico, usuários precisam pagar taxas de gás para utilizar a rede. Essa taxa de gás será decidida por consenso pelos validadores ativos em cada “época”, conforme necessidade.

Mysten Labs, a equipe por trás do projeto

Sui (swē) representa a água na filosofia japonesa e a equipe escolheu o nome por apostar na “fluidez” como ponto forte do elemento e de seu projeto.

Mysten Labs é formada por: Evan Cheng; Adeniyi Abiodun; Sam Blackshear; George Danezis; e Kostas Chalkias. Ex-executivos/arquitetos líderes da Novi Research da Meta (equipe responsável pela blockchain Diem e pela linguagem de programação Move).

Com o encerramento do projeto de stablecoin da Meta (Facebook): Diem/Libra, a equipe se separou — dando origem à Mysten Labs. Outro grupo fundou a Aptos (APT), também uma rede de primeira camada em blockchain para rodar contratos inteligentes e construir uma infraestrutura em Web3.

APT atualmente está sendo negociado por US$ 9,70 ou R$48,45, com uma capitalização de mercado de US$ 1,85 bilhão segundo o CoinMarketCap.

O fim da stablecoin do Facebook se deu no início de 2022, após dois anos de trabalho da Diem Association (anteriormente conhecida como Libra Association), com a venda dos ativos para o banco Silvergate — que faliu em março de 2023.

Após a formação da Mysten Labs, antes de se dedicar à Sui Network, a desenvolvedora havia criado o projeto Novi, que se tratava de uma carteira digital. O projeto, no entanto, teve um fim semelhante ao Diem (chamado inicialmente de Libra) e foi descontinuado em setembro de 2022.

O aviso foi feito em julho do mesmo ano e o comunicado incluía um alerta de urgência para que os usuários sacassem todos seus fundos do aplicativo, sob risco de perdas com o encerramento das atividades no prazo de dois meses.

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