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CEO da Binance, Changpeng CZ Zhao (Foto: Reprodução/Twitter)

Após um hiato de meses sem dar entrevistas para a imprensa, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), fez revelações sobre seu passado à revista Fortune, em um perfil publicado nesta segunda-feira (10).

A publicação conta que Zhao teve uma infância pobre e de baixa instrução na China, até seus 10 anos, quando sua família se mudou para Hefei — uma pequena cidade chinesa com uma importante universidade de ciências e tecnologia, com menor influência do Partido Comunista.

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Conforme a publicação, nesta cidade CZ passou a se relacionar com estudantes mais velhos que lhe ensinaram jogos de tática e estratégia como Xadrez e Go.

Por volta dos anos 90, seu pai decidiu se mudar para Vancouver, buscando evoluir em sua carreira acadêmica como geofísico e levando toda a família com ele. O CEO da Binance contou na entrevista que, na época, o pai comprou um computador da IBM por C$7.000 — o que era muito dinheiro.

E foi ele o mentor de Changpeng na área de ciências da computação, ensinando seu filho a programar desde muito novo. CZ diz que considera seu pai como um mentor para a estrutura tecnológica que hoje faz a Binance funcionar.

Ainda na escola, trabalhou no McDonald’s por US$ 4,5 a hora em 1993 e entrou na faculdade em 1995, após se mudar para Montreal. Diferentemente do que é reportado em alguns portais de criptomoedas, o CEO da Binance afirma que não concluiu seu curso de ciências da computação na McGill University.

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Na reportagem, ele conta que ao decidir se tornar um homem de negócios e empreender, o bilionário desistiu do curso e transformou seu estágio na Bolsa de Ações de Tokyo em um “bico de período integral”. O trabalho foi seguido de um emprego em Nova Iorque onde desenvolveu software de negociação de contratos futuros para a Bloomberg Trading.

CZ disse para a Fortune: “Se os americanos negociarem comigo, eles sentirão que sou asiático — um pouco mais asiático do que a maioria dos americanos, mas menos asiático do que todos os outros asiáticos que eles conhecem.”

“Se uma pessoa asiática lida comigo, eles vão sentir que sou muito americano… mas menos americano do que outros americanos com quem eles lidam. Então, estou meio que no meio”, disse.

E é sob esse contexto que ele retornou para sua terra natal e se mudou para Shanghai, em 2005. Um polo empresarial asiático lado a lado com Hong Kong e Taiwan.

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Segundo o perfil, por meio de uma fonte que prefere não ser identificada, foi o retorno à China que deu ao CEO da Binance a vantagem que precisava para superar seus concorrentes — como a Coinbase — em um mercado majoritariamente ocidental.

Zhao contou que foi em Shanghai onde conheceu a importância de “nutrir guanxi” — as conexões de uma pessoa, particularmente com funcionários do estado que poderiam atuar como patronos para seus negócios — conforme informou a entrevista da Fortune.

Durante uma partida de poker, em 2013, CZ é finalmente apresentado às criptomoedas e decide “dar all-in”. Vendendo seu apartamento em Shanghai e investindo US$ 1 milhão em Bitcoin (BTC).

Com a decisão de direcionar sua vida para o mercado dos criptoativos, Changpeng Zhao ingressou na Blockchain.info como Líder de Tecnologia e, um ano depois, foi contratado como CTO na OKCoin — atual OKEx.

Apenas oito meses após sua entrada na startup de blockchain, CZ mostrou suas garras e capacidade tática, que viriam a ser úteis na construção de seu império na Binance.

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Muito ativo nas redes sociais e em grupos de discussão, principalmente no Reddit — com uma atitude pouco usual para diretores em sua posição — o CTO desafiou o CEO da OKCoin, Star Xu, ao expor práticas antiéticas da companhia. E anunciar sua saída por estes motivos.

Em um post de 1.600 palavras no Reddit, Zhao detalhou o uso de bots pela empresa para aumentar os volumes de negociação, prova falsa de reservas e finanças opacas, tudo sob a direção de Xu que, por sua vez, acusou CZ de fabricar suas credenciais acadêmicas e cometer outros atos enganosos.

Após a polêmica pública, Changpeng fundou a Bijie Technology, um Sofware-as-a-Service (SaaS) que serviu de infraestrutura para mais de 30 exchanges chinesas, incluindo empresas que negociavam “youbika”.

Youbika eram selos da época da China Imperial que protagonizaram uma bolha financeira semelhante à “Mania das Tulipas”. Mesmo não tendo participado diretamente no esquema financeiro, a tecnologia de CZ alimentou muitas plataformas que, sim, tiveram sua culpa.

O resto da história já é conhecida. Em julho de 2017 ele fundou a Binance e participou do primeiro grande mercado de alta envolvendo os criptoativos. Se destacando ao listar diversos tokens que não encontravam espaço em corretoras mais tradicionais — muitas vezes limitadas por regulamentações (ou a falta delas) nos Estados Unidos.

Com sua herança nômade, tendo se mudado diversas vezes de residência, o CEO da Binance conseguiu vantagens regulatórias ao sempre se estabelecer em locais com legislações mais favoráveis para seu negócio.

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Ao ser questionado se ele desafiava as leis para construir seu império, o executivo disse discordar para a reportagem: “Sempre fui um cidadão bastante próximo [das leis] e cumpridor das regras… Minha personalidade é sempre conservadora, por mais que as pessoas não pensem assim.”

Mas ele sugere que a cultura das criptomoedas mudou sua perspectiva: “Então você descobre, ok, essa coisa nova tem regras diferentes em lugares diferentes. Portanto, não é que queremos quebrar as regras ou mesmo evitá-las, queremos apenas buscar lugares mais favoráveis”.

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