Imagem da matéria: Manhã Cripto: Plataforma de staking suspende saques enquanto Bitcoin (BTC) luta para retomar os US$ 20 mil 
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O mercado de criptomoedas ensaia uma recuperação nesta segunda-feira (24), depois de uma madrugada volátil. As bolsas europeias e os índices futuros americanos perdem força com dados preocupantes na China. No universo cripto, a plataforma de staking Freeway suspendeu saques citando a volatilidade do mercado. 

O Bitcoin (BTC) opera em leve alta de 0,9% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 19.351,46, segundo dados do CoinGecko. Já o Ethereum (ETH) ganha força e sobe 2,5%, negociado a US$ 1.341,95.  

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Em reais, o Bitcoin avança 0,7%, para R$ 100.659,36, conforme o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

Entre as altcoins mais negociadas, a maioria opera no azul como Binance Coin (+1,5%), Cardano (+2,8%), Solana (+1,2%), Dogecoin (+0,1%), Polygon (+6,8%), Shiba Inu (+0,7%) e Alavanche (+1,1%).  

Plataforma suspende saques 

A Freeway, uma plataforma de staking de criptomoedas, informou no domingo (23) a suspensão de saques por clientes, segundo o CoinDesk. A empresa justificou a medida citando a volatilidade nos mercados de criptomoedas e de câmbio.  O token nativo da Freeway (FWT) registra queda de 72% desde o anúncio. O valor de mercado do projeto era relativamente pequeno antes do congelamento dos saques, abaixo de US$ 70 milhões, e agora é avaliado em cerca de US$ 15 milhões na cotação atual. 

XRP mostra baixa de 1,1% na esteira da renúncia de Nik Bougalis, diretor de engenharia da Ripple, emissora do token. Após 10 anos, o executivo disse que busca novos horizontes, mas não revelou onde, de acordo com tuíte

Polkadot opera com estabilidade nas últimas 24 horas. O cofundador da Polkadot, Gavin Wood, deixou o cargo de CEO da Parity Technologies, principal empresa por trás da criptomoeda. Wood ainda será o principal acionista da Parity. Björn Wagner, também cofundador da Polkadot, assumirá o comando. 

Bitcoin hoje 

As bolsas americanas encerraram com ganhos na sexta-feira, embaladas pela temporada de balanços. O Bitcoin chegou a perder o patamar de US$ 19 mil com o vencimento de opções, mas se recuperou no fim de semana. 

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Nesta segunda, o dia foi de perdas na Ásia após a divulgação de dados macroeconômicos da China. A segunda maior economia do mundo mostrou aumento do desemprego e fracas vendas no varejo, apesar da aceleração do crescimento. 

Nesta semana, o destaque fica para o rumo dos juros na zona do euro, com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira. Segundo Lucas Passarini, trader do MB, a decisão, junto com dados dos EUA, pode trazer volatilidade para o mercado.  “Os dados sobre atividade econômica ajudam investidores a terem uma leitura mais clara sobre o efeito da política monetária dos bancos centrais lá fora”, aponta em análise do Valor. 

Regulação nos EUA 

Outro fator importante nas negociações são as regras para os criptoativos. A investida da SEC – a CVM dos EUA – para colocar ordem no mercado cripto parece ser bem recebida por investidores. Quase 60% dos 564 entrevistados na nova pesquisa MLIV Pulse da Bloomberg indicaram que as recentes medidas de supervisão no universo cripto são um sinal positivo para a classe de ativos, cuja volatilidade característica praticamente se dissipou nos últimos meses.

Ainda assim, investidores ainda estão cautelosos, como pode ser visto pelo comportamento de um fundo de índice de futuros de Bitcoin. O ETF ProShares Bitcoin Strategy mostra baixa de 70% desde o lançamento há um ano. Apesar de ter recebido entradas de US$ 1,8 bilhão no período, o fundo tinha apenas US$ 619 milhões até a sexta-feira (21). 

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Guerra das stablecoins 

Sam Bankman-Fried, fundador da corretora cripto FTX, fez uma declaração audaciosa na manhã do último domingo (23): “Começou a segunda grande guerra das stablecoins”.  O que motivou o comentário foi o aumento da dominância da BUSD, a stablecoin pareada ao dólar da Binance que está tomando “à força” uma parcela do mercado antes ocupada por suas concorrentes, principalmente a USD Coin (USDC) da Circle. 

De fato, cálculos do The Block mostram que a BUSD aumentou sua participação no mercado de stablecoins para nível recorde, com uma fatia de 15,48% de um total de US$ 140 bilhões. A oferta total da stablecoin da Binance soma cerca de US$ 22 bilhões, US$ 6 bilhões a mais em relação ao nível no começo do ano. 

Crise global à vista? 

Um pico do dólar “parece a vários trimestres de distância”, escreveu o estrategista do Goldman Sachs, Kamakshya Trivedi, em nota a clientes do banco. Isso pode ser uma má notícia para o Bitcoin, aponta o CoinDesk. Entre as várias razões para o inverno cripto, no topo da lista está o dólar forte. Tendo atingido um piso em meados de 2021, pouco abaixo do nível 90, o índice do dólar americano disparou para o patamar atual de 113,69 – a pontuação mais alta desde o início de 2002. 

Em entrevista ao podcast Odd Lots, da Bloomberg, Nouriel Roubini, conhecido como o “Doutor Apocalipse”, afirmou que a nova crise global, resultado de inflação e juros em alta e queda no crescimento econômico, deverá ser pior do que a observada nos Estados Unidos na década de 1970. Crítico das criptomoedas, Roubini disse que o Bitcoin é apenas mais uma “shitcoin“. 

Ainda no cenário macro, com a desistência de Boris Johnson para a disputa da liderança do Partido Conservador no Reino Unido, o mais cotado para assumir o posto de primeiro-ministro é Rishi Sunak, que comandava a pasta de finanças antes da chegada de Liz Truss, que renunciou ao cargo de premiê na semana passada. Sunak é visto pelo mercado como um líder curioso sobre a indústria de criptomoedas, de acordo com o The Block

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Outros destaques das criptomoedas  

A corretora espanhola Bit2Me anunciou a compra da empresa de desenvolvimento de software focada em blockchain e cripto Dekalabs por um valor não revelado. A aquisição visa reforçar a posição da Bit2Me para ajudar empresas e instituições a desenvolverem ferramentas em protocolos de criptomoedas e blockchain, disse a corretora em e-mail divulgado pelo CoinDesk. 

A exchange Bitget anunciou uma parceria com Lionel Messi, estrela do Paris Saint Germain. O objetivo da empresa, que tem sede em Singapura, é se expandir na América Latina e atrair novos clientes. A plataforma tem foco no chamado trading social, que permite acompanhar as operações de outros traders, segundo comunicado divulgado pelo Valor. 

O ex-governador de São Paulo João Doria se reuniu com executivos da corretora Bitso na semana passada para discutir sobre o mercado brasileiro de criptomoedas. Uma foto da reunião foi divulgada na última quarta-feira (19) por Felipe Vallejo Dabdoub, diretor de Assuntos Regulatórios e Corporativos da Bitso, em seu perfil no LinkedIn. 

A empresa de pagamentos Block, controlada pelo cofundador do Twitter Jack Dorsey, iniciou uma onda de contratações para desenvolver seus negócios de mineração de Bitcoin e hardware wallet. A empresa está contratando diretores de política, comunicações e parcerias de mineração de Bitcoin, de acordo com vários anúncios de emprego publicados no LinkedIn nas últimas duas semanas. 

Assim como em El Salvador, um estrangeiro lidera o movimento de adoção do Bitcoin na Guatemala, conforme reportagem do Portal do Bitcoin. O americano Patrick Melder lançou na primavera de 2021 o projeto Lago Bitcoin na cidade de Panajachel, a maior comunidade à beira do lago de Atitlán, o mais profundo da América Central, rodeado por escarpas e três vulcões.  

Regulação e CBDCs  

O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damasoparticipa nesta segunda-feira (24) do Central Banking Autumn Meetings, promovido pela Central Banking Publications, em Miami. O evento conta com vários representantes de bancos centrais, que irão debater sobre inovação e melhores práticas das entidades, além de temas como moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e fintechs.  

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Na sexta (21), Damaso esteve reunido a portas fechadas com Dan Suller, diretor de assuntos industriais, e Dave Grimaldi, chefe de assuntos governamentais, ambos da Blockchain Association, em Washington. 

Um novo experimento mostrou que as CBDCs podem funcionar com stablecoins privadas, mesmo que os operadores intermediários entrem em colapso, disse a Autoridade Monetária de Hong Kong, que apresentou o Project Aurum sobre o assunto na sexta-feira (21). 

O governo do Reino Unido introduziu medidas legais que buscam regularizar anúncios sobre criptoativos e proibir provedores de cripto não autorizados de oferecer serviços, de acordo com o InfoMoney

Cibersegurança 

A empresa de análises Empiricus, controlada pelo BTG, disparou contra as casas de apostas mais famosas do mercado brasileiro em propaganda recente. O título da publicação cita diretamente as empresas Bet365, Betano e Blaze e faz um alerta: “A lógica das casas de apostas é simples: para que elas consigam lucrar, a maioria precisa, necessariamente, perder – ponto final”. 

Sem punições severas para crimes de pirâmide financeira no Brasil, esses esquemas fraudulentos fazem cada dia mais vítimas no país, destaca reportagem do jornal O Globo, na qual especialistas dão dicas de como se proteger. A Associação dos Investidores de Criptoativos (Assic) já contabiliza cerca de 40 mil prejudicados.  

A exchange FTX decidiu reembolsar cerca de US$ 6 milhões aos titulares de contas impactados por um incidente de “phishing” por meio de um site de terceiros, segundo a Bloomberg. Mas Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, alertou no Twitter que a empresa não pretende transformar a medida em hábito. 

O projeto de finanças descentralizadas (DeFi) OlympusDAO foi o alvo de um hacker que roubou 30 mil tokens OHM, equivalente a R$ 1,5 milhão no momento do ataque na sexta-feira (21). Mas o invasor logo se arrependeu — ou era apenas um “white hat”, ou um hacker “do bem”, pois devolveu os fundos para a organização autônoma descentralizada horas depois. 

Metaverso, Games e NFTs 

A Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, lançou um metaverso projetado para atividades como cursos imersivos de treinamento em investigações criminais. Revelado na 90ª Assembleia Geral da Interpol em Nova Déli, na Índia, o Interpol Metaverse é descrito como o “primeiro metaverso projetado especificamente para a aplicação da lei em todo o mundo”. Veja o vídeo

No mundo dos esportes, clubes de futebol apostam em fan tokens e tokens não fungíveis (NFTs), com cerca de 52 contratos assinados por entidades esportivas, conforme a Forbes, que cita levantamento do escritório Marcello Macêdo Advogados e da Win The Game. Clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco, Atlético Mineiro e Internacional já acumulam R$ 2,2 bilhões com fan tokens. 

A Superliga de vôlei 2022/2023, que começou na última sexta (21), lançou um “fantasy game”, batizado de “Cravada”, e gratuito, informou O Globo. A Confederação Brasileira de Vôlei também prevê lançamentos de ligas virtuais patrocinadas e a entrada no blockchain, com fan tokens e NFTs colecionáveis.

A Warner Bros está lançando NFTs para seu icônico filme de 2001, “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”. Os NFTs funcionam efetivamente como uma experiência digital completa, e cada um deles inclui uma cópia 4K do filme, horas de bônus nos bastidores, muitas fotos e ativos colecionáveis ​​​​exclusivos inspirados na produção. 

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