Imagem da matéria: Deputado vai pedir que CPI das pirâmides financeiras convoque Binance, Faraó do Bitcoin e CBF
Deputado Federal Aureo Ribeiro durante evento Criptorama em Brasília (Foto: Divulgação/Criptorama)

O deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) afirmou nesta quarta-feira (7) que pretende pedir que a CPI das Criptomoedas para investigar golpes — que deverá ser instalada pelo Congresso na próxima semana — vote a convocação da exchange Binance, além dos líderes das principais pirâmides financeiras do Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até a supermodelo Gisele Bündchen, para dar explicações sobre polêmicas que se envolveram nos últimos tempos no mercado cripto.

O deputado foi o autor do requerimento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito e é tido como o nome mais forte para a presidência da Comissão.

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“Não somos contra a Binance. O que queremos é trazer clareza para todas essas questões, como os problemas que estão tendo no exterior, as ações que respondem aqui [no Brasil], as alegações feitas por investidores que tiveram saldos zerados e o alto número de citações que eles têm no Reclame Aqui”, disse Ribeiro em entrevista após sua participação no evento Criptorama/Money Monster Brazil, em Brasília.

“Também quero saber como está a saúde [financeira] deles, para que a gente não seja surpreendido como colapsos como foi no caso da FTX”, completou o deputado.

O deputado ressaltou que a CPI tem os poderes para fazer uma convocação e não um convite à empresa. Também disse que irá propor o uso dos instrumentos de investigação da comissão – quebras de sigilo bancários, fiscal e telefônico, além da requisição de documentos – para investigar a exchange.

A Binance foi procurada pelo Portal do Bitcoin para se posicionar frente a intenção do deputado, mas não deu resposta até o momento da publicação desta matéria.

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Nos EUA, a Binance foi alvo nesta semana de uma ação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). No total, a Binance e seu criador, Changpeng “CZ” Zhao, são acusados de terem cometido 13 violações diferentes das regras de valores mobiliários do país. Tanto a empresa quanto CZ também respondem a processos de outro regulador dos EUA, a CFTC.

Já no Brasil, a Binance é investigada pela CVM por supostamente manter a oferta de derivativos a clientes brasileiros. Esse tipo de produto financeiro é considerado pela CVM como valor mobiliário e, portanto, deve ter autorização da autarquia para ser vendido no Brasil.

A corretora também está envolvida em uma guerra judicial com seu antigo provedor de serviços financeiros Capitual. As companhias travavam uma batalha de argumentos legais sobre se a operação estava cumprindo normas do Banco Central ou não — o que acabou por envolver R$ 450 milhões, hoje nas mãos da Justiça.

Pirâmides, CBF e Gisele Bündchen

O deputado Aureo Ribeiro também disse que vai solicitar a convocação dos criadores das maiores pirâmides financeiras do Brasil, citando nominalmente a Atlas Quantum e a GAS Consultoria, criada por Glaidson Acacio dos Santos, também conhecido como o Faraó do Bitcoin.

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Glaidson está atualmente preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, para onde foi transferido no início do ano em meio a uma mega operação da Polícia Federal após a detenção anterior em Bangu 1, no Rio de Janeiro.

“A prisão no é um problema. Podemos fazer o depoimento dele em vídeo sem problema nenhum”, afirmou o político.

Ribeiro disse que pretende convocar ainda a CBF, a entidade que organiza o futebol brasileiro. No ano passado, em plena Copa do Mundo do Qatar, a CBF rescindiu o contrato de patrocínio que mantinha com a corretora turca de criptomoedas Bitci, que é responsável pela criação do BFT (Brazilian Football Team), o fan token da Seleção Brasileira.

Segundo reportagem do portal Máquina do Esporte, a CBF ficou sem receber por vários meses os valores combinados com a empresa da Turquia. O acordo para criar a criptomoeda da seleção foi anunciado em 2021 e era válido por três anos.

Ribeiro afirmou ainda que não descarta nem mesmo convocar a modelo brasileira Gisele Bündchen, que foi garota-propaganda da corretora FTX, que implodiu no final de 2022. Ela também aparece em documentos judiciais como detentora de ações da FTX ao lado do ex-marido, o jogador de futebol americano Tom Brady, que também fez publicidade da exchange falida.

De acordo com os registros, Brady detinha 1.144.861 em ações ordinárias, enquanto Bündchen era dona de 686.761 títulos. Em junho de 2021 , Bündchen e Brady, então casados, anunciaram uma parceria com a corretora FTX, recebendo uma participação acionária em troca de se tornarem embaixadores da marca. No entanto, na época, a FTX não disse qual foi a parcela de ações dada ao casal. Com o derretimento da empresa, é provável que essas ações tenham virado pó.

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