Imagem da matéria: “Queremos ele!”, diz Celso Russomanno sobre criador da Genbit
Celso Russomanno apresentando o quadro Patrulha do Consumidor no Cidade Alerta. Imagem: Reprodução

“Nós queremos ele”, disse Celso Russomanno, apontando para a foto de Nivaldo Gonzaga dos Santos, exposta na tela do Patrulha do Consumidor no último sábado (25). O quadro, que faz parte do Jornal Cidade Alerta da Record TV, apresentou novas vítimas da pirâmide financeira Genbit, antiga Zero10 Club.

Em junho do ano passado, ainda como Zero 10 Club, a empresa criada por Gonzaga foi proibida de realizar oferta pública de investimentos sob ena de multa de até R$ 300 mil.

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Logo depois, o negócio que prometia rendimentos estratosféricos em Bitcoin passou a ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No fim daquele ano, o órgão designou a Promotoria de Justiça de Falências à condução de uma ação civil pública contra a empresa valor de R$ 1 bilhão.

O caso veio à tona no ano passado, quando Genbit deixou de pagar seus clientes e os forçou a aceitar um ativo sem valor chamado treep token. Pelo menos 45 mil pessoas estão no prejuízo, segundo a reportagem.

“Com essa vozinha mansinha ele foi conquistando as pessoas”, comentou, Russomanno depois de assistir a imagens onde Gonzaga fala com seus clientes.

“Vamos atrás. Nós vamos trabalhar juntos com a polícia e Ministério Público porque não pode ficar desse jeito. Esse cidadão tem que responder”, disse Russomanno.

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Vítimas da Genbit

“Servo do diabo”, tachou uma das vítimas do suposto golpe milionário. Segundo o investidor, ele acreditou nas promessas de Nivaldo Gonzaga porque ele dizia ser um ‘servo de Deus’. No entanto, lhe deu um prejuízo que somado ao de sua família e a de sua empresa passa de R$ 200 mil.

Outra vítima disse que fez empréstimo para investir no negócio. Ela aplicou R$ 53 mil.

“Até hoje não vi um real de retorno desse dinheiro”, disse, acrescentando a mudança sem precedente do seu fundo na moeda Treep Token (TPK), “que não tem nenhuma usabilidade”. O ativo criado por Gonzaga para substituir as aplicações dos clientes.

Mais oito vítimas relataram suas perdas que vão de R$ 2.700 a mais de R$ 100 mil. Gonzaga prometia rendimentos mensais e o retorno das aplicações em 36 meses.

“Precisamos agir rápido”, disse a advogada Daniela Panzonatto, que atualmente representa 50 clientes da Genbit. “Eu entendo ser uma quadrilha liderada por Nivaldo Gonzaga do Santos, uma pessoa que já responde a processos de estelionato”, acrescentou.

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Segundo ela, as pessoas que trabalharam com Nivaldo no negócio continuam muito bem de vida e inclusive muitas já saíram do Brasil. “A Justiça tem feito o possível, porém provavelmente esse dinheiro foi para fora do Brasil”, comentou.

Dinheiro pode estar perdido

“Dá dó de ver essas pessoas. Muitas pessoas venderam suas casas, seus carro, ou algum negócio que tinha que era o pão de cada dia para investir achando que iam ter bons dividendos mensais e acabam sem nada”, lamentou o apresentador.

Segundo Russomanno, o estelionatário só existe porque ele oferece uma coisa muito vantajosa e a vítima quer ganhar mais do que o mercado paga. “Não acredite nessas histórias”, frisou, acrescentando:

“Se alguém está te oferecendo alguma coisa muito vantajosa caia fora, é golpe. Não perca seu dinheiro com essas coisas, pelo amor de Deus.”

O apresentador disse que vai correr atrás, mas não pode prometer nada.

“A gente não pode prometer — nem as autoridades, nem polícia nem ninguém, que vá conseguir reverter esse dinheiro pra vocês”, frisou.

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De acordo o Russomanno, que também é deputado federal, sua equipe vai fazer o que tem feitos em outras oportunidades; “Bloquear tudo! A polícia bloqueia, o Judiciário o Ministério Público”, disse, acrescentando:

“Mas e o que eles gastaram? Esses aviões, esses carros que foram distribuídos para os que estavam em cima da pirâmide? Vai voltar?”, concluiu.

Defesa da Genbit

Em maio, conforme reportagem mostrada no Domingo Espetacular, também programa da Record, Rainaldo Oliveira, advogado que defende Nivaldo na Justiça, alegou não haver golpe, pois todos os clientes receberam pagamento em moedas virtuais na forma do contrato.

“A empresa, antecipadamente, cumpriu todos os contratos, botou na carteira digital de todos os clientes em ativo digital, então não há prejuízo, não há um procedimento fraudulento”, disse.

No entanto, a justificativa de Rainaldo é tratada de outra forma pela Justiça, que já ordenou, em dois casos, a empresa devolver o valor aportado em reais. Ela não viu com bons olhos o ato da conversão forçada do dinheiro dos clientes na criptomoeda TPK. 

Antes de obrigar os seus clientes a converter os Bitcoins em TPK, contudo, a Genbit já havia travado os saques desde agosto de 2019.

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