Mãos manipulando cotações
Indícios apontam para manipulação do preço da StormX (Foto: Shutterstock)

O mercado de criptomoedas anda de lado nesta quinta-feira (8), em linha com a estabilidade dos índices futuros das bolsas americanas. No entanto, o colapso da FTX segue no radar, em meio a investigações de novas supostas irregularidades cometidas por Sam Bankman-Fried, fundador da exchange cripto. 

O Bitcoin (BTC) mostra pouca variação nas últimas 24 horas, negociado a US$ 16.918,29, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) tem leve alta de 0,1%, cotado a US$ 1.231,59.   

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Em reais, o Bitcoin tem queda de 0,7%, para R$ 88.078,55, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

As altcoins operam em direções opostas, com destaque para BNB (+0,2%), XRP (+1,5%), Dogecoin (-0,2%), Cardano (-0,2%), Polygon (+0,5%), Polkadot (-0,2%), Shiba Inu (+0,3%), Avalanche (+0,1%) e Solana (-1,4%).  

Investigações sobre a FTX 

Promotores dos EUA investigam se o fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, poderia ter manipulado os preços da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) e seu token associado Luna (LUNA) no início do ano para beneficiar seus negócios, informou o New York Times, que cita duas pessoas com conhecimento do assunto. 

A investigação sobre a possível manipulação dos preços da TerraUSD e Luna, que colapsaram em maio, ainda está em fase inicial e não se sabe se os promotores identificaram qualquer irregularidade por parte de SBF, segundo a reportagem. 

O Senado dos EUA quer que Bankman-Fried preste depoimento sobre o colapso da FTX e de sua empresa de trading Alameda Research. Uma carta do presidente do comitê, Sherrod Brown, senador democrata de Ohio, pede a presença de SBF em 14 de dezembro, no dia seguinte a uma audiência agendada na Câmara dos Deputados, onde membros do Congresso também querem ouvir o fundador da FTX.  

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Brown deu o prazo até as 18h de Brasília desta quinta-feira (8) para que SBF decida se comparece voluntariamente. Caso contrário, poderia ser intimado pelo Congresso, segundo o The Block.  

No entanto, a presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA, que convocou SBF para uma audiência no dia 13, ainda tem dúvidas se ele deve ser intimado. De acordo com democratas ouvidos pela CNBC, a deputada Maxine Waters prefere que o depoimento de Bankman-Fried seja voluntário, embora tenha tuitado que “uma intimação está definitivamente sobre a mesa”.  

Lei das Criptomoedas no Brasil 

No mercado brasileiro, investidores acompanham os próximos passos regulatórios após a aprovação da chamada Lei das Criptomoedas em meio à turbulência causada pela FTX. 

Durante evento no Rio de Janeiro na quarta-feira (8), o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, disse que a agência terá papel ativo na definição do decreto sobre o marco legal dos criptoativos, segundo informações do Valor Econômico.  

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“Estamos muito atentos para trazer os criptoativos para o mercado organizado e temos contribuído nas discussões. A CVM pode e deve ser o órgão regulamentador de parcela importante dos criptoativos, e para isso precisamos de concurso público”, disse Nascimento, que também chamou a atenção para a segregação patrimonial, ou seja, a separação de ativos de clientes e corretoras. 

“Precisamos trazer a segregação patrimonial para as exchanges. Não sou eu quem está dizendo isso, e sim a FTX”, afirmou. 

Outros destaques das criptomoedas

A fintech Kvoltz desenvolveu um ecossistema para financiar projetos de energia solar fotovoltaica por meio de um token de ativo digital, informou o Valor. O modelo de negócio envolve a geração de eletricidade em usinas que ficam em telhados de galpões e fornecer energia na rede das concessionárias, que devolvem créditos que podem ser abatidos das contas de luz de usuários. 

A Chainlink lançou nesta semana a versão beta do serviço de staking do seu token nativo LINK, no qual puderam participar detentores de endereços qualificados para o acesso antecipado. O staking de LINK para o público geral será liberado nesta quinta às 14h de Brasília, conforme comunicado da Chainlink. A partir de hoje, qualquer pessoa poderá fazer staking até um limite inicial de 7 mil LINK por endereço. 

A Binance divulgou relatório segundo o qual as reservas de Bitcoin de seus clientes estão 101% garantidas, segundo o InfoMoney. A maior exchange cripto do mundo contratou a Mazars para realizar a auditoria. “No momento da avaliação, a Mazars observou que os ativos dentro do escopo controlados pela Binance excediam 100% de suas responsabilidades totais da plataforma”, disse a Mazars em comunicado.  

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No entanto, Francine McKenna, professora de contabilidade financeira na Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, alerta que a avaliação não é uma auditoria oficial. “Eles fizeram uma comparação de saldos por endereço de chave pública de uma lista que obtiveram da administração (da exchange). Eles não compararam nenhum saldo em bancos independentes, custodiantes ou depositários”, explicou. 

A plataforma de negociação online Robinhood aumentou sua participação no mercado cripto nas semanas seguintes ao colapso da FTX, disse o CEO Vlad Tenev durante uma conferência na quarta-feira (7). Além de não ter exposição à FTX, Tenev também explicou que a fatia de 7,6% de Bankman-Fried na Robinhood não indica uma relação formal com a exchange. 

Já o diretor-presidente da Coinbase Global, Brian Armstrong, está menos animado. À Bloomberg, o CEO contou que a receita da exchange cripto americana deve cair 50% ou mais este ano em meio à desvalorização das criptomoedas e à desconfiança de investidores após a quebra da FTX. Em 2021, a Coinbase teve cerca de US$ 7 bilhões em receita e aproximadamente US$ 4 bilhões em EBITDA positivo, destacou Armstrong. 

A mineradora de Bitcoin Marathon Digital contratou o Guggenheim Partners e o escritório de advocacia Weil Gotshal & Manges para avaliar sua exposição à Compute North e uma possível oferta pela rival, disse o CEO da Marathon, Fred Thiel, em entrevista à Bloomberg. A mineradora Compute North, que pediu recuperação judicial, hospedava uma parte significativa das operações da Marathon. 

O CPP Investments, maior fundo de pensão do Canadá, desistiu de estudar oportunidades de investimento no mercado de criptoativos, disseram duas pessoas a par do assunto à Reuters. O motivo por trás da decisão não foi explicado e o CPPI não quis comentar. O fundo apenas destacou que ainda não havia investido diretamente em cripto. 

O financiamento total de startups de criptoativos este ano deve superar os investimentos em 2021, segundo relatório da Pitchbook divulgado pela Reuters, embora o ritmo esteja em desaceleração diante do menor apetite do setor de private equity.

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Projetos cripto atraíram US$ 19,9 bilhões em investimentos de venture capital nos primeiros nove meses de 2022, 41% a mais na comparação anual, de acordo com dados da Pitchbook. Em 2021, empresas de capital de risco apostaram um recorde de US$ 21,2 bilhões na indústria de criptoativos. 

Regulação, CBDCs e Cibersegurança 

O juiz de um tribunal de falências em Nova York, Martin Glenn, decidiu na quarta-feira (7) que alguns clientes da plataforma de crédito cripto Celsius Network devem receber seus depósitos de volta, de acordo com a Reuters. O comitê de credores da Celsius, que pediu recuperação judicial, havia estimado o valor a ser devolvido em US$ 50 milhões.

A decisão se limita a clientes que possuíam contas de custódia sem renda passiva, cujos recursos não estavam misturados com outros ativos da Celsius e com contas eram muito pequenas para que a plataforma tentasse usá-las para pagar outros usuários. 

O juiz Martin Glenn está avaliando pela primeira vez a questão sobre quem é dono dos bitcoins e outros tokens em contas bloqueadas de uma corretora de ativos digitais em recuperação judicial, o que pode servir de precedente para direitos de proteção ao consumidor no setor de criptoativos. 

Em carta aos clientes na quarta-feira (8), o CEO interino da Genesis, Derar Islim, disse que a resolução do congelamento de resgates da unidade de empréstimos cripto de sua empresa provavelmente será uma questão de “semanas”, e não de dias. Em novembro, o braço de crédito cripto da Genesis suspendeu os resgates após a quebra da FTX. Desde então, a Genesis tem tentado levantar capital e/ou chegar a um acordo com os credores, informou o CoinDesk. 

Um juiz federal rejeitou uma proposta de ação coletiva contra os fundadores da EthereumMax e influenciadores como a socialite Kim Kardashian e o boxeador Floyd Mayweather Jr., que promoveram o token colapsado da plataforma, informou a CNBC. “Embora a lei certamente imponha limites a esses anunciantes, também espera que os investidores ajam de forma razoável antes de basear suas apostas na ‘onda’ do momento”, escreveu o juiz Michael Fitzgerald na decisão.

Em outubro, Kardashian foi multada em US$ 1,2 milhão pela SEC, a CVM dos EUA, por promover o token da EthereumMax sem revelar que recebeu US$ 250 mil pela divulgação. 

A FTX chegou perto de fechar um acordo de patrocínio com a cantora e estrela pop Taylor Swift poucos meses antes da empresa entrar em colapso e levar parte do setor cripto junto no mês passado. Segundo informações do Financial Times, a parceria com a cantora americana custaria cerca de US$ 100 milhões. 

O ex-diretor de tecnologia da Blockparty, uma plataforma de tokens não fungíveis (NFTs), foi preso na quarta-feira (7) nos EUA. Rikesh Thapa, 28, de San Diego, Califórnia, cofundou a Blockparty em 2017, mas saiu em 2019 depois de se recusar a devolver US$ 1 milhão em fundos da empresa que estavam em sua conta bancária temporariamente. 

Metaverso, Games e NFTs 

O Cruzeiro Esporte Clube paga nesta quinta-feira (8) a primeira parcela de seis, totalizando R$ 905.792,16, aos detentores do Cruzeiro Token (CRZO) devido à transferência do volante Ederson, do Salernitana, para a também italiana Atalanta por R$ 117 milhões, conforme o Valor. Cada detentor do token receberá R$ 0,20. Somadas as seis parcelas, os proprietários do CRZO terão um total de R$ 1,14 por unidade do criptoativo graças ao acordo com a Atalanta. 

Um novo grupo chamado ConstitutionDAO2 tenta comprar uma cópia da Constituição dos EUA, de acordo com o The Block. No ano passado, a organização autônoma descentralizada ConstitutionDAO original ganhou fama ao levantar US$ 47 milhões para comprar uma cópia por meio da operadora de leilões Sotheby’s. No entanto, foi superada pelo CEO da Citadel, Ken Griffin, que sabia quanto a DAO havia levantado para a oferta. 

A cópia da Constituição dos EUA também está à venda na Sotheby’s. É uma das duas primeiras cópias da Constituição em mãos de particulares, de acordo com a casa de leilões. A venda está marcada para 13 de dezembro. A última cópia da Constituição foi vendida por US$ 43,2 milhões. 

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