Ainda embalados pelos números positivos da inflação nos EUA, criptomoedas e índices futuros de ações avançam nesta quinta-feira (11). O Bitcoin (BTC) ganha 6,8% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 24.584,35, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) sobe 12%, para o maior nível em dois meses, negociado a US$ 1.888,99. Mais cedo, a segunda maior criptomoeda chegou a registrar 14% de elevação.
No Brasil, o Bitcoin dá um salto de 5,5%, para R$ 125.104,49, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins mais negociadas também operam com valorização nesta quinta, entre elas Binance Coin (+2,7%), XRP (+4,9%), Cardano (+5,9%), Solana (+12,2%), Polkadot (+7,9%), Dogecoin (+5,1%), Alavanche (+8%) e Shiba Inu (+3,6%).
Bitcoin hoje
Investidores reagiram bem aos dados da inflação ao consumidor nos EUA, que mostrou desaceleração em julho, para 8,5%, frente a 9,1% em junho na taxa anual. Além disso, na comparação mensal, os preços ficaram estáveis.
O resultado refletiu a queda do preço da gasolina e, de certa forma, aliviou a pressão sobre o banco central americano. Na visão de alguns economistas e operadores, o relatório do IPC sinalizou que o Federal Reserve pode combater a inflação sem aumentos agressivos dos juros e sem causar uma recessão.
Mesmo antes do relatório, apostas de traders já sinalizavam que o Fed deve elevar a taxa básica em 0,5 ponto percentual na reunião de 20-21 de setembro, em vez de uma dose de 0,75 ponto.
Economia dos EUA
A percepção de algumas autoridades do BC americano contrasta com a euforia dos mercados, destaca artigo da Bloomberg. Depois de ver os números da inflação na quarta-feira (10), o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que seu objetivo é levar a taxa básica a 3,9% até o fim deste ano e para 4,4% até o final de 2023.
Charles Evans, que comanda o Fed de Chicago, foi na mesma linha. Para ele, a inflação nos EUA ainda é “inaceitavelmente alta” e avisou que os juros vão subir neste ano e no próximo até que a meta de 2% para o IPC seja atingida.
Fusão do Ethereum
Assim como o Bitcoin, o Ethereum ganhou impulso com os números da inflação nos EUA, mas o desempenho da segunda maior criptomoeda também é marcado pela expectativa da chamada “Fusão” – a atualização da blockchain para o mecanismo de consenso proof of stake (PoS, na sigla em inglês).
Desenvolvedores do Ethereum executaram com sucesso o terceiro e último ensaio antes da mudança na rede de testes Goerli, informou o The Block. Essa é a etapa final antes da Fusão. Após o processo, que deve ser concluído em setembro, desenvolvedores esperam que a rede se torne mais eficiente em termos de energia e mais barata de usar.
A Binance disse na quarta-feira (10) que não descarta apoiar a polêmica bifurcação da rede Ethereum e seu token ETHPoW. A maior exchange de criptomoedas do mundo já havia confirmado que vai apoiar a atualização da rede. No caso do ETHPoW, a nova versão da blockchain continuaria sob o sistema de validação de prova de trabalho (PoW), que usa computadores potentes e consome mais energia.
Brian Norton, diretor de operações da MyEtherWallet, afirmou em entrevista ao CoinDesk que a transição da rede Ethereum é essencial para sua expansão.
Destaques das criptomoedas
A MB Tokens vai oferecer a possibilidade de listagem de tokens de fintechs originadas no programa Lift Learning (Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas) do Banco Central, de acordo com o Valor. Com a listagem, startups podem captar recursos de investidores na modalidade de equity crowdfunding.
Para Fabricio Tota, diretor do MB, a possibilidade de captação de recursos complementa a iniciativa do programa. “O objetivo não é empregar CPFs, mas criar CNPJ de novas startups”, disse Tota.
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O PicPay liberou a compra de criptomoedas em seu aplicativo na quarta-feira (10), como anunciado pela fintech há um mês. Segundo informações da página de suporte do aplicativo de pagamentos, o serviço será disponibilizado gradualmente devido ao grande número de clientes. A infraestrutura dos serviços de criptomoedas dentro do PicPay fica por conta da Paxos, que confirmou a parceria, antecipada pelo Portal do Bitcoin.
O CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, reconhece que os acordos fechados para socorrer plataformas em crise não foram necessariamente “incríveis”. Durante participação no mais recente podcast “gm” do Decrypt, o diretor-presidente da corretora cripto disse que, no caso do resgate da Voyager, são “US$ 70 milhões que foram pelo ralo, que provavelmente não veremos novamente”.
A Ripple Labs, de São Francisco, tem interesse em comprar os ativos da plataforma de crédito cripto Celsius Network, disse um porta-voz da Ripple à Reuters na quarta-feira (10). O porta-voz também destacou que a Ripple “está buscando ativamente oportunidades de fusões e aquisições para escalar a empresa de forma estratégica”.
Vinteum, um novo centro de pesquisa e desenvolvimento de Bitcoin sem fins lucrativos, foi lançado na quarta-feira (10) para apoiar desenvolvedores de BTC no Brasil e na América Latina. O projeto, pioneiro no país, é uma iniciativa de Lucas Ferreira, desenvolvedor focado na Lightning Network do Bitcoin e que atua na Lightning Labs, e de André Neves, cofundador da Zebedee, empresa que integra Bitcoin ao mundo dos jogos.
“Precisamos trazer cada vez mais talentos trabalhando com o Bitcoin e descentralizar as organizações que financiam os desenvolvedores (…)”, disse Ferreira ao Portal do Bitcoin. O primeiro a receber uma bolsa da Vinteum é Bruno Ely Garcia, desenvolvedor brasileiro especializado em Bitcoin Core e que, até então, trabalhava na 2TM, holding que controla o MB.
A Nigéria obteve 371 pontos em estudo do CoinGecko, divulgado pela Bloomberg, que analisou dados do Google Trends para seis pesquisas, como “comprar criptomoedas” ou “investir em cripto”. A Nigéria foi seguida pelos Emirados Árabes Unidos e Singapura.
Regulação, Cibersegurança e CBDCs
Bancos brasileiros poderão emitir stablecoins para mitigar o risco de falta de liquidez ao executar operações de crédito com a chegada do real digital, disse Fábio Araujo, coordenador do projeto junto ao Banco Central, em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na quarta-feira (10), informou o InfoMoney CoinDesk.
Araujo também disse que o laboratório do real digital vai ser iniciado em setembro, com previsão de duração de quatro meses, de acordo com informações do Estadão.
Nos EUA, a CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities) deu sinal verde para propor uma regra conjunta com a SEC, segundo a qual fundos de hedge devem divulgar o nível de exposição a criptoativos. A SEC também votou a favor da proposta, que prevê um registro confidencial por parte de fundos com mais de US$ 500 milhões em ativos, de acordo com o The Block.
Tokens não fungíveis (NFTs) que fazem parte de uma coleção terão de se submeter às novas regras para criptoativos na União Europeia destinadas a alertar investidores sobre riscos, disse Peter Kerstens, da Comissão Europeia, a participantes da Korea Blockchain Week na terça-feira (9).
A Coinbase Global está sob investigação pela SEC dos EUA sobre seus processos de listagem de tokens, bem como programas de “staking” (empréstimos de criptomoedas) e produtos que oferecem rendimento, segundo divulgado pela empresa em seu balanço trimestral mais recente. A corretora aposta alto no serviço de staking de Ethereum, apesar dos riscos com a fusão da blockchain.
Enquanto isso, a Suprema Corte dos EUA negou um pedido da Coinbase para suspender processos de usuários contra a exchange ao mesmo tempo em que a empresa tenta encaminhar as disputas para arbitragem.
A Comissão Federal de Comércio dos EUA está investigando operadores da exchange BitMart sobre uma invasão de hackers em dezembro de 2021 que causou perdas entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, marcando a primeira investigação conhecida da agência no mercado cripto, de acordo com a Bloomberg.
A exchange de criptomoedas Bitfinex poderia enfrentar uma investigação criminal nos EUA, de acordo com uma resposta do Departamento de Justiça a uma solicitação sob a Lei de Liberdade de Informação compartilhada no Twitter na quarta-feira, informou o CoinDesk. A Bitfinex é alvo de várias investigações nos EUA em meio a questionamentos se sua empresa-irmã, a emissora de stablecoin Tether, divulga informações precisas sobre o estado de suas reservas.
Metaverso, Games e NFTs
O rapper Ja Rule se juntou às celebridades que apostam em NFTs com a coleção “Black is Beautiful”. Rule e seu sócio Herb Rice vão doar US$ 25 mil das vendas iniciais da coleção para universidades historicamente negras, segundo a Bloomberg.
O pingue-pongue também entrou para o universo cripto. A World Table Tennis (WTT), braço de eventos do órgão regulador do esporte, anunciou que estuda iniciativas na Web3 em parceria com a startup NFT Tech, conforme o CoinDesk.
Uma análise independente confirmou uma decisão da UK Advertising Standards Authority (ASA) contra o Arsenal, relativa a anúncios para promover o fan token $AFC do clube de futebol. Em comunicado na quarta-feira (10), a agência disse que o Arsenal “banalizou” investimentos em criptoativos nos anúncios, sem mencionar os riscos dos tokens. A queixa foi originada a partir de conteúdo publicado pelo Arsenal no Facebook em agosto de 2021 para promover o token.