Quanto você estaria disposto a fazer para ganhar criptomoedas? Permitiria que uma inteligência artificial rastreasse cada um dos seus passos online? Essas são as perguntas que fundamentam uma experiência interativa em torno do novo token Black Mirror, uma criptomoeda oficial anunciada na quarta-feira e inspirada na série distópica da Netflix.
Construída sobre o KOR Protocol — que conta com o apoio de nomes como Animoca Brands, Niantic Labs e Avalanche —, a experiência Black Mirror apresenta uma assistente virtual chamada Iris. Ela monitora o comportamento dos usuários e atribui pontuações de reputação, refletindo os temas da série sobre vigilância e controle social.
“Conheça Iris, a assistente virtual de Black Mirror. Ela monitora sua atividade social e de carteira, constrói sua pontuação de reputação e decide seu acesso, poder e recompensas no universo de Black Mirror”, publicou a conta da Black Mirror Experience no X. “Ela não se importa com quem você é — apenas até onde você está disposto a ir para conquistar seu destino de cinco estrelas.”
O token de Black Mirror é a mais recente investida da famosa série de TV no universo das criptomoedas. O projeto anterior, Smile Club, foi lançado no ano passado pela startup cripto Pixelynx, mas não chegou a emitir um token. Em vez disso, oferecia um jogo digital inspirado no episódio “Nosedive”, da terceira temporada, no qual os usuários acumulavam pontos de crédito social em troca de recompensas e experiências.
Black Mirror também já foi destaque no jogo do metaverso baseado em Ethereum, The Sandbox. Todas essas iniciativas são viabilizadas por meio de uma licença da Banijay Brands, empresa que representa diversas propriedades intelectuais da TV — incluindo “Peaky Blinders”, que também foi licenciado recentemente para um jogo cripto e já havia sido levado ao The Sandbox.
Vários episódios de “Black Mirror” abordam a vigilância, ilustrando como tecnologias avançadas permitem monitoramento invasivo e quais os impactos disso sobre indivíduos e a sociedade.
Segundo o litepaper do projeto, Iris monitora como os participantes interagem com comunidades descentralizadas, como manter ou vender tokens, negociar ou colecionar NFTs, e interagir com outros projetos.
“Publicações, seguidores, reações e a qualidade do engajamento ajudam Iris a detectar se você é uma colaboradora genuína, uma troll ou uma golpista descontrolada”, diz o litepaper.
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As participantes se cadastram em um Social ID Card — um NFT que registra a pontuação de reputação e monitora comportamentos por meio de insígnias digitais e “manchas”.
Esse cartão também funciona como uma identidade portátil na Web3 e como passaporte on-chain dentro do ecossistema Web3 de Black Mirror. Os usuários podem então ganhar tokens — distribuídos via airdrops — ao alcançarem pontuações sociais mais altas, além de obter influência sobre as histórias do Smile Club, garantir vagas em whitelists e acessar lançamentos exclusivos.
Um sistema de crédito social é um método que monitora o comportamento das pessoas — como responsabilidade financeira, conformidade legal ou conduta social — e atribui uma pontuação. Essa nota pode afetar o acesso de uma pessoa a serviços, oportunidades ou liberdades.
No litepaper, o projeto argumenta que plataformas descentralizadas precisam de um sistema de reputação on-chain para recompensar de forma confiável o engajamento genuíno dos usuários — algo que as análises tradicionais não conseguem capturar.
“Analisando tanto a atividade dos usuários na blockchain quanto nas redes sociais, e utilizando nossa assistente virtual integrada para rastrear comportamentos e padrões de conversação, conseguimos oferecer uma pontuação de reputação gamificada, robusta, justa, transparente e facilmente transferível por todo o ecossistema Web3 e além”, diz o documento.
Para participar, os usuários devem conectar uma carteira compatível com Ethereum ou Solana e vincular suas contas do X. O projeto ainda não revelou em qual rede — ou redes — o token será emitido.
De acordo com a conta oficial no X, mais de 13 mil Social IDs já foram emitidos. Entre os recursos previstos estão treinamentos com IA, missões dinâmicas, apostas sociais e on-chain, além de mini-jogos interativos inspirados no estilo Tamagotchi.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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