O ouro ampliou seu ganho e o Bitcoin pairava próximo das máximas de fevereiro na terça-feira (6), enquanto os investidores se posicionavam antes do anúncio de política monetária do Federal Reserve (Fed) e digeriam novos riscos geopolíticos e comerciais.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deve manter as taxas de juros inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao concluir sua reunião de dois dias na tarde de quarta-feira (horário dos EUA).
O presidente Jerome Powell fará declarações logo em seguida, com os mercados atentos a qualquer mudança no tom, após sinais recentes de inflação persistente e enfraquecimento da demanda do consumidor.
Antes da decisão, o ouro à vista subiu 0,7%, para US$ 3.357 por onça, impulsionado pela demanda por ativos de refúgio, segundo dados. O Bitcoin chegou a ser negociado por US$ 97.500, mantendo-se firme perto da extremidade superior de sua faixa de negociação recente.
Os contratos futuros de ouro nos EUA também subiram 1,3%, com analistas citando o retorno de investidores chineses ao metal precioso, além de bancos centrais buscando reduzir a exposição a ativos dos EUA, especialmente o dólar.
No Oriente Médio, um míssil balístico disparado pelas forças Houthi no Iêmen atingiu nas proximidades do Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, no sábado, ferindo oito pessoas e interrompendo temporariamente o tráfego aéreo.
Em resposta, Israel lançou uma série de ataques aéreos contra infraestruturas controladas pelos Houthi no Iêmen, incluindo o aeroporto internacional de Sanaa, uma fábrica de cimento e instalações de energia, matando pelo menos três pessoas e ferindo dezenas. Os Houthi prometeram retaliação, alertando que os ataques “não ficarão sem resposta”.
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Enquanto isso, a política comercial dos EUA assumiu um tom mais agressivo depois que o presidente Donald Trump anunciou tarifas propostas sobre produtos farmacêuticos e mídias produzidos no exterior nos últimos dias. As medidas geraram preocupações sobre ações retaliatórias e mais interrupções nos fluxos comerciais globais.
Nesse cenário, as ações asiáticas subiram enquanto o dólar se firmava na manhã de quarta-feira, após a confirmação de novas negociações comerciais entre EUA e China, o que elevou o sentimento dos investidores.
Ainda assim, o Bitcoin se beneficiou tanto de fluxos especulativos para ETFs quanto de um posicionamento mais amplo diante da possibilidade de afrouxamento das condições financeiras ainda este ano. A principal criptomoeda ainda está cerca de 10% abaixo de sua máxima histórica de US$ 108.786, atingida em janeiro.
Os mercados voltarão sua atenção para o comunicado do Fed e a coletiva de imprensa de Powell em busca de pistas sobre se os dirigentes ainda esperam flexibilizar a política neste ano — ou se a inflação persistente e os fatores geopolíticos manterão o banco central em pausa por mais tempo.
“Se o Fed surpreender com um tom mais dovish amanhã, além de sinalizar cortes de juros em junho, há espaço para o Bitcoin subir de volta ao nível de US$ 100.000, que continua sendo um ímã de liquidez”, disse Nic Puckrin, fundador do The Coin Bureau, em declaração compartilhada com o Decrypt.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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