A alta que o Bitcoin engatou na tarde passada segue reverberando na manhã desta quinta-feira (8), com a criptomoeda prestes a superar o importante nível de US$ 100 mil. A alta de 3% que o BTC registra nas últimas 24 horas, eleva sua cotação para os atuais US$ 99.827. Em reais, o ativo é negociado a R$ 572.838, segundo dados do Portal do Bitcoin.
Na tarde de quarta, o Bitcoin subiu 1,6% na hora seguinte ao anúncio de que o Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas, enquanto as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, continuam a obscurecer as perspectivas econômicas do banco central dos EUA.
Com uma faixa-alvo entre 4,25% e 4,5%, o Fed relutou em alterar sua taxa básica de empréstimos pela quarta vez consecutiva — uma decisão já amplamente esperada, apesar da pressão de Trump sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, pelo corte dos juros.
No discurso de ontem, Powell manteve uma postura cautelosa, garantindo que os custos da paciência são “relativamente baixos”, ou seja, que não há urgência para cortes na taxa. Ele também evitou se comprometer com o número de possíveis cortes neste ano. Para os analistas, a expectativa é que ocorra três cortes de 25 pontos-base em julho, setembro e dezembro.
“O Fed sinalizou preocupações com a inflação e o desemprego, o que gerou incertezas sobre os próximos passos da política monetária. Diante desse cenário, tanto o ouro quanto o Bitcoin se valorizaram no curto prazo, refletindo a busca dos investidores por ativos de proteção”, disse André Franco, analista cripto da Boost Research.
“O impacto sobre o Bitcoin tende a continuar sendo positivo, já que, além das incertezas econômicas e comerciais, estímulos monetários vindos da China aumentam o apetite por ativos de risco. Ao mesmo tempo, a falta de clareza sobre os rumos das negociações comerciais entre EUA e outros países reforçam o papel do Bitcoin como uma alternativa de reserva de valor”, acrescentou.
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Possível acordo entre EUA e Reino Unido anima mercado
Além disso, o mercado voltou a se animar após Trump sugerir que um grande acordo comercial está em andamento, com especulações apontando o Reino Unido como provável contraparte. A mera perspectiva já foi suficiente para agitar os preços em diversas classes de ativos.
Além da alta expressiva do Bitcoin, o Ethereum também valoriza 5,8% nesta manhã, para US$ 1.943 – um rompimento da sua faixa de consolidação de três semanas entre US$ 1.700 e US$ 1.900. Movimentos de alta também são observados em ativos de destaque, como Solana (+5,1%), Dogecoin (+6,3%) e Cardano (+5,9%).
“Com a abertura dos mercados dos EUA, todas as atenções se voltam para saber se esse rali será sustentado ou se corre o risco de uma clássica reversão do tipo ‘compra no boato, vende no fato’ após a confirmação oficial da contraparte no acordo comercial de Trump”, escreveram os analistas da QCP Capital nesta manhã.
Eles apontam que as negociações de opções no mercado cripto estão indicando um otimismo crescente, à medida que os traders se posicionam para mais valorização diante do cenário macroeconômico em melhora.
“Por ora, mantemos uma postura taticamente cautelosa. Até que o BTC consiga fechar acima da marca dos US$ 100 mil no gráfico diário, vemos pouca recompensa em perseguir o momentum nos níveis atuais.”
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