Imagem da matéria: A semana das criptomoedas: BTC, ETH, SOL, MATIC, UNI e até SHIB em alta deram esperança ao mercado
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O mercado de criptomoedas se recuperou um pouco após a queda brutal da semana passada que fez as principais moedas, o bitcoin (BTC) e o ether (ETH), perderem mais de 40% de seu valor, caindo para níveis não registrados desde 2020.

O bitcoin subiu mais de 10% nos últimos sete dias, precificado em US$ 21,3 mil neste momento, enquanto o ether disparou 19%, sendo negociado a US$ 1,2 mil.

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A semana da polygon (MATIC) foi ainda melhor. Disparou 70% para US$ 0,60, resultante de seis semanas de acumulação de baleias — de acordo com a análise de dados em blockchain da Santiment — e uma parceria anunciada esta semana com o mercado de carbono em blockchain KlimaDAO.

Criptomoedas que dispararam cerca de 40% na última semana foram uniswap (UNI), com uma alta de 45% para US$ 5,70, e shiba inu (SHIB), com uma alta de 48% para US$ 0,00001176. Enquanto isso, avalanche (AVAX) subiu 40%, precificada em US$ 21, enquanto solana (SOL) disparou quase 28% para US$ 41.

Cada uma das 30 principais criptomoedas registrou porcentagens de dois dígitos no último final de semana, exceto por tron (TRX), que só subiu 4% e está precificada em US$ 0,06.

O bitcoin cash (BCH) caiu 3% na última semana e está sendo negociada a US$ 116 enquanto a stablecoin USDD da rede Tron está há duas semanas tentando recuperar a paridade ao dólar americano, precificada em US$ 0,97.

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“Fragmentação”

Foi uma semana relativamente normal em relação a notícias, o que provavelmente auxiliou na alta do mercado cripto.

Na terça-feira (21), o Banco de Compensações Internacionais (ou BIS, na sigla em inglês), uma organização global dos 63 principais bancos centrais, publicou seu Relatório Anual Econômico de 2022. O relatório afirma que o setor cripto tem duas grandes falhas: a necessidade de ter uma “âncora nominal” e a “fragmentação”.

Uma “âncora nominal” se refere às stablecoins, que derivam seu valor de moedas fiduciárias, como o dólar americano (com graus variáveis de sucesso). O BIS alega que a existência de stablecoins “indica a necessidade generalizada do setor cripto de se aproveitar da credibilidade fornecida pela unidade de conta emitida pelo banco central”.

O relatório alega que criptomoedas ainda têm de desafiar a hegemonia dos bancos centrais ao fornecer uma unidade de conta para a economia: “O fato de que stablecoins devem importar a credibilidade do dinheiro de bancos centrais é uma enorme revelação das deficiências estruturais de cripto. O fato de as stablecoins serem frequentemente menos estáveis do que seus emissores afirmam mostra que, na melhor das hipóteses, são substitutas imperfeitas de uma moeda soberana sólida”.

O relatório também destaca a “fragmentação” do setor, a abundância de diversas criptomoedas competindo pela supremacia como “talvez a maior falha de cripto como base para um sistema monetário”.

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O relatório do BIS expõe a utilidade da tecnologia blockchain para moedas digitais de bancos centrais (ou CBDCs) — basicamente, stablecoins emitidas pelo Estado e pareadas a moedas nacionais.

Também destaca a tecnologia de contratos autônomos ou inteligentes — contratos financeiros autoexecutáveis em blockchains — como uma das inúmeras vantagens que permitirão “transações entre intermediários financeiros que vão além do meio tradicional das reservas de banco central”.

Os chefões dos bancos centrais americanos e europeu, Jerome Powell e Christine Lagarde, respectivamente, argumentaram pela regulamentação das criptomoedas (de forma distinta) essa semana, citando a velocidade em que blockchains estão crescendo junto com possíveis riscos econômicos, apesar de ambos dizerem que cripto não apresenta ameaças imediatas.

Na quarta-feira (22), o deputado americano Jim Himes apresentou uma proposta que destaca a forma como o país poderia implementar uma CBDC, afirmando que poderia ajudar a proteger o papel do dólar como a principal moeda de reserva mundial.

“Quanto mais o governo dos Estados Unidos demorar para aderir a essa inovação, mais ficaremos para trás tanto de governos estrangeiros como do setor privado”, afirmou Himes em um comunicado de imprensa. “É hora de o Congresso considerar e avançar uma legislação que autoriza uma CBDC americana.”

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Na quinta-feira (23), Powell contou ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara que, no futuro, o Congresso receberá orientações do Fed sobre como implementar uma CBDC.

“Estamos trabalhando bastante”, afirmou ele, mencionando que quando o Fed tiver finalizado uma recomendação política, caberá ao Congresso elaborar uma legislação adequada.

Por fim, dados da Arcane Research revelaram que mineradoras de bitcoin que estão listadas em bolsa, como Marathon Digital e Riot Blockchain, venderam mais bitcoin do que mineraram — uma grande mudança em comparação aos quatro primeiros meses do ano quando haviam vendido 30% de seus lucros.

No relatório, Jaran Mellerud, analista de mineração de bitcoin na Arcane Research, escreveu: “Se [as empresas] forem forçadas a liquidar uma parte considerável dessas alocações, isso pode contribuir para derrubar ainda mais o preço do bitcoin”.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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