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As duas maiores criptomoedas aceleram os ganhos nesta sexta-feira (29), em linha com a recuperação dos mercados financeiros tradicionais, que sobem na última sessão de um trimestre marcado por perdas dos índices acionários globais

Enquanto traders de renda variável se animam com comentários de alívio monetário de autoridades do banco central dos EUA e desaceleração da inflação na Europa, no espaço cripto investidores reagem à aprovação de um fundo de índice (ETF) híbrido da gestora Valkyrie Funds pela SEC, a CVM dos EUA.  

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A empresa vai incorporar contratos futuros de Ethereum ao seu ETF de futuros de Bitcoin existente e o novo fundo Valkyrie Bitcoin and Ether Strategy ETF (BTF.O)  já começa a ser negociado na próxima segunda-feira (2), segundo informações da Reuters. O mercado também aguarda o lançamento de um ETF de futuros de Ethereum “puro” da VanEck em breve. 

Ao mesmo tempo, a SEC voltou a adiar uma decisão sobre os pedidos de ETFs de Bitcoin à vista (spot) das gigantes BlackRock, Invesco, Bitwise e Valkyrie. 

Em meio ao vencimento de opções nesta sexta, o Bitcoin (BTC) ganha 2,2% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 27.014,10, segundo dados do Coingecko.   

Em reais, o BTC avança 2,3%, negociado a R$ 136.077,20, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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O Ethereum (ETH) registra alta de 3,2%, para US$ 1.671,65. Além do otimismo gerado por ETFs atrelados à segunda maior criptomoeda, outro destaque é o lançamento aparentemente bem-sucedido da rede de testes Holesky do Ethereum após os problemas apresentados na primeira tentativa. 

As altcoins seguem a tendência positiva nesta sexta, entre elas BNB (+1,6%), Dogecoin (+1,5%), Cardano (+2,4%), Solana (+5,1%), Polkadot (+1,6%), Polygon (+2,6%), Shiba Inu (+1,8%) e Avalanche (+1,9%). 

XRP tem ganho de 2,3% nas últimas 24 horas. Sem dar muitas explicações, a Ripple, emissora do token, desistiu da compra da empresa de custódia Fortress Trust. 

Circle argumenta a favor da Binance em processo da SEC 

A Circle, emissora da stablecoin USDC, opinou na ação movida pela SEC contra a Binance, argumentando em um documento que as leis de trading financeiro não deveriam se aplicar a tokens lastreados por outros ativos, segundo o CoinDesk

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Em junho, reguladores dos EUA acusaram a maior exchange cripto do mundo de violar as regras por facilitar negociações de criptomoedas como Solana (SOL), Cardano (ADA) e a stablecoin BUSD, que leva a marca Binance. Na visão da SEC, esses tokens constituem valores mobiliários não registrados. 

Mas a Circle defende que ativos atrelados ao dólar, como a BUSD e sua stablecoin USDC, não seriam valores mobiliários, em parte porque os usuários não esperam lucrar com as compras em si. 

“As stablecoins de pagamento, por si só, não possuem as características essenciais de um contrato de investimento”, o que significa que estão fora da jurisdição da SEC, afirma o documento da Circle. “Décadas de jurisprudência apoiam a visão de que uma venda de ativos – dissociada de quaisquer promessas ou obrigações pós-venda por parte do vendedor – não é suficiente para estabelecer um contrato de investimento.” 

Por outro lado, a SEC afirma que a BUSD foi vendida como contrato de investimento porque a Binance ofertou o token com a promessa de rendimento por meio do programa de recompensas. 

A intervenção da Circle no processo, chamada de “amicus curiae” (amigo da corte) no jargão jurídico, foi elaborada com a participação do diretor jurídico da empresa, Heath Tarbert, ex-presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA, que também abriu um processo contra Binance. 

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Sob crescente pressão de reguladores, a Binance perdeu seu parceiro bancário na Europa e vendeu suas operações na Rússia para uma nova exchange, a CommEx. Na quinta-feira, o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhaonegou ser o dono da corretora recém-lançada, mas admitiu a migração de alguns ex-funcionários. 

Futuros perpétuos da Coinbase 

Com suas ofertas de tokens também incluídas em um processo movido pela SEC, a Coinbase lançou a campanha America loves Crypto para “mobilizar 52 milhões de proprietários de criptomoedas” em defesa da regulação do setor nos EUA

E em mais um passo para sua expansão internacional, a maior exchange cripto americana decidiu lançar futuros perpétuos para clientes de varejo fora dos EUA, informou o Wall Street Journal.  

A empresa vai oferecer a negociação desses contratos por meio de seu braço de derivativos nas Bermudas. Futuros perpétuos são um tipo de derivativo cripto que permite apostas alavancadas contínuas em oscilações de preços sem datas de vencimento. 

Outro produto com alta demanda entre investidores de criptomoedas e que tem chamado a atenção de reguladores dos EUA é o “staking”, um serviço de renda passiva pelo qual usuários depositam seus tokens para validar transações em uma rede em troca de rendimentos. 

Na Europa, o segmento ainda está engatinhando e não há uma regulação específica, mas players da indústria cripto alertam que regras podem ser bem-vindas devido às recentes medidas de reguladores de Singapura e da Suíça, destaca análise do CoinDesk. 

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Julgamento de fundador da FTX 

O pedido de Sam Bankman-Fried (SBF) para ser solto dias antes de seu julgamento foi negado mais uma vez pelo juiz que supervisiona o processo contra o ex-CEO da exchange cripto. 

Além de negar o pedido durante uma audiência em Manhattan na quinta-feira (28), o juiz Lewis Kaplan alertou que, se condenado, Bankman-Fried pode pegar uma “sentença bem longa”, de acordo com a Reuters

Seus advogados argumentaram que, fora da cadeia, SBF poderia se preparar melhor para sua defesa no julgamento marcado para a próxima semana. Mas Kaplan disse que Bankman-Fried poderia tentar fugir. 

O ex-CEO se declarou inocente de sete acusações de fraude e conspiração decorrentes do colapso da FTX em novembro de 2022. A pena máxima seria de 110 anos de prisão, mas Kaplan poderia reduzir a sentença com base em diversos fatores.  

Outros destaques das criptomoedas  

A desenvolvedora de videogames Epic Games anunciou a demissão de cerca de 16% da equipe após uma transição inspirada no metaverso de seu popular jogo online Fortnite, segundo e-mail enviado a funcionários na quinta-feira (28) e divulgado pelo CoinDesk. As demissões afetam 830 empregados da Epic Games, disse o CEO Tim Sweeney no comunicado. 

A Epic Games tem expandido o “Fortnite como um ecossistema inspirado no metaverso para criadores”, de acordo com Sweeney, o que implica uma receita mais distribuída e, portanto, mais baixa. O executivo acrescentou: “Estava otimista de que conseguiríamos ultrapassar esta transição sem demissões, mas, em retrospectiva, vejo que isso não era realista”. 

No Brasil, a tokenizadora Liqi captou R$ 13 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Galapagos Capital e com participação da Kinea Ventures, fundo de corporate venture capital (CVC) do Itaú, e da Honey Island by 4UM, informou o Valor Econômico. A Liqi mira uma meta de RS$ 250 milhões em ativos tokenizados até o fim deste ano frente a R$ 90 milhões tokenizados desde o lançamento da empresa em abril de 2021. 

A a16z, outra gigante de venture capital, liderou uma rodada de US$ 16,8 milhões em capital semente para a IYK, uma startup web3 que fornece ferramentas para marcas como Adidas e Johnnie Walker com o objetivo de unir os mundos físico e digital, conforme o The Block.

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