A publicação de provas de reserva on-chain por parte de empresas de criptomoedas é uma ideia ruim e que pode gerar fatores de insegurança para a companhia e clientes. A tese é de Michael Saylor, fundador e presidente do conselho da Strategy, e foi exposta na segunda-feira (26) durante uma palestra em evento paralelo da Conferência Bitcoin 2025 em Las Vegas.
“A forma atual e convencional de publicar prova de reservas é uma prova de reservas insegura”, disse Saylor ao receber uma pergunta vinda da plateia. “Isso, na verdade, enfraquece a segurança do emissor, dos custodientes, das corretoras e dos investidores. Não é uma boa ideia, é uma má ideia.”
Segundo o executivo, o problema é divulgar endereços que poderão depois ser rastreados para sempre. “Nenhum analista de segurança de nível institucional ou corporativo acharia uma boa ideia publicar todos os endereços de carteiras, de forma que se possa rastrear para frente e para trás”, afirmou.
O fundador da Strategy sugeriu até mesmo um teste usando inteligência artificial: usar uma IA e perguntar quais são os problemas de segurança de publicar seus endereços de carteira e como isso pode minar a segurança da sua empresa ao longo do tempo. A resposta, segundo Saylor, seriam “50 páginas de problemas de segurança”.
No evento, Mitchell Askew, analista-chefe da Blockware Solutions, perguntou se a Strategy adotaria a prática de provas de reserva, mas Saylor não respondeu.
A Strategy é a maior detentora institucional de Bitcoin. A empresa possui 580.250 BTC em caixa, cujo custo de aquisição foi de aproximadamente US$ 40,6 bilhões a um preço médio de US$ 69.979 por Bitcoin, incluindo taxas e despesas.
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Provas de reserva
As provas de reserva ganharam importância depois que a FTX, que estava no top 3 de maiores corretoras do mundo, entrou em colapso e ficou comprovado que a empresa não tinha os ativos que afirmava ter.
Algumas exchanges e plataformas de empréstimo de criptomoedas, incluindo a Kraken, a Nexo, a BitMEX, e a Gate.io, se movimentaram para lançar sua prova de reservas antes da implosão da FTX.
Após os eventos de novembro de 2022, no entanto, outras plataformas de negociação também trabalharam para ter suas próprias provas de reservas, que, dependendo da exchange, variavam em pequenos detalhes.
Isso incluiu a Binance, a maior exchange cripto do mundo em volume de negociação, que lançou um sistema baseado em Árvores de Merkle para Bitcoin e Ethereum (o sistema da Binance foi alvo de críticas no mercado), com a OKX, Crypto.com, e a ByBit adotando uma abordagem semelhante.
A Coinbase, por outro lado, disse que, como é uma empresa de capital aberto, já comprova suas reservas via auditoria da SEC.
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