Imagem da matéria: 10 medidas da nova onda de repressão ao Bitcoin pelo governo chinês
Foto: Shutterstock

A China sempre teve um papel importante para a indústria das criptomoedas. Os mineradores do país, casa das maiores empresas do setor, por anos foram os responsáveis por validar mais da metade de todas as transações de bitcoin do mundo.

O governo chinês, por outro lado, nunca foi muito amigável com o mercado cripto. Em 2013, a nação proibiu todas as instituições financeiras de fornecer serviços relacionados a criptomoedas. Em 2017, por pressão, as exchanges tiveram que deixar região.

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Em 2021, a China renovou a guerra contra a indústria, mirando, dessa vez, nos mineradores, que tiveram que interromper suas atividades em meio a uma repressão cada vez maior.

Veja abaixo uma linha do tempo dos principais acontecimentos que marcaram o embate do governo chinês contra as criptomoedas em 2021.

18 de maio: Associações reforçam proibições já existentes 

Tudo começou em um terça-feira, dia 18 de maio, quando três grandes associações do setor financeiro da China orientaram seus membros — que incluem bancos e empresas de pagamento — a não oferecer quaisquer serviços relacionados à criptomoedas.

A Reuters foi a primeira a publicar a história mas, naquele momento, o acontecimento não teve uma grande repercussão e foi interpretado pelo mercado cripto como uma tentativa de espalhar FUD. Afinal de contas, a China já proibia qualquer instituição financeira do país de operar com criptomoedas há oito anos.

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No entanto, a carta das associações foi uma reação a novas regras que partiram direto do Banco Popular da China, que expandiu o escopo dos serviços proibidos.

21 de maio: Conselho chinês defende a repressão à mineração

Na sexta-feira daquela mesma semana, 21 de maio, veio a confirmação de que a China estava entrando em guerra contra as criptomoedas. Pela primeira vez na história, um alto órgão do governo falou sobre aumentar a repressão à mineração de bitcoin no país.

Em uma nota oficial, o Conselho de Estado da China listou as medidas que o governo adotaria para prevenir e controlar os riscos financeiros na região, que incluíam “reprimir a mineração de bitcoin e comportamento comercial”.

A declaração teve um impacto imediato no preço do bitcoin, que caiu 8% em menos de uma hora.

23 de maio: Empresas começam a deixar o país

Dois dias depois vir à tona o comentário sobre a repressão, as empresas já começaram a abandonar a China e a interromper de forma mais direta o acesso da população chinesa a seus serviços.

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No domingo, 23 de maio, a Huobi proibiu o trade de derivativos aos chineses, enquanto a OKEx interrompeu a negociação de sua moeda OKB no país. Em seguida foi a vez da exchange Bybt anunciar que iria fechar as contas de todos os usuários chineses.

Na segunda-feira, 24 de maio, foi a vez das mineradoras HashCow e BTC.TOP suspenderam suas atividades na região. Na ocasião, o criador do  BTC.TOP — que até então era 10º maior pool de mineração de bitcoin do mundo — afirmou que a China perderia o domínio do mercado cripto.

Naquele momento, vale lembrar, não havia nenhuma lei ou uma proibição oficial à mineração no país  — como ainda hoje não há. 

5 de junho: Censura nas redes sociais

Com o passar dos dias, a repressão ao setor cripto começou a se manifestar de outras formas. No dia 5 de junho, o Weibo, uma espécie de Twitter da China, derrubou um grande número de contas relacionadas a criptomoedas.

Esses perfis de influenciadores acumulavam um grande número de seguidores e foram bloqueadas por “violarem” as regras da plataforma. As redes sociais chinesas, vale lembrar, estão sob a constante vigilância e controle do Departamento de Propaganda.

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Naquela mesma semana, os principais serviços de internet passaram a censurar os resultados para as buscas de nomes de grandes corretoras de criptomoedas, como Binance, Huobi e OKex. 

9 de junho: Xinjiang e Qinghai proíbem mineração

A China não publicou uma lei que proibisse a mineração no país inteiro. No entanto, as autoridades de diversas províncias passaram a proibir a atividade de forma isolada em suas regiões.

No dia 9 de junho, as províncias de Xinjiang e Qinghai forçaram os mineradores de bitcoin a interromper suas atividades.

Em Xinjiang, a recomendação se limitou ao parque de Zhundong, uma área que concentrava as maiores instalações de mineração de bitcoin da China. Já no caso da província de Qinghai, a ordem englobou para todos os mineradores do território.

12 de junho: Yunnan interrompe mineração para inspeções

No sábado daquela semana, 12 de junho, foi a vez da província de Yunnan interromper a mineração na sua região. De acordo com o Departamento de Energia da província, uma inspeção seria feita até o final de junho para encontrar operações ilegais de mineração na área.

18 de junho: Sichuan fecha 26 fazendas de mineração

No dia 18 de junho, 26 fazendas de mineração de bitcoin na província de Sichuan foram forçadas a desligar suas máquinas para inspeção. Vale notar que todas as mineradoras listadas na ordem eram registradas no governo e movidas a energia limpa de hidrelétricas. 

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As autoridades também afirmaram que iriam buscar e reprimir os mineradores informais. Quando iniciava a temporada de chuvas, Sichuan costumava ser o principal destino dos mineradores que buscavam energia barata. 

Com isso, a China passou a contar com cinco províncias que, em algum nível, a mineração passou a ser proibida. Além das regiões citadas anteriormente, a Mongólia Interior já bania a atividade desde março.

21 de junho: China pede ajuda aos bancos

Em 21 de junho, o Banco Central da China pressionou os bancos chineses a aumentar ainda mais a repressão às transações de criptomoedas no país.

O governo fez reuniões com os cinco maiores bancos do país e a empresa de pagamentos Alipay para pedir para eles não fornecerem uma ampla gama de serviços para investidores de criptomoedas, incluindo abertura de contas, transações e liquidações.

28 de junho: Exchanges fecham as portas

Duas das exchanges de criptomoedas mais antigas criadas na China, BTCChina fundada em 2011 e a Okcoin de 2013, anunciaram no dia 28 de junho a interrupção de suas atividades em meio à repressão do governo chinês. 

Enquanto a Okcoin anunciou sua dissolução total, a BTCChina informou que vendeu seu braço voltado a criptomoedas para uma fundação em Dubai.

6 de julho: China fecha fornecedora de softwares

Os reguladores chineses baniram do país a empresa Beijing Qudao Cultural Development Limited por ela desenvolver softwares destinados à negociação de criptomoedas.

A empresa foi expulsa do país no dia 6 de julho sob a justificativa de que nenhuma instituição poderia fornecer serviços para transações em moeda virtual na China.

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