Moeda de bitcoin com gráfico de baixa
Foto: Shutterstock

O mercado de criptomoedas volta a perder força nesta terça-feira (7), com analisas divididos se o Bitcoin (BTC) atingiu ou não o chamado fundo do poço na recente onda vendedora. O BTC opera em baixa de 5,8%, cotado a US$ 29.595,79 nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) recua 7,3%, para US$ 1.765,74. 

No Brasil, o Bitcoin tem queda de 4,8%, negociado a R$ 143.208,62, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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As principais altcoins também operam no vermelho como Binance Coin (-8,5%), Cardano (-7,9%), XRP (-4,1%), Solana (-11,1%), Dogecoin (-4,8%), Polkadot (-8,1%), Avalanche (-13,1%) e Shiba Inu (-5,4%). 

Mineradores sob pressão 

Depois de nove semanas seguidas no vermelho, o Bitcoin fechou com um tímido ganho semanal de 1,57%, aponta relatório da Glassnode. O BTC foi negociado entre uma máxima semanal de US$ 31.900 e mínima de US$ 29.375.  

Pedro De Luca, head de cripto da Levante Investimentos, disse ao Valor que a quebra da sequência de baixas semanais foi importante, já que o recorde anterior era de seis semanas. “O mercado pode imaginar que o pior tenha passado”, afirmou. 

A Glassnode destaca que a maior criptomoeda atualmente é negociada perto das mínimas do ciclo 2021-22. Com isso, todos os investidores nos últimos 18 meses registram prejuízos não realizados, isto é, ainda não liquidaram suas posições. Mineradores também estão sob pressão, com receitas em queda de 56%, enquanto o custo de produção está em alta de 132% desde a máxima. 

Perto do piso? 

Apesar a queda desta terça, alguns investidores já apostam que o Bitcoin está perto de um piso com base nos investimentos em fundos de criptomoedas listados, que representam apenas uma fatia do mercado, mas são populares entre players institucionais e de varejo, mostra análise da Reuters. 

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Os fluxos totais para esses fundos ficaram positivos no mês passado, com entrada média semanal de US$ 66,5 milhões, uma reversão em relação a abril, quando registravam saída média semanal de US$ 49,6 milhões, segundo o provedor de dados CryptoCompare. 

Destaques 

Com foco na democratização, a empresa de streaming especializada em investimentos Monett anunciou sua primeira parceria com uma corretora de criptomoedas, o Mercado Bitcoin. A partir de agora, clientes do serviço terão acesso direto para negociar criptos por meio da plataforma. “Iniciamos com criptomoedas, pois enxergamos uma demanda muito grande analisando nossos dados internos”, disse Olivia Alonso, CEO da Monett, ao Portal do Bitcoin. 

O Mercado Bitcoin lança nesta terça-feira (7) tokens de cotas de consórcio (CSCONS03). Por meio da MB Digital Assets (MBDA), especializada em registros em blockchain e tokenização de ativos reais, investidores terão acesso a um investimento similar à renda fixa, com rendimento estimado de 18% ao ano. Vitor Delduque, diretor de Novos Negócios da MB Digital Assets, disse que esses ativos permitem a diversificação da carteira dos clientes com retornos maiores em relação às aplicações tradicionais. 

Na segunda-feira, o Mercado Bitcoin também listou o Optimism (OP), token de um dos maiores projetos voltados para aumentar a eficiência do Ethereum. 

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Levantamento da Chainalysis publicado pela Exame mostra que corretoras descentralizadas de criptomoedas, as chamadas DEX (sigla de “Decentralized Exchange”), respondem por 55% de todas as transações realizadas em blockchain frente a 45% das centralizadas, como Binance, FTX e Coinbase. 

O bilionário Elon Musk pode desistir do acordo para a compra do Twitter por US$ 44 bilhões se a empresa não fornecer dados satisfatórios sobre spam e contas falsas na plataforma, de acordo com o Wall Street Journal, que cita uma carta enviada à diretora jurídica do Twitter, Vijaya Gadde.  

A empresa de serviços financeiros cripto BlockFi está prestes a fechar um “down round” –  uma captação com uma avaliação mais baixa em comparação com rodadas anteriores – avaliada em US$ 1 bilhão, disseram três fontes com conhecimento do processo ao The Block. No ano passado, a empresa estaria captando fundos com “valuation” de US 5 bilhões. Fontes dizem que a nova rodada será liderada pela Bain Capital Ventures, com participação da DST e da Valar. 

A Apple entrou no segmento “compre agora, pague depois” com o lançamento da ferramenta Apple Pay Later, que não cobra juros ou taxas e oferece a possibilidade de parcelar as compras em até quatro vezes. O anúncio foi feito na segunda-feira (6), durante o primeiro dia do evento para desenvolvedores da gigante de tecnologia. 

O Ant Group, empresa por trás da maior plataforma de pagamentos digitais chinesa Alipay, lançou um neobanco em Singapura. O Anext Bank terá como alvo atender pequenas e médias empresas, de acordo com comunicado

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Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

O projeto de lei que regulamenta o mercado de criptoativos no Brasil avança para a aprovação na Câmara dos Deputados. O texto consta da pauta desta semana da Câmara, de acordo com o Valor. Entre os pontos polêmicos está que apenas empresas domiciliadas no Brasil (com CNPJ) e conectadas ao Siscoaf teriam direito ao prazo de 180 dias para se adequarem às novas regras. “(…) O que você tem hoje é uma proteção para o estrangeiro, que não paga imposto e não cumpre as regras da Receita de reportar ganhos de capital”, disse Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin. 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária pretende regular o mercado de criptoativos para garantir o lastro das operações. Segundo ele, “as pessoas não estão comprando criptoativos, estão comprando certificados que supostamente têm um ‘cripto’” por trás, segundo artigo do Valor. Ele acredita que o movimento de “tokenização” da economia é a principal tendência à frente, mais do que próprio debate em torno de criptoativos, destacou o Estadão. 

Campos Neto, que participou do evento Valor’s Crypto Summit Rio 2022, também disse que o real digital não deverá ser uma moeda para uso no dia a dia da população, mas sim um ativo para o atacado, mais acessado por empresas que pessoas físicas. A moeda digital do Banco Central, ou CBDC na sigla em inglês, também servirá como lastro para stablecoins privadas emitidas por bancos. 

O economista Paul Krugman está entre os críticos das stablecoins. Em artigo no New York Times, o prêmio Nobel de Economia argumenta que, apesar de “high tech e futurísticas”, as stablecoins remetem aos bancos do século 19, quando dinheiro em papel era emitido por instituições privadas não reguladas. “Muitos desses bancos colapsaram, em alguns casos devido a fraudes, mas, em sua maioria, devido a investimentos ruins.” 

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo em volumepode ter sido usada como canal para que criminosos lavassem bilhões de dólares em fundos ilícitos nos últimos cinco anos, de acordo com investigação da Reuters. A agência de notícias estima que, entre 2017 e 2021, cerca de US$ 2,35 bilhões – o equivalente a quase R$ 12 bilhões – em criptomoedas decorrentes de hacks, fraudes de investimento e vendas de drogas teriam sido enviadas para a exchange para a lavagem de dinheiro. Em resposta, Patrick Hillmann, diretor de comunicações da empresa, disse que os cálculos da Reuters não são precisos, mas se negou a fornecer os números da Binance para os casos identificados na reportagem. 

E a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA investiga se a Binance violou as regras da agência ao vender tokens digitais em 2017 sem registro, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg. A SEC está examinando as origens da exchange e do token BNB, o quinto maior do mundo. 

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Um projeto de lei apresentado nesta terça-feira pelas senadoras dos EUA Cynthia Lummis (Partido Republicano) e pela democrata Kirsten Gillibrand é uma das tentativas mais ambiciosas de regular os criptoativos, segundo a Bloomberg. Embora as chances de aprovação sejam pequenas antes das eleições de meio de mandato de novembro, pode funcionar como um ponto de partida para as negociações no próximo ano. 

A Assembleia Legislativa do Estado de Nova York aprovou um projeto de lei que impõe uma moratória de dois anos na utilização de usinas de combustível fóssil para o fornecimento de energia a mineradores de criptomoedas como Bitcoin. Mas o gabinete da governadora de Nova York, Kathy Hochul, disse na segunda-feira (6) que ela ainda não tomou uma decisão, que requer um “ato de equilíbrio” entre proteger o meio ambiente e empregos, segundo comunicado divulgado pela Reuters. 

A IRA Financial Trust (IRA), fintech especializada em fundos de aposentadorias com sede em Dakota do Sul (EUA), entrou com um processo contra a corretora Gemini em uma ação de US$ 36 milhões. O valor é referente a criptomoedas sob custódia da Gemini que foram roubadas por hackers de contas de aposentadoria dos clientes do IRA. No processo, o IRA alega que a plataforma cripto não tinha proteção adequada para os ativos. 

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) oficializa nesta terça-feira (7) a criação da “Unidade Especial de Cryptoativos (Crypto)”, criada para investigar crimes, estudar a evolução da tecnologia dos ativos digitais e os seus impactos no campo jurídico, segundo comunicado divulgado pelo órgão. 

A Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) anunciou na segunda-feira o Next, um programa de aceleração de fintechs, que conta com o Mercado Bitcoin e a Sinqia entre as mantenedoras. O Next receberá inscrições até 1º de julho para fintechs e empresas com projetos financeiros de base tecnológica no site nextfintech.com.brinformou a Reuters. 

Alyssa Blackburn, cientista de dados da Rice University e Baylor College of Medicine, em Houston, passou vários anos coletando e analisando vazamentos de informações sobre identidades na rede do Bitcoin, “baseada em prova criptográfica em vez de confiança”, segundo Satoshi Nakamoto, pseudônimo do inventor da criptomoeda. Blackburn e outros cientistas publicaram um novo estudo que rastreou o fluxo de transações do Bitcoin desde o primeiro dia e analisou como surgiu a maior criptoeconomia do mundo, de acordo com artigo do New York Times. 

Metaverso, Games e NFTs 

O Fluminense vai lançar um fan token para torcedores em parceria com a Socios.com, conforme o UOL Esporte. No Brasil, clubes como Atlético Mineiro, Corinthians, Flamengo, São Paulo FC, Vasco da Gama, Palmerias, Internacional e Bahia também fecharam acordo com a empresa. O token do clube será chamado $FLU, dando direito a torcedores de participarem do cotidiano do Fluminense e ganhar brindes. 

Ainda é difícil entender por que comprar uma tiara virtual da Dolce & Gabbana ou um imóvel digital? É preciso estar sóbrio para “captar” como funcionam os bares no metaverso, segundo reportagem do Wall Street Journal. Destilarias como a fabricante de tequila José Cuervo e Wisher Vodka já travam uma batalha sobre quem foi o pioneiro dos drinks virtuais. Maryana Ryumshin, de 26 anos, que não é muito fã de bebidas alcóolicas na vida real, gosta de frequentar os eventos virtuais para socializar e diz que as pessoas até fingem que estão bêbadas. 

Quem também se destaca no metaverso é a brasileira Adriana Hoppenbrouwer, cofundadora da The Fabricant, empresa que aposta no mundo virtual e quer se tornar um ecossistema de moda digital, conforme a Veja. 

Dois jovens de 20 e poucos anos de Uganda e Gana achavam que poderiam ganhar muito dinheiro oferecendo serviços financeiros para os 1,2 bilhão de habitantes da África. Com 5 milhões de usuários, a Chipper Cash, com sede em São Francisco, está só no começo, segundo reportagem da Forbes. 

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