Imagem da matéria: De golpes à corretora de bitcoin criada pela XP: as sete empresas do setor que fecharam em 2020
Foto: Shutterstock

Se o ano de 2020 não tem sido fácil nem para os golpes com criptomoedas, para as empresas sérias está menos ainda. Seja por problemas derivados da pandemia de coronavírus ou por outros motivos, o mercado viu pelo menos sete empresas fecharem as portas oficialmente.

Ainda antes da crise gerada pela pandemia de coronavírus algumas já haviam fechado as portas. A vítima mais recente foi a Investtor, cujo fim foi decretado em junho.

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Antes dela, porém, outras exchanges também disseram adeus. Nem mesmo empresas com parceiros de renome, como a Xdex, foram poupadas. Sabia quais foram todos os casos até o momento:

3xBit

Em crise desde setembro de 2019, a 3xBit deu seus últimos suspiros nos primeiros meses de 2020. A empresa vinha bloqueando saques de clientes e também fez cortes em sua folha de pagamentos. Também teve o despejo de sua sede, em Campinas (SP), determinado pela Justiça.

O epitáfio da 3xBit veio na Quarta-Feira de Cinzas, no último dia 26 de fevereiro, quando seu site saiu de vez do ar. O motivo, segundo o CEO da empresa, Saint Clair de Izidoro, foi “por falta de pagamento ao provedor”.

A questão da falsa corretora, no entanto, era mais profunda. Dentro da exchange funcionava um esquema de leasing de Bitcoin orquestrado por Octávio de Paulo e divulgado por Saint Clair, que provocou prejuízo em centenas de pessoas.

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Justiça determinou despejo de corretora de bitcoin 3xBit por falta de pagamento
Sede da antiga exchange de criptomoedas 3xBit, em Campinas (SP)
(Foto: Divulgação)

Acesso Bitcoin e Latoex

No espaço de uma semana, no começo de fevereiro, duas corretoras de criptomoedas saíram de cena: a paulista Latoex e a gaúcha Acesso Bitcoin.

Antiga e-juno, a Latoex se definia como “a evolução que você sempre esperou no mercado de criptomoedas”, com as menores taxas do mercado.

O fechamento da Latoex foi confirmado por Diego Velasques, CEO da Latoex Capital, que era um braço de investimentos da exchange até a separação das duas empresas, em dezembro de 2019.

Já a Acesso Bitcoin se definia como um portal de acesso de usuários comuns ao universo das criptomoedas e prometia processos simplificados nas operações. O motivo do fechamento não foi informado pelos seus responsáveis.

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XDEX

A corretora de criptomoedas XDEX, criada pela XP Investimentos na metade de 2018, fechou as portas 17 meses depois de começar as operações, no final de março. Por questões regulatórias, mais tarde a empresa deixou de registrar a própria XP Investimentos em seu contrato social. 

“A projeção do mercado, competição e os poucos avanços regulatórios diminuíram as oportunidades encontradas no início do projeto e foram a base dessa difícil decisão tomada pela empresa”, disse a empresa no comunicado de fechamento.

Os planos da época de lançamento eram ambiciosos. Em uma entrevista para o Portal do Bitcoin, a CEO da empresa na época, Celina Ma, disse que o plano era atingir 1 milhão de clientes. A maior corretora do Brasil atualmente, por exemplo, tem 1,9 milhão conquistados em sete anos.

Prazo para sacar bitcoins da corretora XDEX da acaba hoje
Logo da Xdex, uma das exchanges que disseram ‘adeus’ em 2020
Foto: Reprodução/Divulgação

OmniTrade

Uma corretora de bitcoin que tinha seus custos pagos pelo dinheiro do bolso dos próprios sócios. Assim era a OmniTrade, que encerrou as atividades no final de março. O caso foi descrito pelo youtuber e criador da empresa, Fábio Akita, que afirmou que a empresa tinha um custo de R$ 50 mil por mês.

Embora a exchange não tivesse problemas de caixa, Akita conta que se viu diante de uma difícil escolha para este ano, em razão da crise gerada pela pandemia de coronavírus. Ou investir para a empresa se tornar maior, o que acarretaria mais custos em um período de baixa na economia; ou fechá-la, para reduzir custos e preservar o negócio principal, a empresa de programação CodeMiner.

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Sendo assim, o proprietário optou pela saída mais pragmática e decidiu pelo fechamento da OmniTrade para não colocar em risco sua empresa principal e nem demitir seus programadores.

CriptoHub

Em abril foi a vez da CriptoHub se juntar ao rol de corretoras que baixaram as portas em 2020.

“Os custos para manter a empresa, a segurança dos usuários, e a exchange no ar, está inviável, até que um aporte financeiro aconteça, e possamos escalar o marketing da empresa e colocar ela no mercado.”, disse o comunicado da empresa.

A CriptoHub surgiu de um ICO, realizado em 2018, que arrecadou milhões de reais através da venda de um token próprio chamado Criptohub Coin (CHBR). O lançamento da plataforma foi conturbado, contanto com diversos atrasos.

No comunicado de encerramento, a empresa não se manifestou sobre os CHBRs adquiridos pelos clientes durante o ICO. O token nunca foi listado em nenhuma exchange relevante.

Exchange brasileira de bitcoin sai do ar, e clientes temem exit scam
Glauco Gobatto (E) e Ramon Vailatti (centro), ambos da CriptoHub
(Foto: Divulgação)

Investtor

A Investtor foi a mais recente corretora a dizer adeus ao mercado brasileiro. Ela permitia a construção de um portfólio de criptomoedas, baseado no perfil do cliente e também servia como um guia do investidor.

“Resolvemos stopar o projeto e concentrar esforços e recursos em outros projetos”, disse na última quinta-feira (04/06) Lorenzo Frazzon, estrategista-chefe e fundador da Investtor, ao Portal do Bitcoin.

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O motivo declarado para o fechamento não foi falta de liquidez, mas o retorno abaixo do esperado pelos sócios. A atual crise econômica vivida pelo Brasil também pesou na decisão final.

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