Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, publicou em seu perfil no Instagram nesta quarta-feira (20) uma imagem com um cartaz escrito que “crepetomoeda” e “bitcóil” são o “retrato do relatório da CPI” da Covid-19.
A imagem é uma referência sobre a ida do empresário à CPI para depor no dia 29 de setembro. Na ocasião, Hang foi questionado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB/AL), se teria investimentos em criptomoedas e bitcoin.
A pronúncia de Calheiros não foi a correta, o que serviu de combustível para memes e tentativas de ridicularizar o senador.
Hang é um notório aliado e defensor do governo do presidente Jair Bolsonaro, maior alvo da comissão parlamentar que durou meses.
Quando perguntado em setembro, o empresário disse nem saber o que são criptomoeda e bitcoin.
Relatório da CPI da Covid-19
O senador Renan Calheiros pediu nesta quarta-feira (20) o indiciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, e mais 65 pessoas – entre elas, Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, todos filhos do Chefe do Executivo.
Leia Também
O relator da CPI quer que Bolsonaro responda pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crimes contra a humanidade e crime de responsabilidade.
O relatório pede o indiciamento de 66 pessoas, duas empresas (Precisa Medicamentos e VTC Log) e aponta que 23 crimes foram cometidos ao todo.
Calheiros diz que existem provas de que o governo optou por agir “de forma não técnica e desidiosa” no enfrentamento da pandemia.
Propina em Bitcoin
O outro momento em seu se falou de criptomoedas na CPI foi em julho. Na ocasião, o representante oficial da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, disse que a suposta propina sugerida por membros do Ministério da Saúde na compra de vacinas da AstraZeneca também envolveria a utilização de bitcoin. A Davati tentava negociar com o governo um lote de 400 milhões de doses do imunizante.
Foi Dominguetti que afirmou em junho, em entrevista para a Folha de São Paulo, que o Governo Bolsonaro – por intermédio do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias — teria pedido propina de US$ 1 na compra de vacinas. Blanco era assessor de Dias. Ambos não fazem mais parte da pasta.
“Isso aí (depósito) eu até fui questionado pela imprensa. Aparentemente eles estavam fazendo negociações de bitcoins. Eles queriam movimentar um dinheiro acredito que do Blanco para comprar bitcoins e para depois comprar vacinas. Aparentemente foi isso”, falou Carvalho.