Imagem da matéria: Bitcoin é citado na CPI da Pandemia como possível propina em compra de vacinas
Representante oficial da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho. (Foto: Agência Senado)

O representante oficial da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, disse nesta quinta-feira (15) na CPI da Pandemia que a suposta propina sugerida por membros do Ministério da Saúde na compra de vacinas da AstraZeneca também envolveria a utilização de bitcoin. A Davati tentava negociar com o governo um lote de 400 milhões de doses do imunizante.

Ele citou a criptomoeda ao responder a um questionamento da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Em resumo, Gama perguntou para ele sobre uma conversa via WhatsApp entre Marcelo Blanco, coronel da reserva e ex-assessor do Ministério da Saúde, e o revendedor de vacinas e PM, Luiz Paulo Dominguetti (também representante da Davati), a respeito de um depósito de US$ 1 milhão.

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Foi Dominguetti que afirmou no mês passado, em entrevista para a Folha de São Paulo, que o Governo Bolsonaro – por intermédio do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias — teria pedido propina de US$ 1 na compra de vacinas. Blanco era assessor de Dias. Ambos não fazem mais parte da pasta.

“Isso aí (depósito) eu até fui questionado pela imprensa. Aparentemente eles estavam fazendo negociações de bitcoins. Eles queriam movimentar um dinheiro acredito que do Blanco para comprar bitcoins e para depois comprar vacinas. Aparentemente foi isso”, falou Carvalho.

Em outro momento da CPI, a senadora Eliziane voltou a perguntar sobre a negociação de ativos digitais: “Quando o senhor se referiu aos bitcoins, eles têm alguma relação com essa negociação? A gente sabe que é uma prática que se usa para lavagem de dinheiro”.

Na reposta, Carvalho falou que essa pergunta deveria ser feita ao coronel Blanco. “Eu desconheço essa negociação e nunca fiz esse tipo de tratativa e se ele fez e ofereceu isso para lavar dinheiro ele tem que ser punido no Brasil”.

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Blanco negou uso de criptomoedas

A conversa entre Dominguetti e Blanco citada na CPI foi revelada pelo jornal Metrópoles no início deste mês. Além da possível utilização de criptomoedas com pagamento para de propina, a troca de mensagens indica que Blanco também queria vender vacinas para a rede privada, em uma tentativa de obter vantagem própria.

Ao veículo, o coronel disse que as criptomoedas não teriam qualquer relação com a negociação de vacinas. De acordo com ele, Dominguetti teria perguntando sobre bitcoin porque um amigo dele tinha uma certa quantidade de criptomoedas presas em uma conta e precisaria depositar dois BTC para recuperá-las, um caso que, se for verdade, seria um possível golpe.

Sobre a questão de negociar imunizantes com a rede privada, Blanco falou apenas que estava desenhando um projeto para compra de vacinas pelo setor privado.

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