O mercado de criptomoedas opera no vermelho nesta quinta-feira (4) após a escalada da tensão entre China e EUA e a invasão de carteiras da rede Solana. O Bitcoin (BTC) opera em baixa de 2,4% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 22.931,87, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) tem queda de 2,2%, negociado a US$ 1.627,20.
No Brasil, o Bitcoin amanhece com desvalorização de 1,8%, cotado a R$ 121.220,73, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins mostram desempenho misto como Binance Coin (+2,8%), XRP (-1,1%), Cardano (-1,8%), Polkadot (-0,9%), Dogecoin (-1,6%), Shiba Inu (-1,6%) e Avalanche (-1,4%).
Ataque à Solana
Solana tenta se recuperar do tombo, mas ainda opera em leve baixa de 0,5%. Com perdas estimadas entre US$ 5 milhões e US$ 8 milhões devido à invasão de cerca de 8 mil carteiras da blockchain, desenvolvedores podem ter identificado a origem do ataque: a carteira Slope.
“Após uma investigação por desenvolvedores, equipes de ecossistema e auditores de segurança, parece que os endereços afetados em um certo momento foram criados, importados ou usados em aplicativos da carteira móvel Slope”, diz mensagem do perfil @SolanaStatus.
After an investigation by developers, ecosystem teams, and security auditors, it appears affected addresses were at one point created, imported, or used in Slope mobile wallet applications. 1/2
— Solana Status (@SolanaStatus) August 3, 2022
A equipe da Slope Finance se pronunciou sobre o assunto em comunicado, mas evitou entrar em detalhes, dizendo apenas que “um grupo de carteiras Slope foi comprometido na violação” e que existem hipóteses ainda não confirmadas. A nota acrescenta que carteiras da própria equipe e de fundadores da Slope também foram drenadas.
Apesar da hipótese de que a invasão tenha sido um ataque do tipo “suply chain” (cadeia de suprimentos), o porta-voz da Solana, Austin Federa, destacou que a natureza do incidente ainda é incerta. Esse tipo de ataque ocorre quando um agente externo ou provedor com acesso aos sistemas e dados da vítima é infiltrado. Tanto carteiras de usuários do sistema iOs da Apple quanto do Android teriam sido alvo do ataque.
A invasão das carteiras da Solana era o assunto do dia no mercado cripto na quarta-feira (3), exceto na loja Solana Spaces em Nova York, que estava praticamente vazia quando abriu as portas às 10h no horário local, segundo a Bloomberg.
Bitcoin hoje
Os mercados em geral parecem ter se recuperado do susto provocado pela visita a Taiwan de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Deputados dos EUA. A viagem foi encerrada sem medidas drásticas da China, que considera a ilha como seu território.
Agora, as atenções se voltam ao cenário global de inflação e juros. Nesta quinta-feira (4), o Banco da Inglaterra deve seguir os passos de outras autoridades monetárias e subir a taxa básica em 0,5 ponto percentual.
“O Bitcoin precisa de um catalisador específico cripto para desencadear um movimento significativo acima do nível de US$ 24.700”, escreveu em nota Edward Moya, analista de mercado sênior da corretora de câmbio Oanda.
O BTC está muito longe de sua máxima de US$ 69 mil em novembro passado, mas grandes traders não desistem de apostar na maior criptomoeda. Pesquisa da formadora de mercado Cumberland publicada pelo CoinDesk revela que o Bitcoin pode subir para US$ 32 mil ainda este ano. Mas, antes disso, a moeda digital pode cair para US$ 16 mil em relação ao patamar atual.
Fernando Ulrich, head de educação da Liberta Investimentos, afirmou em entrevista ao Valor que o Bitcoin está no caminho para ser o “ouro digital”, por ser mais testado, robusto e conservador que as demais criptomoedas.
Outros destaques no mercado de criptomoedas
A Riot Blockchain, uma das maiores mineradoras de Bitcoin do mundo, produziu 318 bitcoins em julho, 28% menos na comparação com o mesmo mês de 2021. A empresa teve que paralisar algumas operações para reduzir o consumo de energia em meio à onda de calor no Texas, segundo comunicado.
A CoinSmart Financial está de olho em ativos baratos no Canadá, Europa e EUA durante o inverno cripto, que cria oportunidades de negócio, disse à Bloomberg o CEO Justin Hartzman.
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Já o CEO da Robinhood Markets descartou a possibilidade de a plataforma ser comprada pela gigante cripto FTX, informou o CoinDesk. Quando perguntado sobre o assunto em teleconferência sobre o balanço, Vlad Tenev respondeu que prefere a empresa se mantenha independente e tem US$ 6 bilhões em caixa que poderiam ser gastos em aquisições.
Na quarta-feira (3), a Robinhood também disse que está sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, relacionada ao cumprimento de uma regra para vendas a descoberto, o chamado “short selling”.
Acostumados a viver na economia mais estável da América Latina, chilenos têm recorrido às stablecoins para proteger ativos da recente inflação recorde e da crescente desvalorização do peso, mostra reportagem do CoinDesk.
O MB lança na segunda-feira (8) o curso “Crypto Class – O Momento da Virada” com André Franco, chefe de análise da maior plataforma de ativos digitais da América Latina. O objetivo é explicar fundamentos e fornecer ferramentas para ajudar a navegar nas altas e baixas do mercado cripto. Para marcar o início do curso, Franco fará uma live no canal do YouTube do MB, também na segunda (8), às 19h. As inscrições podem ser feitas pelo site: https://campanhas.mercadobitcoin.com.br/cryptoclass
Susan Miller desviou o olhar dos astros para a tecnologia blockchain. A astróloga, conhecida como pioneira de novas tecnologias, vai lançar sua primeira coleção de tokens não fungíveis (NFTs) com temas do zodíaco, de acordo com o CoinDesk. A coleção de 12 mil fotos de perfis digitais (PFP) será lançada na blockchain Polygon.
Venture capital
A Aglaé Ventures, empresa de venture capital que tem entre os investidores o CEO da LVMH, Bernard Arnault, pretende lançar um fundo com foco em Web3, disseram três fontes ao The Block. O prazo para o lançamento ainda não foi definido, mas o valor do fundo é estimado entre 100 milhões e 110 milhões de euros. Os investimentos da Aglaé Ventures incluem gigantes como Airbnb, Netflix e Slack.
O chefe global de criptoativos da PwC deixou a empresa para lançar um fundo de ativos digitais em Dubai. Henri Arslanian disse ao Financial Times que a “abertura” da indústria cripto de Dubai influenciou a decisão de estabelecer seu fundo Nine Blocks Capital Management na cidade do Golfo, onde recebeu aprovação regulatória provisória.
A Binance escolheu Yi He, diretora de marketing e cofundadora da exchange cripto, para liderar a Binance Labs, o braço de incubação e capital de risco da empresa. A executiva ficará encarregada de supervisionar a estratégia global e operações diárias da Binance Labs, enquanto busca investimentos, destacou a corretora em comunicado.
Regulação e CBDCs
O candidato ao governo do estado de São Paulo Fernando Haddad (PT) reiterou sua visão crítica sobre os criptoativos e o uso do Bitcoin como moeda de curso legal. Durante evento realizado na sede da Fiesp na quarta-feira (3), Haddad disse que políticas como a de El Salvador podem causar “muitos problemas” e que a desregulamentação dos mercados financeiros levou à crise de 2008.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de danos materiais e morais apresentado contra o Banco Original por um cliente, segundo o qual o bloqueio de sua conta teria causado perdas de mais de R$ 1 milhão em uma negociação de Bitcoin por meio da corretora Kraken. No período do bloqueio, o preço do Bitcoin passou de R$32.826,19 para R$35.701,62, o que teria afetado o investimento.
Nos EUA, uma coalizão de senadores reintroduziu uma emenda para esclarecer a definição do termo “broker (corretor) para empresas cripto na nova lei de infraestrutura do país. A emenda isentaria mineradores, validadores de rede e outros provedores que não realizam atividades típicas de corretores, informou o The Block.
Cibersegurança
A corretora ZB.com, que se descreve nas redes sociais como “a mais segura do mundo”, parece ter sido alvo na quarta-feira (3) de um ataque de hackers que roubou US$ 4,8 milhões em criptomoedas de carteiras da plataforma, que havia suspendido saques na terça-feira (2). A exchange, antes chamada CHBTC.com, é uma das mais antigas do mercado e tinha sede na China antes de o país proibir transações cripto em 2017.
Hackers “éticos” que protegeram fundos para a ponte Nomad durante a invasão que resultou em perdas de US$ 190 milhões na segunda-feira (1) devolveram quase US$ 9 milhões. Os fundos foram enviados para um endereço de carteira que pertence ao protocolo, de acordo com relatório da empresa de segurança PeckShield.
A exchange cripto Coinbase Global pediu à Suprema Corte dos EUA que dois processos sejam enviados para arbitragem, de acordo com a Bloomberg. Juízes federais haviam negado o pedido em ambos os casos. Os processos estão relacionados a perdas com fraudes e transações com Dogecoin.
Ishan Wahi, ex-gerente de produtos da Coinbase, se declarou inocente na quarta-feira (3) após ser acusado de fraude no potencial primeiro caso de uso de informações privilegiadas envolvendo criptomoedas, informou a Reuters.
O ministro das Finanças da Índia, Pankaj Chaudhary, disse que a corretora de criptomoedas WazirX, comprada pela Binance em 2019, está sendo investigada por crimes de lavagem de dinheiro e violações das leis cambiais. De acordo com o The Economic Times, a WazirX supostamente teria facilitado a lavagem do equivalente a U$ 350 milhões (em rupias indianas) de origem ilícita em sua plataforma.
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