A Lightning Labs, empresa especializada em construir soluções para pagamentos com Bitcoin, anunciou nesta terça-feira (5) que recebeu um aporte de US$ 70 milhões em uma rodada de investimentos de Série B. Entre os investidores estão Valor, Baillie Gifford, Goldcrest, Kingsway, Stillmark, Brevan Howard e NYDIG.
Além disso, a empresa anunciou o lançamento do Taro, um protocolo para expansão global do sistema de pagamentos da Lightning Network.
Em seu comunicado á imprensa, a empresa afirma que após conversar com pessoas que usam criptomoedas como meio de pagamento no dia a dia, uma demanda muito recorrente é permitir que stablecoins e bitcoins sejam integrados em uma mesma rede.
“Taro torna possível o envio de ativos como esses usando a rede bitcoin com a natureza instantânea, de alto volume e baixa taxa do Lightning”.
Segundo a companhia, “Taro ajuda o bitcoin de várias maneiras, incluindo a integração de pessoas ao bitcoin por meio de moeda fiduciária, onde eles podem facilmente trocar entre ativos. Isso é particularmente útil em um ambiente de alta inflação, pois muitas pessoas ao redor do mundo vivem em economias onde suas moedas estão continuamente perdendo valor. Assim, o Taro ajuda a facilitar o colocar o fiat nos trilhos até o bitcoin. Além disso, como Taro usa a liquidez do bitcoin para rotear ativos emitidos no protocolo, haverá maior demanda por bitcoin na Lightning Network. Como resultado, o bitcoin roteará dólares, moeda fiduciária e tudo mais”.
Lightning Network e Bitcoin
A Lightning Network é uma camada complementar que começou a ser criada em 2015, sendo ativada três anos depois — março de 2018.
O objetivo era criar uma solução para facilitar transações fora da cadeia em Bitcoin. Em setembro do ano passado, a rede atingiu marca de 10.000 nodes.
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Entre seus investidores estão Jack Dorsey, CEO do Twitter, e Charlie Lee, da Fundação Litecoin, e agora a Craft Ventures, com o recente investimento.
Em outubro de 2021, a Lightning Network alcançou um recorde de 15,6 mil nodes, segundo dados da Glassnode.
Na prática, nodes são usuários que rodam o protocolo da Lightning em suas máquinas e disponibilizam canais fora da rede principal do bitcoin para processar transações.
Esses canais compilam os pagamentos que processam em uma única transação, posteriormente liquidada na rede principal do bitcoin, permitindo que milhares de transações sejam feitas em questão de segundos por um custo reduzido.
Adoção da Lightning Network
Um quinto da capacidade total da rede Lightning, cerca de 514 BTC, foram adicionadas aos canais apenas em setembro de 2021. O que ajuda a entender esse crescimento tão rápido no curto intervalo de tempo é o aumento da adoção da Lightning Network.
Em 7 de setembro, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar bitcoin como moeda oficial e a maioria dos comércios locais que passaram a aceitar a criptomoeda como forma de pagamento, utilizam a Lightning Network para processar as transações.
No mesmo mês foi a vez do Twitter começar a permitir que usuários da rede social enviassem bitcoin uns para os outros através da solução de segunda camada.
As transações acontecem através do Strike, um aplicativo de pagamento de bitcoin desenvolvido sobre a rede Lightning.