O Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) é um dos credores da BWA. A empresa, que prometia altos rendimentos por meio de operações de arbitragem com criptomoedas e deixou de pagar os clientes, reteve R$ 600 mil da entidade.
O Ipeafro agora tenta na Justiça reaver esse valor, assim como outros investidores afetados pela crise na BWA, por meio de processo que corre no Foro de Santos (SP) – cidade na qual está sediada a empresa.
Um levantamento do Portal do Bitcoin apontou que, até 15 de janeiro, a BWA era alvo de 110 processos que, juntos, somavam mais de R$ 30 milhões. Alguns deles envolvem ainda a NegocieCoins, exchange do Bitcoin Banco, e a BAT Exchange.
Gratuidade negada
De acordo com os autos, foi por meio da NegocieCoins que o Ipeafro investiu os R$ 600 mil em criptoativos na BWA. Os rendimentos dessa aplicação – cerca de R$ 50 mil mensais – eram usados pela instituição para manutenção de suas atividades.
Sediado no Rio de Janeiro, o Ipeafro é uma associação civil sem fins lucrativos voltada à valorização e preservação de expressões culturais das populações afrodescendentes.
O caráter social da instituição e a importância dos valores retidos foram citados como argumentos para o Ipeafro solicitar gratuidade no processo, o que foi negado pela Justiça.
No despacho que traz a decisão, a juíza Glauce Helena Raphael Vicente Rodrigues citou que o montante aplicado, de R$ 600 mil, aliado ao fato de estar em uma corretora de criptomoedas, não justificam a gratuidade.
Com a gratuidade negada, o processo encontra-se paralisado, já que o Ipeafro seria o responsável por arcar com os custos da tramitação.
Procurado, o Ipeafro não respondeu até publicação desta reportagem. A BWA, no momento, sequer possui um canal de comunicação.
Entenda o caso BWA
Comandada pelo empresário Paulo Bilibio, que tem histórico de envolvimento com outra pirâmide financeira, a BWA se dirigia a um público seleto de clientes, uma vez que o aporte inicial em criptomoedas era de R$ 30 mil. Os saques estão travados desde dezembro passado.
Meses antes, em outubro, começou uma corrida por saques logo após vir à tona a notícia de que Bilibio foi sequestrado por policiais em novembro de 2018. O mandante seria um suposto credor que acusa o dono da BWA de ser o verdadeiro proprietário do Grupo Bitcoin Banco, outra empresa acusada de ser pirâmide financeira e que se encontra em recuperação judicial.
Bilibio disse à polícia que hoje vive na Flórida, nos Estados Unidos. Enquanto isso, a BWA segue em dívida com associados e ameaçada de despejo de sua sede, em Santos.
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