Pelo menos um dos sistemas da Prefeitura de Barrinhas (SP) voltou a funcionar na quarta-feira (20) depois da invasão hacker sofrida pela instituição no fim de outubro.
De acordo com a instituição, o sistema que faz a folha de pagamento foi liberado por uma empresa terceirizada que está analisando todo o equipamento da prefeitura, reportou o G1 nesta quinta-feira (21).
Segundo a Polícia Civil, trata-se de um caso de extorsão, já que houve o pedido de re sgate de cerca de R$ 7 mil em bitcoin.
Sendo assim, a prefeitura garante que os pagamentos de mil servidores voltarão à normalidade. Ou seja, feitos eletronicamente, inclusive o 13º salário. No início do mês eles foram feitos de forma manual devido ao ocorrido.
Contudo, os sistemas de contabilidade, tesouraria, tributação e arrecadação seguem paralisados. Segundo a Prefeitura, pode ser que a situação seja resolvida até o fim de semana.
Invasão hacker e bitcoin
Ao acessar o sistema da prefeitura no dia 28 de outubro, os servidores notaram que tudo estava travado. Uma mensagem dizia “servidor inexistente”.
Segundo o G1, o hacker enviou então um email pedindo o resgate em bitcoin. De acordo com a reportagem, a mensagem explicava como comprar a criptomoeda.
Como estava próximo de criar a folha de pagamento do mês, no dia 08 de novembro a prefeitura teve que realizar todos os pagamentos manualmente.
O Portal do Bitcoinbuscou informações nos departamentos de Contabilidade e de Recursos Humanos da Prefeitura de Barrinha. Até a publicação desta reportagem não houve retorno.
Uma empresa de segurança cibernética que pode estar analisando os computadores da instituição também foi contatada pela reportagem.
No entanto, a empresa também não retornou qualquer informação sobre o caso até o fechamento desta matéria.
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Resgate com bitcoin no Brasil
A prática de sequestro de sistema consiste na utilização pelos hackers de um vírus do tipo ransomware. Trata-se de um tipo de código malicioso que torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento.
Em muitos casos, os cibercriminosos, que podem estar em qualquer parte do mundo, exigem um pagamento de resgate para restabelecer o acesso aos usuários — muitas vezes em Bitcoin.
No Brasil, foram alvos de hacker nos últimos 15 meses as seguintes entidades:
Porto de Fortaleza, também no Ceará; Câmara Municipal de Palmas, no Tocantins; Santa Casa de Pirajuí, hospital que fica no interior de SP.
Empresas do setor privado também sofreram ataques — uma loja de produtos para bebês em Campo Grande (MS), uma empresa de contabilidade em Boa Vista, em Roraima.
Um dos casos mais recentes aconteceu em Fortaleza (CE). Também no fim de outubro, o sistema de informática do instituto de ensino Centec foi alvo de invasão hacker.
Segundo comunicado, a entidade disse que sofreu um ataque de ransomware que sequestra dados dos servidores cobrando resgate em bitcoin.
De acordo com a nota, a ação criminosa afetou o período de inscrições para o vestibular 2020 e teve que ser prorrogado até o dia 05 de dezembro.
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