Gustavo Scarpa em um campo de futebol usando o uniforme do Atlético Mineiro
(Divulgação/Atlético Mineiro)

Gustavo Scarpa, jogador de futebol do Atlético Mineiro, voltou a comentar na última terça-feira (20) sobre o processo judicial que move contra o também atleta Willian Bigode, que joga agora pelo Santos, acerca das acusações de golpe com criptomoedas na casa de R$ 6 milhões. 

De acordo com uma entrevista ao site Itatiaia, Scarpa disse que já conta com várias decisões favoráveis no processo, mas que ainda faltam passar por algumas etapas burocráticas que podem levar um certo tempo.

Publicidade

“O andamento do processo até o momento está muito bom, favorável. Não é para menos, não tem como não ser favorável”, disse ele à reportagem.

Scarpa tenta reaver os investimentos que foram aplicados em uma empresa chamada Xland Holding. Segundo informações na época, quando o caso veio à tona, em 2023, a intermediação do negócio teria sido feita por outra empresa, a WLJC, apontada como de propriedade Bigode.

Agora, Scarpa afirma que está confiante no desfecho favorável para então reaver o valor investido de volta. 

“O processo é contra todo mundo. Contra o Willian, a empresa do Willian, a empresa de criptomoeda. Contra todos eles. Acredito que serei ressarcido de toda a grana que perdi, nada mais que justo”, ressaltou.

Scarpa e Bigode já jogaram juntos no Palmeiras entre 2018 e 2021. Segundo a reportagem, desde que acionou a Justiça, Scarpa não conversou mais com o ex-companheiro de clube.

Publicidade

No início deste ano, Gustavo Scarpa disse que em algum momento iria falar “tudo que pensa” sobre William Bigode e que estaria esperando a justiça ser feita. “Prefiro nem comentar sobre, apesar da vontade que eu tenho de comentar, de falar tudo que eu penso dele, de tudo que ele fez”, disse na ocasião, segundo o Estadão.

Promessa de rendimentos de até 5% ao mês

O caso veio à tona em março de 2023 quando os jogadores Mayke e Gustavo Scarpa procuraram a Justiça de São Paulo para tentar reaver cerca de R$ 11 milhões em investimentos feitos em 2022 na Xland através da WLJC. 

A promessa de rendimento era de 3,5% a 5% ao mês em supostos investimentos em criptomoedas ofertados pela WLJC. No entanto, quando os clientes tentaram resgatar seus fundos, entre agosto e outubro de 2022, não tiveram sucesso.

Willian “Bigode” foi apontado como um dos proprietários da WLJC e o responsável por convencer os colegas de Palmeiras a colocarem dinheiro na pirâmide. Na época, Bigode também disse ter sido vítima no negócio e que teria perdido cerca de R$ 16 milhões.

Publicidade

Fantástico mostrou envolvidos

Também no ano passado, o programa Fantástico da TV Globo fez uma reportagem sobre o assunto, mostrando a cara dos supostos envolvidos, o que chegou aos nomes de Gabriel Nascimento, Jean Ribeiro e Marçal Siqueira.

O programa da TV Globo divulgou uma troca de mensagens entre os jogadores:

“Pelo respeito, amizade, consideração e amor que eu tenho por você, queria te dar um toque antes. Infelizmente vou ter que falar da sua empresa”, disse Scarpa a Willian, alertando sobre o processo que estava abrindo na Justiça. “É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, ressaltou.

Antes, Willian já não tinha mais respostas: “Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no senhor”, disse ele ao jogador.

Gabriel Nascimento, dono da Xland, falou com a reportagem e prometeu resolver o problema. Ele afirmou para seus clientes que a empresa mantinha R$ 2 bilhões em pedras preciosas, mas não comprovou ao Fantástico. 

Para o delegado Glaucius Vinicius Silva, que falou com a reportagem na ocasião, existem indícios de que houve o crime de estelionato.

Publicidade

Justiça bloqueia bens de “Bigode”

Em abril do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 7,8 milhões das contas bancárias do jogador Willian “Bigode” bem como de suas sócias na WLJC Gestão Financeira, Loisy de Siqueira e Camila Moreira de Biasi.

O bloqueio se deu no âmbito de um processo movido por Mayke, que atua pelo Palmeiras.

“Bigode” e Braiscompany

Reportagem do Portal do Bitcoin mostrou que “Bigode” aparentemente já teve amizade com outro famoso criador de pirâmides no Brasil: Antônio Neto Ais da Braiscompany.

Atualmente foragido da Polícia Federal junto com sua esposa Fabrícia Campos, Ais era o rosto da empresa que prometia entregar altos rendimentos aos clientes por meio de “aluguel de criptoativos” — um esquema de pirâmide financeira de R$ 1,5 bilhão, derrubado pela Polícia Federal em fevereiro de 2023.

A relação entre Ais e Bigode veio à tona por uma foto que começou a circular em perfis nas redes sociais de vítimas da Braiscompany, em que a dupla aparece posando com uma camisa do Palmeiras, ex-time do jogador.

Na imagem publicada por Antônio Neto nos stories do Instagram, ele elogia Willian Bigode e o chama de “irmão”. “Sem dúvida um craque dentro e fora do campo. Deus te abençoe irmão”, diz a legenda da imagem em que Bigode é marcado.

VOCÊ PODE GOSTAR
Gabriel Galípolo - diretor do banco central

Senado aprova Galípolo para assumir presidência do Banco Central em 2025

Até o fim do ano, haverá um processo de transição de comando na instituição entre Gabriel Galípolo e o atual presidente Roberto Campos Neto
Logo do EigenLayer com moedas em fundo escuro

EigenLayer comete erro grave e transfere R$ 30 milhões para hacker

A equipe afirmou que o incidente foi resultado de um erro de procedimento, garantindo que o protocolo não apresenta vulnerabilidades
Imagem da matéria: Manhã Cripto: Bitcoin volta para US$ 61 mil enquanto ETFs sofrem 3º dia de saídas

Manhã Cripto: Bitcoin volta para US$ 61 mil enquanto ETFs sofrem 3º dia de saídas

Preços podem oscilar ainda mais nesta sexta-feira com a divulgação do relatório de empregos de setembro nos EUA
Tela do DarkIRC chat

DarkIRC: Novo app de mensagens quer combater “censura brutal” contra devs de criptomoedas

A nova plataforma de mensagens anônimas da DarkFi se apresenta como um canal altamente seguro para comunicação privada