Imagem da matéria: FMI prevê recessão global em 2023 e nem China deve escapar; entenda como isso afeta as criptomoedas
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O ano de 2023 será mais díficil economicamente do que 2022 e muitos países do mundo devem passar por uma recessão econômica. A previsão é de Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), que falou sobre os desafios globais na segunda-feira (2) em entrevista para a emissora norte-americana CBS.

“Esperamos que um terço da economia mundial esteja em recessão. Por quê? Porque as três grandes economias – EUA, União Europeia, China – estão desacelerando simultaneamente”, disse Georgieva.

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A diretora do FMI ressaltou que os EUA podem se sair melhor se a taxa de desemprego continuar a cair e se a taxa de juros se mantiver alta (medida tomada para conter a inflação).

A União Europeia deve sofrer os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e a China uma onda de infecções da pandemia da covid-19. O gigante asiático deve pela primeira vez em décadas se comportar como o restante do mundo.

“Pela primeira vez em 40 anos, o crescimento da China em 2022 provavelmente será igual ou inferior ao crescimento global”, afirmou.

Georgieva não falou sobre o Brasil, mas ressaltou a desaceleração nas grandes economias acarreta em problemas para todos: “Quando olhamos para os mercados emergentes nas economias em desenvolvimento, o quadro é ainda pior”.

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Impacto para setor das criptomoedas

A recessão mundial pode significar em um primeiro momento uma queda para do mercado de criptomoedas: como a classe é vista como investimento e não meio de pagamento, a tendência é que menos pessoas coloquem dinheiro no setor e outras liquidem suas posições por necessidade de dinheiro.

Os evangelistas do Bitcoin apontam a maior criptomoeda do mercado como uma proteção contra a inflação. Não foi o caso em 2022, no entanto: no mesmo período que o ouro desvalorizou 1%, o BTC caiu mais 60%.

Poŕem, o Bitcoin tem demonstrado uma estabilidade nos últimos meses e se esse cenário se mantiver, a criptomoeda pode aos poucos voltar a ser vista como uma alternativa mais atraente para a desvalorização do dinheiro.

Uma coisa é certa: as criptomoedas ainda não conviveram com uma crise econômica mundial dessa magnitude. Ela foram criadas justamente como resposta à crise global de 2008 e, desde então, o mundo não viu uma crise tão prolongada.

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Um ano de recessão econômica nos três principais blocos de poder do mundo irá mostrar quais espaços as criptomoedas podem ocupar em um cenário tão complicado.

FMI e as criptomoedas

Em dezembro de 2021, o FMI alertou sobre riscos “sistêmicos” de estabilidade financeira do crescente setor cripto e pediu por regulações globais “amplas, consistentes e coordenadas” da indústria.

Em uma publicação, Tobias Adrian, Dong He e Aditya Narain, do FMI, argumentaram que “amplos padrões internacionais” podem resolver os riscos apresentados ao sistema financeiro pelas criptomoedas, enquanto pediram por um “ambiente que permita produtos úteis e aplicações de criptoativos”.

Fornecedores de serviços cripto, como corretoras, devem ser licenciadas ou autorizadas, argumentaram os autores da publicação, enquanto deve ser feita uma distinção entre serviços e produtos de investimento versus aqueles focados em pagamentos, pois investimentos são supervisionados pela reguladora de valores mobiliários e pagamentos são supervisionados pelo “banco central ou pela autoridade de supervisão de pagamentos”.

Por fim, instituições financeiras com exposição a cripto devem aderir a “requisitos transparentes”, incluindo limites de exposição, adequabilidade a investidores e avaliações de risco.

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Recomendações para El Salvador

Repetidas vezes, o FMI criticou El Salvador por sua decisão em adotar o bitcoin como moeda de curso legal. Em novembro do ano passado, a entidade reforçou a posição com um relatório que destacou os riscos relacionados ao uso da criptomoeda para a estabilidade do país.

Apesar do fato de que a economia de El Salvador rapidamente se recuperou da pandemia, “constantes déficit fiscais e altos serviços da dívida pública estão resultando em necessidades financeiras e fiscais brutas, maiores e crescentes”, afirmou o FMI.

“Dada a alta volatilidade de preço do bitcoin, seu uso como moeda corrente apresenta riscos significativos à proteção dos consumidores, integridade financeira e estabilidade financeira”, complementou. “Também dá origem a responsabilidades fiscais contingentes.”

Dados os riscos mencionados acima, “o bitcoin não deve ser usado como moeda corrente”, argumentou o FMI, acrescentando que a organização “recomenda a redução do escopo da lei bitcoin e insiste no fortalecimento de regulações e supervisão do novo ecossistema de pagamentos”.

Como será o mercado de criptomoedas em 2023? Clique aqui e descubra no relatório gratuito do time de Research do MB

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