O governo dos EUA deu início a uma série de vendas de bitcoins (BTC) no último dia 14 de març,o com o despejo de 9.861 BTCs no mercado. A venda, que representa cerca de R$ 1,4 bilhão (US$ 216 milhões) na cotação atual, consta em um documento revelado nesta sexta-feira (31) e faz parte do famoso caso do mercado negro da deep web Silk Road, cujo desfecho foi a apreensão de mais de 50 mil BTCs em novembro do ano passado.
“Com relação aos 51.351,89785803 Bitcoins perdidos no caso [Ross] Ulbricht perante o Juiz Schofield, o governo começou a liquidá-lo (vendê-lo). Em 14 de março de 2023, o Governo vendeu 9.861,1707894 BTC por um total de $ 215.738.154,98. Com a taxa de transação, o valor líquido foi de $ 215.522.416,83”, diz um trecho do processo.
O documento revela também que o governo dos EUA pretende liquidar os 41.490 BTC restantes em quatro parcelas ao longo de 2023.
Tais vendas já eram esperadas desde que analistas do mercado identificaram grandes movimentações nas carteiras de criptomoedas do governo no início do mês. Na ocasião, pelo menos 49 mil BTCs passaram por transferências entre carteiras, segundo análise on-chain da Glassnode e Peckshield.
O saldo de 50 mil BTCs que o governo americano mantinha antes desta venda estava avaliado em R$ 7,2 bilhões (US$ 1,4 bilhão) Porém, quando foram apreendidos em novembro do ano passado, valiam cerca de R$ 18,2 bilhões (US$ 3,6 bilhões).
Transferência para Coinbase assustou traders
Quando foram reveladas as primeiras movimentações nas carteiras do governo dos EUA — que é considerado o maior holder de bitcoin atualmente —, os traders de criptomoedas ficaram assustados, principalmente quando veio à tona que o endereço de uma carteiras que recebeu BTCs era vinculado à corretora americana Coinbase.
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Isso porque um despejo de 50 mil BTCs no mercado poderia derrubar o preço da maioria das altcoins devido à dominância do bitcoin, que sempre esteve perto de 50%. Portanto, se o BTC cai, a tendência é de queda para as principais criptomoedas também.
Apreensões de bitcoin e leilões públicos
Nos últimos anos, autoridades do mundo inteiro se capacitaram para entender o funcionamento das criptomoedas para poderem ter as ferramentas necessárias para a apreensão de ativos oriundos de crimes. Os EUA, por meio do FBI, é um dos países que mais monitoram crimes dessa natureza.
Os bitcoins apreendidos geralmente são vendidos em leilões públicos conduzidos ou pela Administração de Serviços Gerais (GSA) ou pela US Marshals Service, um dos escritórios que compõem o Departamento de Justiça (DOJ).
Foram vários leilões nos últimos anos, sendo o mais conhecido até hoje o que teve como licitante o empresário Tim Draper, em 2014, que arrematou todo o estoque de 30 mil BTCs pagando apenas US$ 650 em cada unidade.
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