O deputado federal Luis Miranda (DEM/DF), que foi manchete no Fantástico por supostamente ter aplicado golpes no Brasil e nos Estados Unidos, citou seu caso como exemplo durante Audiência Pública na Câmara realizada na quarta-feira (11,) que tratava sobre a regulação de criptomoedas no Brasil.
Quando discutia sobre quem seriam os responsáveis por débitos futuros com a Receita Federal em determinados casos, o deputado fez comentários e usou o seu como exemplo.
Antes, porém, ele discorreu sobre como seria o desfecho ao final de um processo onde uma empresa de criptomoedas que teve seus fundos retidos, o que dificultou o cumprimento de impostos pelos clientes.
Considerando a própria premissa, o deputado citou seu caso como exemplo.
“Eu tenho um negócio nos Estados Unidos em que um grupo afetou diretamente o negócio. Esse grupo é investigado, criminalizado e agora está mais do que provado que eles são os responsáveis”.
E questionou:
“Só que o investidor que ali investiu com você, ele não quer perder tempo arrumando um culpado, ele vai direto na empresa. E como é que fica a vida desses empresários que foram literalmente afetados?”.
Presidida pelo parlamentar, a audiência contou com a participação de representantes de várias entidades, como Receita Federal, UIP (antigo Coaf), Ministério da Justiça, associação e profissionais de exchanges de criptomoedas, entre outras.
Rodrigo Maia e DEM
Segundo o Correio Braziliense, Luis Miranda entregou, também na quarta-feira, sua defesa ao departamento jurídico do DEM.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara e do mesmo partido do deputado, falou ao Bom dia DF. Ele disse que aguarda explicações sobre denúncias mostradas pelo Fantástico para decidir se abre ou não processo disciplinar contra Miranda.
Deputado suspeito
Na reportagem do Fantástico, os repórteres encontraram supostas vítimas do deputado, mas ele negou as acusações, alegando que os ataques virtuais tinham como um dos objetivos arruinar seu negócio de cursos online.
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Por meio de vídeos em redes sociais, Miranda se apresentava como um empresário que tinha alcançado sucesso em pouco tempo. “Venho crescendo absurdamente aqui nos EUA”.
Alimentando a esperança de pessoas, ele transformou esses seguidores, cerca de 4 milhões, em alunos em seus cursos online e capitalizou com o negócio.
“Ele demonstrava ali como se fosse uma coisa muito fácil, muito garantida, que daria muito certo. É um estelionatário, um quadrilheiro”, disse uma das vítimas na matéria.
Miranda também criou outra fonte de renda e passou a oferecer negócios com carros. Ele dizia que comprava veículos batidos em leilões, reformava e revendia por um preço maior.
Para isso, os sócios teriam de mandar dinheiro para ele e, ao final do processo, eles repartiram o lucro meio a meio, o que não acontecia, segundo as supostas vítimas.
Grupo de investimentos
Outro suposto golpe aplicado por Miranda foi a criação de um ‘grupo de investimento’ chamado LX Holding cuja sede, hoje abandonada, ficava no centro comercial de Miami.
Ele persuadia investidores prometendo altos lucros. “Em um vídeo, Miranda disse que quem investisse US$ 1 mil teria US$ 150 mil após cinco anos”.
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