Brian Armstrong, CEO da Coinbase, disse que a corretora irá cumprir com a proibição de usuários russos caso o governo americano imponha tais regras.
“Se o governo americano decidir impor uma proibição, é claro que iremos seguir essas leis”, disse Armstrong em um tuíte.
Armstrong também aproveitou a oportunidade para reafirmar a postura da corretora quando o assunto é banir usuários russos da corretora em meio à invasão à Ucrânia.
“Não iremos banir antecipadamente todos os usuários russos de usarem a Coinbase. Acreditamos que todos merecem ter acesso a serviços financeiros básicos a menos que a lei diga o contrário”, acrescentou.
Armstrong afirmou que “alguns cidadãos russos estão usando cripto como um salva-vidas agora que sua moeda [o rublo russo] entrou em colapso”.
Corretoras cripto e sanções
A visão da Coinbase está alinhada à de outras corretoras, como Binance e Kraken, que disseram que não vão banir antecipadamente todos os usuários russos enquanto também afirmaram que vão obedecer a requisitos de sanções específicas que surgirem.
Outras corretoras já agiram de forma diferente.
A corretora Whitebit contou ao Decrypt, via e-mail, que já tomou medidas para suspender o acesso de usuários russos.
“Procedimentos para verificar listas de sanções foram implementados, atividades de negociação com RUB foram encerradas e o registro de usuários de países da Federação Russa e da República da Bielorrússia foi suspenso”, confirmou a Whitebit ao Decrypt via e-mail.
Sanções à Rússia
Desde a invasão da Rússia à Ucrânia na última quinta-feira (24), sanções impostas contra o Estado russo e interesses russos foram amplas.
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Até agora, incluem uma onda de sanções contra bancos russos (incluindo o banco central do país) e empresas estatais, sanções a pessoas-chave do país, controles de exportação e restrições de negociação e investimento nas regiões de Luhansk e Donetsk.
Um grupo seleto de bancos russos também foi banido do sistema internacional de pagamentos SWIFT.
Quando o assunto é cripto, a situação continua fluida.
Esta semana, Bruno le Maire, ministro das Finanças da França, disse que a União Europeia está “tomando medidas” para garantir que a Rússia não recorra às criptomoedas para evadir sanções.
Além disso, o Tesouro Americano apresentou novas regulações baseadas em uma ordem executiva existente e criada para reprimir atividades ilícitas da Rússia.
A ordem executiva, chamada de “Blocking Property with Respect to Specified Harmful Foreign Activities of the Government of the Russian Federation” (ou “Bloqueio de Propriedades em Relação a Atividades Estrangeiras Específicas e Danosas do Governo da Federação Russa”, em tradução livre), foi instaurada em abril de 2021.
As novas regulações, chamadas de “Russian Harmful Foreign Activities Sanctions Regulations” (ou “Regulações de Sanções a Atividades Russas Estrangeiras e Danosas”), entraram em vigor nesta terça-feira (1º) e podem ser consultadas no site governamental Federal Register.
Por incluírem cripto, essas novas regras visam “transações enganosas ou estruturas ou negócios para evitar quaisquer sanções dos Estados Unidos, incluindo por meio do uso de moedas ou ativos digitais ou o uso de ativos físicos”.
Em sua série de tuítes mais recentes, Armstrong garantiu que a Coinbase verifica pessoas que se cadastram para acessar seus serviços com “listas globais de observação”.
Ele acrescentou que a corretora “bloqueia transações de endereços de IP que podem pertencer a entidades ou indivíduos sancionados”.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.