O mercado de criptomoedas perde força, com o Bitcoin negociado abaixo de US$ 44.000 no pregão da Ásia. O token LEO da Bitfinex vai na contramão após a apreensão de US$ 3,6 bilhões em BTC por autoridades dos Estados Unidos. No Brasil, o Bitcoin é cotado a R$ 230 mil, com queda de 1,6%, conforme o índice do Portal do Bitcoin.
A falta de convicção de compradores, evidenciada pelo baixo volume de negociação, pode ser um sinal de que o mercado ainda irá oscilar antes de encontrar um piso, dizem traders. Análise do Cointelegraph aponta que a diminuição da oferta de Bitcoin nas exchanges e o aumento de baleias “adormecidas” no mercado têm sido determinantes para a flutuação de preços do BTC.
O foco dos traders agora estaria na marca dos US$ 45.000. “O recuo atual é devido a uma certa realização de lucros após uma transferência gigante”, disse à Bloomberg, Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak + Co. Já para o JPMorgan, o “valor justo” do Bitcoin está cerca de 12% abaixo do preço atual, com base em sua volatilidade em comparação com o ouro.
O índice de força relativa (RSI) no gráfico de quatro horas começa a sair do território de sobrecompra, semelhante ao que ocorreu no fim de dezembro em meio à tendência baixista de curto prazo. Mas, desta vez, o Bitcoin superou os níveis de resistência anteriores, o que significa que a retração atual pode se estabilizar em breve, segundo o CoinDesk.
O BTC era cotado a US$ US$ 43.588,93 às 6h10 de Brasília, praticamente estável nas últimas 24 horas. Em sete dias, a criptomoeda com maior capitalização de mercado mostra alta de 12,2%, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum também opera com estabilidade, cotado a US$ 3.112,85 no mesmo período. O token LEO tem ganho de 53% nas últimas 24 horas, na esteira da apreensão de Bitcoins relacionados ao ataque à Bitfinex em 2016.
Acorde bem informado
Avanço dos criptoativos: Relatório do Wells Fargo faz uma comparação da adoção dos criptoativos com outras tecnologias, como a Internet. Em 1996 somente 77 milhões de pessoas tinham acesso à web. No ano 2000, eram 400 milhões e, atualmente, quase 5 bilhões navegam online. Segundo o estudo do Wells Fargo, há razões para acreditar que a adoção dos ativos digitais seja ainda mais rápida do que a da Internet, principalmente porque inovações mais recentes, como os smartphones ou o Wi-Fi, foram adotadas ainda mais rápido.
Regulação e CBDCs
Eleições nos EUA: A Coinbase está apoiando um comitê de ação política (PAC, na sigla em inglês). Na segunda-feira, a exchange registrou o “Coinbase Innovation PAC” na Comissão Eleitoral Federal, um forte sinal de seu desejo de influenciar autoridades federais durante a campanha das eleições de meio de mandato de 2022.
Risco cripto: A Federal Deposit Insurance Corporation informou que criptomoedas (e principalmente os riscos envolvidos na indústria cripto) serão uma área prioritária em 2022. “A rápida introdução de uma variedade de criptoativos ou produtos de ativos digitais no sistema financeiro pode apresentar riscos à segurança, robustez e ao sistema financeiro”, afirmou Martin J. Gruenerg, presidente da agência.
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Impostos na Índia: No início da semana, a ministra das Finanças indiana, Nirmala Sitharaman, anunciou que os lucros com a venda de ativos virtuais serão tributados a uma alíquota fixa de 30%, sem deduções ou isenções. Para especialistas, a medida teria mais impacto para investidores de curto prazo. “Acreditamos que a estrutura de tributação introduzida pelo governo certamente desencorajará especuladores e apostadores”, disse Suraj Ramakrishnan, um dos fundadores da MintingM, gestora de criptoativos de Mumbai.
Futuro das stablecoins: Análise da Forbes destaca que stablecoins propriamente estruturadas e transparentes sobre os ativos reais que as sustentam se tornarão uma alternativa ao dinheiro estatal. A estabilidade dessas criptomoedas, segundo a publicação, permite que elas sejam usadas em transações comerciais, principalmente aquelas que envolvem contratos de longo prazo.
Contabilidade: Em coluna no Financial Times, Francine McKenna, professora da American University, diz que, apesar do crescente uso de ativos digitais, ainda há uma grande brecha nas regras contábeis sobre o que fazer quando as empresas possuem esses ativos.
Segurança
Prisão em NY: Autoridades federais apreenderam cerca de US$ 3,6 bilhões em Bitcoins vinculados ao ataque de hackers à exchange Bitfinex em 2016. O casal Ilya “Dutch” Lichtenstein e Heather Morgan foi preso em Nova York na terça-feira sob acusações de conspiração para lavagem de dinheiro relativa ao hack da Bitfinex. Cerca de 120 mil BTC foram roubados no ataque de 2016, na época avaliados em US$ 60 milhões.
Metaverso, Games e NFTs
Aposta da Osten: O grupo de revenda de veículos esportivos e serviços automotivos pretende investir R$ 100 milhões este ano em empresas novatas de tecnologia por meio de seu braço de aceleração de startups, a Osten Moove. “Estamos montando um conjunto de startups que atuem em projetos de inteligência artificial, blockchain, tokens não fungíveis (NFTs) e deep learning [área mais avançada do aprendizado de máquina]”, afirma Fabiano Nagamatsu, diretor da Osten Moove.
Web3 no radar: A Alchemy, que fornece ferramentas blockchain, anunciou a captação de mais US$ 200 milhões das empresas de capital de risco Lightspeed e Silver Lake. Com a rodada, a startup agora é avaliada em US$ 10,2 bilhões.
Leilão de CryptoPunks: A Sotheby’s, mostra o mostra o Coindesk, vai listar 104 tokens não fungíveis de CryptoPunks, em um leilão ao vivo na cidade de Nova York marcado para 23 de fevereiro. A coleção, que será vendida como um único lote, pode arrecadar entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, de acordo com a Sotheby’s.
Metaverso no Reino Unido: O metaverso estará sujeito a uma regulamentação rigorosa no país, o que tornará as gigantes de tecnologia por trás dos mundos virtuais abertas a potenciais multas de bilhões de libras. A afirmação é de especialistas cujo trabalho dá suporte à futura Lei de Segurança Online, conforme o Financial Times.
Metaverso na UE: A União Europeia também está analisando o metaverso e as ações necessárias para sua regulação, segundo Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão Europeia. “O metaverso já está aqui. É claro que estamos analisando qual seria o papel do regulador e da nossa legislatura”, afirmou Vestager em evento online, segundo informado pela Reuters.