Imagem da matéria: Governo dos EUA prende casal e confisca US$ 3,6 bilhões em bitcoin ligados a hack de corretora
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Nesta terça-feira (8), o Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ, na sigla em inglês) anunciou que duas pessoas foram presas por acusações de conspiração de lavagem de criptomoedas roubadas durante o hack à Bitfinex em 2016.

Até agora, autoridades confiscaram mais de US$ 3,6 bilhões em bitcoins (BTC) ligados ao hack, segundo o DOJ.

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“As prisões de hoje, e o maior confisco financeiro pelo departamento, mostram que criptomoedas não são um refúgio para criminosos”, afirmou a vice-procuradora Lisa O. Monaco.

“Em uma tentativa fútil de manter anonimidade digital, os acusados lavaram fundos roubados por meio de um labirinto de transações em criptomoedas”, afirmou.

“Graças ao trabalho meticuloso das autoridades, o departamento novamente demonstrou como pode e irá seguir o dinheiro, não importa a forma em que ele esteja.”

Um porta-voz da Bitfinex afirmou: “Estamos contentes de que o DOJ recuperou uma parte significativa dos bitcoins roubados durante o hack de 2016. Estamos cooperando extensivamente com o DOJ desde que sua investigação desse incidente começou”.

Um porta-voz da Tether, empresa-irmã da Bitfinex, acrescentou que a Bitfinex planeja continuar trabalho com o DOJ para recuperar os bitcoins roubados.

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“A Bitfinex planeja fornecer mais atualizações sobre suas iniciativas de obter um retorno dos bitcoins roubados como e quando essas atualizações estiverem disponíveis”, afirmou o porta-voz.

De acordo com a declaração do DOJ, autoridades federais prenderam Ilya Lichtenstein e sua esposa Heather Morgan.

Ambos são da cidade de Nova York e a previsão é que compareçam diante do tribunal federal na tarde desta terça-feira. Ambas as pessoas foram acusadas de conspiração para fraudar o Estados Unidos. Essas acusações podem resultar em 20 e cinco anos de prisão, respectivamente.

Segundo documentos do tribunal, ambas as partes alegadamente conspiraram em lavar 119.754 BTCs, todos roubados da plataforma Bitfinex quando foi hackeada em 2016.

Durante o hack, mais de duas mil transações não autorizadas enviaram fundos ilícitos a uma carteira digital que estava sob o controle de Lichtenstein, afirmam as autoridades.

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94 mil bitcoins da Bitfinex

Por meio de um “complicado processo de lavagem de dinheiro”, alguns desses fundos acabaram indo para contas tradicionais operadas e controladas por ambas as partes, alega o DOJ.

O restante dos fundos (compostos de mais de 94 mil BTC) continuou na carteira de Lichtenstein, de acordo com o DOJ. Agentes federais obtiveram acesso a esses documentos após mandados de busca autorizados pelo tribunal foram executados.

“Criptomoedas e as corretoras de moedas digitais que as negociam compõem uma parte expandida do sistema financeiro americano, mas roubos de moedas digitais executados por meio de esquemas complexos de lavagem de dinheiro podem prejudicar a confiança em criptomoedas”, afirmou o procurador Matthew N. Graves.

Em termos de como os fundos foram movimentados, autoridades federais afirmam que ambas as partes implementaram “inúmeras técnicas sofisticadas de lavagem”.

Essas alegadamente incluem o uso de identidades falsas para criar contas on-line, usando programas de computador para automatizar transações e depositando fundos roubados em contas de múltiplas corretoras e mercados da darknet (um processo chamado de “layering”).

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Em seguida, o casal alegadamente converteu bitcoin para outras formas de criptomoedas, descritas pelo DOJ como “moedas virtuais com anonimidade reforçada”, bem como usando contas comerciais americanas para legitimar sua atividade.

“Agentes especiais da Unidade de Cibercrimes do IRS-CI novamente desvendaram uma técnica sofisticada de lavagem, permitindo que rastreassem, acessassem e confiscassem os fundos roubados, resultando no maior confisco de criptomoedas até hoje, avaliado em mais de US$ 3,6 bilhões”, afirmou Jim lee, diretor de investigação criminal do Serviço Interno de Receita (ou IRS).

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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