O uso de dados e informações on-chain, direto da blockchain, será um instrumento fundamental para os reguladores do mercado brasileiro, que em poucos dias verá a entrada em vigor da nova Lei das Criptomoedas. Essa é a visão de Jonathan Levin, cofundador da empresa de análise Chainalysis. O empresário participa do evento Criptorama/Money Monster Brazil, que acontece nesta terça (6) e quarta-feira em Brasília.
Segundo Levin, o mercado de criptomoedas se mantêm forte apesar das seguidas crises dos últimos dois anos. “A correlação entre empresas de tecnologia, Bitcoin e Ethereum segue muito forte. A indústria vem mostrando resiliência”, diz.
Nesse quadro, o Brasil se destaca. Levin diz que o país lidera a adoção de criptomoedas na América Latina e já é o sétimo maior do mundo no quesito. “As stablecoins são particularmente populares no Brasil. É diferente do que acontece em outros mercados como os EUA. E isso mostra que, no Brasil e na América Latina, há novos caminhos para a criptoeconomia”, afirma.
Na visão do empresário, essa importância do mercado brasileiro está por trás da decisão da empresa de manter equipes próprias no país – no total, a Chainalysis tem clientes em 90 países.
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No caso do mercado das moedas digitais, Levin vê desafios similares para os reguladores com os dos demais mercados: garantir pontos como estabildade financeira, proteção ao consumidor, integridade do mercado e risco prudencial.
Mas segundo ele, o mercado cripto é o único que consegue responder a esses desafios com dados vindos da blockchain. “O desafio é tornar esses dados acessíveis para reguladores e poder público”, diz. É aí que a empresa pretende seguir atuando.
A análise de dados on-chain pode ajudar as autoridades a entender, por exemplo, quais os principais tokens e volume de trade dentro de uma jurisdição específica. Também pode ajudar a identificar irregularidades como front running e wash trading.
A Chainalysis também está envolvida na investigação de alguns dos casos policiais mais importantes ao redor do mundo que envolvem criptomoedas e blockchain. A empresa produziu em relatório recente com a análise sobre a denúncia de que quase mil endereços de Bitcoin que estariam ligados ao governo russo. No Brasil, entre outros casos, a companhia foi contratada pela polícia para rastrear as criptomoedas da pirâmide MSK.
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