O ex-CEO da Mt. Gox, Mark Karpelès, disse nesta quarta-feira (24) que irá começar a devolver o dinheiro dos clientes por volta de junho de 2022. A declaração foi feita em seu perfil de Twitter, após uma pergunta de um seguidor.
O seguidor perguntou ao executivo: “Senhor, quando teremos os reembolsos?”. E Karpèles disse: “Creio que por volta de junho de 2022”.
Desde 2014, milhares de pessoas estão com bitcoins presos na empresa. A perspectiva de que estes ativos retornem ao mercado é um medo recorrente para os investidores.
Os bitcoins perdidos da Mt. Gox
O golpe na Mt. Gox foi duro, mas a empresa conseguiu consertar o problema antes de ter todos os ativos roubados. O pouco que sobrou ainda é muito: em março de 2019, um balanço da empresa mostrava que ela possuía 141.686 BTC em sua posse, o que equivale na cotação do momento da publicação deste texto a quase R$ 45 bilhões.
Em outubro deste ano, foi divulgado que os credores da Mt. Gox podem receber mais de US$ 9 bilhões em bitcoin, de acordo com um documento sobre o plano de recuperação enviado ao Tribunal do Distrito de Tóquio.
Aqui, o termo “credores” se refere às diversas vítimas que perderam dinheiro quando a corretora cripto foi hackeada em 2014.
Os olhos do mundo cripto estão atentos a este montante de BTCs parados. Em julho de 2019, a Fortress Investment Group oferceu pagar US$ 900 por bitcoin para os credores da empresa e assumir o crédito no lugar deles.
Mesmo na época, em 2019, esses US$ 900 eram apenas 7% da cotação do bitcoin naquele momento. Mas, por outro lado, eram 200% a mais do que em 2014, quando a corretora quebrou.
O caso MtGox
Mt. Gox foi uma corretora do Japão que se tornou infame na História do setor cripto. A empresa tombou em 2014 quando era responsável por aproximadamente 70% das transações mundiais em bitcoin.
Em fevereiro de 2014, a corretora ficou off-line após problemas de saque começarem no início do mesmo mês. Logo ficou claro que essas falhas eram um presságio de algo bem pior. Um hacker conseguiu roubar 850 mil Bitcoins da corretora, que semanas depois dos primeiros indícios parou de operar.
Quando a Mt. Gox sofreu o colapso, gerou uma queda no preço do bitcoin: de US$ 800 para US$ 400 (uma quantia bem distante dos atuais preços).
Desde o colapso da corretora, tem sido um caminho árduo para credores da Mt. Gox, que lidaram com atrasos no plano de recuperação e altas taxas em uma batalha para recuperar seus fundos perdidos.