As maiores criptomoedas são negociadas com perdas na manhã desta segunda-feira (5), com investidores globais focados no cenário macro da ecomomia.
Enquanto as bolsas da Ásia subiram na esteira do rali em Wall Street na sexta (2), os índices futuros dos EUA oscilam em meio à decisão da Arábia Saudita de cortar a produção de petróleo e expectativa de retomada do aperto monetário pelo Fed depois da possível pausa neste mês.
O Bitcoin (BTC) registra queda de 1,3% nas últimas 24 horas, para US$ 26.801,81, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC cai 0,8%, cotado a R$ 134.416,67, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Já o Ethereum (ETH) opera em baixa de 1,4%, negociado a US$ 1.872,41.
As principais altcoins são negociadas em terreno negativo, com destaque BNB (-2%), Cardano (-1,1%), Dogecoin (-1,5%), Polygon (-1,8%), Solana (-0,2%), Polkadot (-1,4%), Avalanche (+0,5%) e Shiba Inu (-1,3%).
XRP destoa com alta de 1,6% em 24 horas e ganho de 11,7% em sete dias.
Relatório do MB Research publicado pelo Portal do Bitcoin destaca 11 possíveis aplicações que farão airdrops (distribuição de tokens ou criptomoedas) no futuro e qual estratégia seria mais bem-sucedida para garantir o máximo de unidades aos usuários.
Bitcoin hoje
A semana começa com traders atentos às declarações de autoridades monetárias dos EUA e Europa.
Análise da Reuters aponta que o relatório de emprego nos EUA divulgado na sexta (2), com forte criação de vagas, mas desaceleração dos ganhos salariais, só reforça a tese de que uma provável pausa do banco central americano em junho vai apenas sinalizar um novo aumento em julho, de forma a ganhar tempo para avaliar melhor os dados.
Na zona do euro, investidores ainda estão divididos. Apesar do recuo da inflação na região, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a instituição deve seguir apertando a política monetária.
E mais um fator deve complicar a vida dos bancos centrais. A decisão da Arábia Saudita, membro da Opep+, de reduzir sua produção em 1 milhão de barris diários em julho, o que pode causar nova pressão sobre a inflação.
Em relação ao impacto desse cenário no preço do Bitcoin, Joe DiPasquale, da BitBull Capital, disse ao CoinDesk que o tema desta semana será de correção e consolidação antes da decisão de juros do Federal Reserve, que será anunciada em 14 de junho.
“Esperávamos uma correção e consolidação entre os níveis de US$ 25 mil e US$ 27 mil, e é isso que testemunhamos no último mês”, afirmou em nota.
A baixa volatilidade também tem marcado as negociações da maior criptomoeda. De acordo com análise recente do The Block Research, a cotação do BTC está mais estável do que o preço das ações das gigantes Amazon e Meta, dona do Facebook e Instagram.
Um tema que preocupa desenvolvedores de Bitcoin é o alto volume dos chamados tokens BRC-20 emitidos na blockchain mais antiga do universo cripto. De acordo com reportagem da Bloomberg, o debate se as transações com essas memecoins devem ser rejeitadas ganha força.
Com o congestionamento da rede e disputa por espaço em blocos, empresas de mineração de BTC não têm do que reclamar, com um novo recorde de receita pelo terceiro mês seguido.
No caso da Marathon Digital, a empresa minerou 1.245 BTCs em maio, um salto de 77% na comparação mensal.
Volume da Coinbase
Apesar do marasmo recente, o Bitcoin subiu mais de 60% desde janeiro, o que também ajudou a impulsionar em 90% a ação da Coinbase Global no mesmo período, segundo o Financial Times.
Mas a maior exchange cripto dos EUA enfrenta o desinteresse de investidores de varejo, de acordo com o jornal. O número de usuários mensais que realizam transações, conhecidos pela sigla MTU, somou 8,4 milhões no primeiro trimestre, comparados a 9,2 milhões no mesmo período de 2022. Nessa comparação, o volume de trading caiu mais de 50%, enquanto a receita com transações encolheu 63%.
A pressão regulatória sobre a Coinbase nos EUA é outro ponto que gera cautela entre investidores, o que também tem afetado a percepção sobre a rival Binance, maior corretora cripto do mundo.
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Nesse contexto, Richard Teng, que assumiu recentemente o comando de todos os mercados regionais da Binance fora dos EUA, poderia ser o “herdeiro” de Changpeng “CZ” Zhao caso o CEO decida renunciar ao posto, disseram fontes à Bloomberg.
Enquanto isso, Justin Sun, fundador da blockchain Tron e conselheiro da Huobi, contou ao CoinDesk que a exchange cripto pode conseguir uma licença para operar em Hong Kong entre seis e 12 meses.
Ataque à Atomic Wallet
Cerca de US$ 35 milhões em vários tokens foram roubados da Atomic Wallet, um serviço centralizado de armazenamento e carteira cripto, segundo o CoinDesk.
Os tokens roubados incluem Bitcoin, Ethereum, Tether, Dogecoin, Litecoin, BNB Coin e Polygon. A stablecoin USDT, baseada na rede Tron, parecia ter o maior volume roubado, de acordo com análises on-chain do detetive de investigação blockchain @ZachXBT.
Em tuíte nesta segunda-feira (5), a Atomic Wallet disse que os clientes afetados representam “menos de 1% de nossos usuários ativos mensais”. A última transação em que tokens foram drenados teria ocorrido no sábado (3).
De acordo com o Decrypt, a Atomic Wallet não soube explicar como os ataques ocorreram, mas disse que está investigando o caso.
“Isso é seriamente assustador”, disse no Twitter Ignas, pesquisador de finanças descentralizadas (DeFi). “A Atomic Wallet, apesar de existir há anos, ainda é hackeada.” Com 5 milhões de downloads, a Atomic foi fundada em 2017.
Em meio à nova invasão, dados da empresa de segurança De.Fi mostram que, em maio, investidores de criptoativos perderam mais de US$ 54 milhões devido a fraudes e golpes do estilo “rug pull” (literalmente puxão de tapete).
E, na caça aos hackers, a empresa de dados cripto Elliptic disse que está recorrendo à inteligência artificial para acelerar os processos, enquanto a seguradora cripto Evertas foi autorizada a oferecer a maior apólice individual contra perdas de exchanges e empresas de custódia: US$ 420 milhões, informou a Reuters.
Pirâmide com robô trader
Na opinião do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a “desinformação” sobre os criptoativos explica, em parte, a má reputação da classe de ativos, de acordo com o Valor Econômico.
“Foi uma conversa interessante no board do BIS (Banco de Compensações Internacionais). Algumas pessoas falavam ‘isso é muito ruim, porque pessoas estão perdendo dinheiro’. Eu dizia ‘bom, cassino é muito ruim, as pessoas costumam perder dinheiro'”, afirmou no evento “Valor Capital’s Crypto Workshop”, organizado pelo Valor Capital Group, em São Paulo.
No entanto, investidores continuam à mercê de promessas de retorno duvidosas.
Reportagem do Portal do Bitcoin revela que atores do elenco do programa de humor A Praça é Nossa, do SBT, estão sendo pagos para promover o Versobot, um esquema que promete gerar rendimentos automáticos aos investidores a cada 8 horas. O lucro vem de um suposto bot de arbitragem capaz de gerar um retorno de 2% ao dia sobre o capital investido.
O criador do Versobot, Aldo Toledo, já teve passagem por diversas pirâmides financeiras, inclusive a OneCoin, da “Rainha das Criptomoedas”, procurada pelo FBI.
Os atores do SBT foram procurados para comentar a relação com o Versobot, mas ainda não responderam.
Outros destaques das criptomoedas
Apenas um mês após a exchange cripto FTX apresentar uma demanda de US$ 4 bilhões à plataforma de crédito cripto Genesis, também em recuperação judicial, agora a empresa fundada por Sam Bankman-Fried contesta uma alegação de que não tem direito a nada, segundo o Cointelegraph.
De acordo com documento registrado em 2 de junho no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, investidores da FTX se opuseram à estimativa da Genesis de que os créditos devidos equivalem a “US$ 0,00”, o que foi afirmado pela Genesis em moção apresentada em 1º de junho. Os credores da FTX alegam que não participaram do processo de mediação e não receberam “nenhuma notificação prévia” antes da moção ser apresentada.
No espaço do mundo virtual, cresce a expectativa para o lançamento dos óculos de realidade mista da Apple, que pode ser apresentado nesta segunda-feira (5) durante a Conferência Mundial de Desenvolvedores (WWDC, na sigla em inglês).
Especialistas destacaram ao Decrypt que a Apple tem um talento especial para levar tecnologias emergentes às massas, e seu novo aparelho pode fazer justamente isso no campo da realidade aumentada (AR). Essas plataformas poderiam ser um catalisador-chave que amplificaria o metaverso e jogos blockchain por meio de novas experiências integradas à vida cotidiana.
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