A Associação Nacional Centro da Cidadania em Defesa do Consumidor e Trabalhador (Acecont), entidade com sede no Rio de Janeiro, entrou com uma ação coletiva no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) contra a GAS Consultoria e empresas ligadas ao ‘Faraó do Bitcoin’ Glaidson dos Santos e sua esposa Mirelis Zarpa. As informações são do jornal O Globo, que teve acesso aos autos.
No processo, registrado na 2ª Vara Empresarial da Capital na última terça-feira (1º), a Acecont pede R$ 17 bilhões, que representam o montante total aportado por cerca de 300 mil clientes da GAS Consultoria em âmbito nacional.
As empresas alvo são GAS Assessoria & Consultoria Digital EIRELI; GAS Consultoria e Tecnologia LTDA; e MYD Zerpa Tecnologia EIRELI, conforme levantamento do Portal do Bitcoin.
Segundo O Globo, os advogados que trabalham no processo criminal que corre na 3ª Vara Federal Criminal do consideram que o montante bloqueado na Justiça até o momento, cerca de R$ 300 milhões, não é o suficiente para cobrir o ressarcimento aos clientes lesados.
“O pagamento urgente aos clientes se revela necessário, tendo em vista que somente a devolução do capital dos consumidores não será de molde a estancar as dívidas celebradas até a presente data, e os efeitos sociais e econômicos são gigantescos e avassaladores”, diz um trecho do processo.
“Estamos falando de pessoas extremamente prejudicadas, que necessitam com urgência do dinheiro”, comentou no processo a advogada Renata Mansur Fernandes Bacelar, que assinou o documento juntamente com a advogada Mayra Vieira Dias e os advogados David Alfredo Nigri e Jorge Alexandre Calazans Bahia
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GAS Consultoria
Glaidson Acácio dos Santos, que está preso por suspeita de fraude contra o sistema econômico, também é investigado por tentativa de homicídio contra um concorrente da GAS Consultoria.
Além do ex-garçom, são alvos de investigação da Polícia Civil do Rio e Polícia Federal a esposa de Santos, a venezuelana Mirelis Zerpa, Michael Magno de Souza, conhecido como “corretor das celebridades”, dentre outros.
O negócio criado por Glaidson consistia em oferta de investimentos em supostas operações com criptomoedas cujo rendimento prometido era na casa dos 10% ao mês.
A CVM viu indícios de crime contra a economia popular e denunciou a empresa ao Ministério Público que deu andamento no processo.
A Operação Kryptos foi deflagrada em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público. Em sua primeira batida, encontrou na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias e 591 bitcoins. No mês passado, a Justiça negou pela segunda vez o pedido de habeas corpus do ex-garçom.