Imagem da matéria: Santander usa Bitcoin Banco e Atlas Quantum em caso contra corretoras de criptomoedas
Foto: Shutterstock

O Santander apresentou na última quarta-feira (18) um novo documento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que justifica encerramento de contas de empresas do segmento cripto a partir de casos de suspeitas de fraudes envolvendo empresas de criptomoedas. A instituição bancária citou nessa petição o casos envolvendo a Atlas Quantum e o Grupo Bitcoin Banco (GBB).

Por meio de uma petição de 13 páginas e com documentos em anexo, o banco pediu ao órgão regulador para que arquivasse o inquérito administrativo que visa apurar conduta anticoncorrencial dessas instituições com as exchanges.

Publicidade

O Santander sustentou, em sua defesa, que não houve perseguição a empresas deste setor, uma vez que os bancos devem se atentar à prevenção de fraudes e à gestão de riscos. 

“Toda regulamentação do mercado impõe aos bancos o dever de evitar contratos e operações que contenham elementos ou indícios de comprometimento à integridade do Sistema Financeiro Nacional e de reportar essas situações aos órgãos de controle”. 

Mais uma vez a instituição mencionou a falta de regulação dos órgãos em face deste ativo criptografado como se isso fosse um elemento a favor dos bancos. Em complemento, o Santander argumentou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) chegou a lançar um material falando dos riscos desse mercado.

Argumentos do Santander

Para fundamentar sua tese, a instituição financeira ainda relatou que houve uma crescente onda de desconfiança do Estado sobre o setor de criptomoedas. O Santander mencionou até mesmo o desejo de a Câmara dos Deputados instaurar uma CPI para investigar empresas deste segmento suspeitas de atuar em esquemas de pirâmides financeiras.

Publicidade

O banco também mencionou os escândalos ocorridos a partir de investimentos presos no Grupo Bitcoin Banco. A instituição, no entanto, se ateve mais à proibição feita pela (CVM) de a Atlas Quantum atuar no mercado.

“Não bastasse o vasto apanhado de reportagens indicativas dos riscos envolvidos ao transacionar criptoativos acima, a CVM já exarou determinação específica à Atlas Quantum, corretora de criptoativos, em razão de reiterados incidentes indiciários de fraude e más práticas comerciais”. 

O banco lembrou que a Deliberação CVM N 8238 havia determinado multa diária de R$ 100 mil caso a plataforma de criptomoedas não se abstivesse de oferecer seus produtos financeiros ao público. 

A questão, entretanto, é que esses fatos sucederam após os encerramentos das contas das empresas do setor. Mesmo assim, o Santander apontou como se fossem fatores que explicassem a atuação dos bancos e chamou de equivocada a visão da Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB).

Publicidade

Sem concorrência

Segundo a instituição financeira não haveria por parte dela conduta anticoncorrencial pois ela sequer estaria competindo com as empresas do setor. O Santander disse que não possui uma empresa sequer no seu grupo que negocia esse tipo de ativo.

Com o objetivo de afastar a incidência da Lei 12.529/11 ao que tange a posição dominante no mercado, o Santander sustentou que possui 6,1% de todos os depósitos à vista feitos no país. 

“A conduta de recusa de contratar só é considerada anticompetitiva, quando (1) a empresa praticante tiver posição dominante; (ii) a conduta tenha a capacidade de eliminar ou prejudicar a concorrência no mercado impactado; (iii) exista um racional anticompetitivo para a conduta; e (iv) inexista uma justificativa lícita, racional economicamente, para legitimar a conduta”, sustentou o Santander. 

 Para a instituição, não há qualquer indício que demonstre a existência de recusa de contratar e/ou de negativa de acesso a infraestrutura essencial. O banco, em complemento, sustentou que para isso “deve restar comprovado que a recusa é injustificada e que há uma relação de dependência em relação ao agente que recusa”.

De acordo com o Santander, diversas corretoras de criptomoedas possuíam contas correntes ativas na instituição antes da denúncia e que algumas dessas empresas permanecem com o relacionamento ativo sob análise (Enhanced Due Diligence). 

Publicidade

A instituição apontou, então, que essa avaliação irá considerar “os volumes transacionados, contrapartes, programa de integridade, atendimento à legislação vigente da Receita Federal do Brasil, dentre outros aspectos de controle necessários sob a ótica de boa prática de Compliance”. 

Segundo o Santander, não foi encontrado em sua base de dados as negativas de abertura de contas mencionadas pelas corretoras Coinbr, Braziliex e Bitblue. O banco, desta forma, pediu que as afirmações feitas por essas empresas fossem desconsideradas pelo Cade para fins de investigação.

Outro pedido de arquivamento

Essa não é a primeira vez que um banco requer o arquivamento deste inquérito administrativo. Antes de o Santander ter apresentado essa defesa, o Itaú requereu a mesma coisa com argumentos diferenciados, no entanto.

O Itaú afirmou, então, em outubro que o órgão não possuía competência para tratar sobre o assunto que envolve o encerramento de contas das corretoras de criptomoedas. O banco sustentou naquele período que a discussão seria de regulação e não de concorrência de mercado.

A questão, contudo, é que o Itaú é detentor de 49,9% das ações da XP investimentos, empresa que no ano passado fundou uma corretora de criptomoedas. Esse fato foi o que levou a ministra da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi, a afirmar que os bancos não trabalham com a verdade, durante o julgamento do Recurso Especial 1696214/SP.


Compre Bitcoin na Coinext 

Compre Bitcoin e outras criptomoedas na corretora mais segura do Brasil. Cadastre-se e veja como é simples, acesse: https://coinext.com.br

VOCÊ PODE GOSTAR
Tela de celular mostra logotipo Drex- no fundo notas de cem reais

BC divulga lista de projetos selecionados para 2ª fase de testes do Drex

Os consórcios participantes vão testar serviços financeiros disponibilizados por meio de smart contracts
Bárbara Espir posa para foto

Bitso nomeia nova country manager para operação no Brasil

Bárbara Espir terá como missão continuar a expansão da Bitso no país
Agentes da PF e Receita em ação durante a operação Niflheim

PF caça grupo criminoso que movimentou R$ 55 bilhões em criptomoedas para o exterior

Investigados por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, líderes de três grupos atuavam a partir da cidade de Caxias do Sul (RS) e de Orlando (EUA)
Agente rodoviário olha máquinas de bitcoin mineração em pickup

Polícia apreende 18 máquinas de mineração de Bitcoin em operação na Paraíba

Agentes da PRF também apreenderam drogas e produtos sem nota fiscal; três foram detidos