O governo da Mongólia Interior, região autônoma que faz fronteira com a China e a Rússia, divulgou na terça-feira (18) três canais para denúncias sobre empresas de mineração de criptomoedas que operam ilegalmente no país. Com a ação, a autoridade cumpre o que disse em março, quando na ocasião proibiu a atividade e afirmou que fecharia todas empresas do setor.
Contando agora com a ajuda do cidadão, este pode ser o último esforço da província chinesa para eliminar as operações locais de mineração de criptomoedas. Na plataforma de denúncia, criada pelo Ministério de Energia da Mongólia Interior, o governo promete sigilo total da identidade, de acordo com a lei, de quem der informações que leve as autoridades ao paradeiro das empresas, comentou o The Block ao compartilhar a notícia.
Segundo apurou o site, além de denúncias de empresas específicas de criptomoedas, o governo também espera receber informações de empresas que atuam disfarçadas, desfrutando de benefícios fiscais, imobiliários e de energia, como se fosse apenas um data center. Será alvo também qualquer empresa que ofereça serviços de aluguel de terras para operações de mineração.
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A investida contra o setor, porém, tem um propósito político-econômico para o país. Conter a mineração de criptomoedas é parte de um plano maior da Mongólia Interior para atender às métricas de emissão de carbono nos próximos cinco anos.
Em 2016, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), entidade ligada ao plano macroeconômico da China, estabeleceu uma meta de redução de carbono. Apesar de não ter sido uma obrigação local, Mongólia Interior esteve em consonância, mas só em teoria.
Quando do início do plano em 2016, a meta para as regiões era de reduzir o consumo nacional de energia por PIB em 15% em relação ao quinquênio anterior até o ano de 2020. No entanto, segundo o The Block, a Mongólia Interior foi a única província que não conseguiu bater a meta, tendo, inclusive, consumido mais ainda eletricidade.
A mesma ação contra mineradores de criptomeodas também ocorreu no Irã, no final de 2019. Na época, as autoridades iranianas ofereceram recompensa para quem denunciasse empresas do setor. O motivo, contudo, é que o governo viu abuso no uso da energia elétrica subsidiada pelas estatais, registrando um aumento de 7% no consumo.