bitcoin sobre bandeira dos eua
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O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), braço do Federal Reserve (Fed) responsável pela definição da política monetária dos Estados Unidos, se reúne nesta quarta-feira (7) para decidir se mantém, reduz ou eleva a taxa básica de juros da maior economia do mundo. Essa decisão tem impacto direto em todas as camadas do mercado financeiro global — e o Bitcoin não é exceção. Um corte nos juros torna os títulos públicos menos atrativos e fortalece ações de tecnologia e ativos mais voláteis, como as criptomoedas.

O dilema é que, embora juros mais baixos possam estimular uma economia que vem mostrando sinais de fraqueza, também podem incentivar o consumo e, consequentemente, pressionar a inflação.

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Atualmente, a taxa de juros dos EUA está entre 4,25% e 4,5%, e o consenso entre os analistas é de que o FOMC deve mantê-la inalterada nesta reunião. Ainda assim, o encontro pode trazer surpresas. O tom, as palavras e as análises do presidente do Fed, Jerome Powell, serão determinantes para entender como a decisão afetará o preço do Bitcoin.

Todos os especialistas entrevistados pelo Portal do Bitcoin destacaram que o fator mais relevante será a forma como Powell se posicionará. Rony Szuster, head de crypto research do MB, observa que o presidente do Fed pode adotar um discurso mais favorável a cortes futuros, diante de dados negativos, como a prévia do PIB. “Isso aumentaria as expectativas por um corte de juros em junho, favorecendo ativos de risco como o BTC, que pode se valorizar mais em função da sinalização futura do Fed do que da decisão atual.”

Julián Colombo, diretor sênior de políticas públicas e estratégia para a América do Sul na Bitso, alerta: “Se o FOMC adotar um tom mais cauteloso ou adiar os cortes, o mercado pode reagir com queda.”

Israel Buzaym, country manager da Bybit, afirma que “caso Powell sinalize cortes futuros, o BTC pode retomar sua tendência de alta, impulsionado por maior liquidez e apetite por risco”.

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Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destaca que o Bitcoin já caiu da faixa dos US$ 97 mil para US$ 93,8 mil devido ao receio com a reunião do FOMC. “Caso Jerome Powell indique que o banco central está mais inclinado a flexibilizar a política monetária nos próximos meses, isso pode trazer novo fôlego ao Bitcoin e a outros ativos de risco.”

Beto Fernandes, analista da Foxbit, prevê que o Fed não deve sinalizar cortes por ora. “Na última reunião, Powell já enfrentava críticas de Trump e manteve uma postura mais cautelosa, sem ceder à pressão por uma possível redução dos juros. Essa parece ser a tendência para amanhã: um discurso que ressalta os riscos de um tarifaço.”

Segundo Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx, ciclos anteriores mostraram que o verdadeiro impacto no mercado de ativos de risco, como o Bitcoin, geralmente vem das sinalizações futuras do Fed — e não da decisão em si.

“Caso o FOMC sinalize cortes a partir de junho e demonstre confiança em uma desaceleração econômica controlada, o Bitcoin pode ganhar impulso e testar a faixa dos US$ 100 mil. Por outro lado, uma mensagem cautelosa, sem compromisso claro com o afrouxamento ou mantendo uma postura dependente de dados, provavelmente alimentará a aversão ao risco e poderá empurrar o BTC para os níveis de suporte entre US$ 91.500 e US$ 92.000”, afirma Gutiérrez.

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Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, acrescenta: “Se a expectativa do mercado se confirmar e o FOMC mantiver a taxa inalterada, o preço do Bitcoin tende a não reagir com força e pode entrar em uma nova fase de lateralização no curto prazo. Esse cenário pode mudar caso Jerome Powell adote um discurso mais duro do que o esperado.”

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