Imagem da matéria: Quem é o ministro ucraniano que colocou as criptomoedas no centro da guerra com a Rússia
Mykhailo Fedorov (Foto: Reprodução/Twitter)

Ucrânia e Rússia travam atualmente a primeira guerra na era digital em que as criptomoedas exercem um papel importante para ambos os lados.

Enquanto o resto do mundo se preocupa com Vladimir Putin usando criptoativos para escapar das sanções econômicas, a população russa usa bitcoin para se proteger da forte desvalorização que a moeda doméstica enfrenta após seu presidente dar início a uma guerra.

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Do outro lado estão os ucranianos que usam criptomoedas por sua portabilidade enquanto são forçados a deixar seu país natal. Já os ucranianos que ficaram, angariam doações de criptomoedas de apoiadores ao redor do mundo e usam esse dinheiro para a compra de comida à equipamentos militares.

Para usar a criptomoeda a seu favor, a Ucrânia conta com Mykhailo Fedorov, o ministro de Transformação Digital que provou ser capaz de fazer muita coisa com um simples tuíte de 140 caracteres.

Fedorov foi rápido ao perceber que pessoas ao redor do mundo estavam ajudando organizações independentes do país com criptomoedas.

Dois dias depois do início da guerra, o perfil oficial do governo ucraniano anunciou no Twitter que estava recebendo doações em BTC, ETH e USDT. A partir daí, Fedorov assumiu as rédeas e se tornou o porta-voz do governo em todos os assuntos relacionados ao meio cripto.

Ele atendeu aos pedidos da comunidade e expandiu o leque de criptomoedas aceitas — recebendo até mesmo Dogecoin — e assim, foi capaz de arrecadar mais de R$ 300 milhões para seu país. 

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Fedorov também firmou parcerias com empresas da área, como a corretora FTX, para criar um site de doações cripto, e anunciou que o governo lançaria uma coleção de NFTs para montar um “museu da guerra russo-ucraniana”. 

Para concretizar a visão de que criptomoeda é aliada ao invés de inimiga, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aprovou na última quarta (17) uma lei que legaliza o mercado cripto no país e obriga que bancos abram contas para empresas da área. 

Sem dúvidas, o ministro Mykhailo Fedorov teve influência na decisão do presidente em assinar o mesmo projeto de lei que em setembro do ano passado, se negou a sancionar.

Quem é Mykhailo Fedorov?

Com 31 anos de idade, Mykhailo Fedorov é o ministro mais novo do governo ucraniano. Antes de assumir a liderança do Ministério da Transformação Digital e o cargo de vice-primeiro-ministro, Fedorov era um empreendedor da área de tecnologia.

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Talvez tenha sido a partir dessa experiência que ele aprendeu que a tecnologia pode ser uma arma poderosa para enfrentar um inimigo muito mais rico e poderoso.

Na sua primeira entrevista desde o início da guerra, Fedorov deu ao The New York Times mais detalhes sobre sua vida.

Ele cresceu numa pequena cidade no sul da Ucrânia chamada Vasylivka, e quando adulto, fundou a SMMSTUDIO, uma empresa de marketing digital que tinha como um dos seus principais clientes Volodymyr Zelensky, quando ele ainda era apenas um ator.

Quando Zelansky decidiu concorrer na corrida presidencial da Ucrânia em 2019, Fedorov se tornou o diretor digital da campanha e, assim como agora, foi decisivo em usar as redes sociais para retratar Zelensky como um símbolo de mudança.

Assim que Zelansky venceu a eleição em abril daquele ano, trouxe Fedorov para a sua administração para liderar o Ministério da Transformação Digital.

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Pressão pública

Por conseguir se comunicar com o resto do mundo melhor do que ninguém, Fedorov passou a exercer uma papel fundamental na guerra da Ucrânia, sem timidez na hora de pressionar grandes empresas e bilionários a ajudar seu país.   

Foi isso que ele fez com Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, quando pediu através de um tuíte que ele enviasse para a Ucrânia o sistema de internet via satélite da Starlink, fabricado pela SpaceX. Cerca de 48 horas depois, um caminhão cheio de equipamentos chegava à Ucrânia.

Além de pedir ajuda ao seu país, o ministro também começou uma legítima batalha digital para estrangular a economia russa, pressionando publicamente grandes empresas a parar de fazer negócios como a Rússia.

Um dia depois da guerra começar, ele enviou cartas à Apple, Google e Netflix, pedindo para que elas parassem de oferecer seus serviços aos russos. Poucos dias depois, a Apple parou de vender novos iPhones e outros produtos na Rússia. 

Já o Google passou a restringir o acesso a certos recursos do Google Maps após Fedorov dizer que eles ameaçavam a segurança do país ao ajudar que soldados russos se localizarem na região.

“Acho que essa escolha é tão preta no branco quanto possível. É hora de tomar um lado, seja do lado da paz ou do lado do terror e do assassinato”, disse o ministro ao The New York Times.

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Saindo do mainstream, ele também ajudou a formar um grupo de hackers voluntários para causar estragos em sites russos e serviços online.

Na visão de Fedorov, dificultar a vida da população russa é a única forma de motivá-la a lutar contra a tirania de Putin. À revista Time, o ministro defendeu que essas estratégias serão decisivas para ajudar a Ucrânia prevalecer em meio à guerra:

“Acho que o futuro está na tecnologia, e é por isso que venceremos”.

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