Imagem da matéria: PIX e Open Banking ajudarão retomada da economia pós-Covid, diz diretor do Banco Central
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Além de mudar para sempre o sistema de pagamentos no Brasil com transações instantâneas, o PIX pode ajudar na retomada da economia pós-coronavírus? Para João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), a resposta é sim.

Essa visão foi defendida pelo diretor do BC e demais debatedores no CIAB Live, promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O evento, que teve início nesta terça-feira (23) e vai até quinta (25), teve um painel dedicado ao sistema de pagamentos instantâneos em desenvolvimento pelo Banco Central.

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“PIX e uma oportunidade no que se se refere ao comércio. É um condão de redução de custos de transação. E tudo o que diminui o custo de transação potencializa o crescimento”, exemplifica o diretor.

Mello complementa que essa redução de custos e de tempo nos processos reverbera não só em operações cotidianas, mas também em questões macroeconômicas.

“Não é só um motor de retomada do crescimento cíclico, mas também um motor importantíssimo de crescimento sustentável a longo prazo”, completa Mello.

O entusiasmo do diretor do BC com o PIX foi compartilhado no painel por Ivo Mósca, superintendente de Open Banking & Pagamentos Instantâneos do Itaú Unibanco.

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“O PIX traz uma série de oportunidades para esse mercado, abre um caminho muito grande para a digitalização dos clientes. Acho que o PIX é transformacional e vem para se incorporar ao dia a dia das pessoas”, complementa.

Open Banking

O potencial do PIX de acelerador da economia também é atribuído ao Open Banking, outro importante processo em curso no mercado financeiro nacional.

O Open Banking corresponde a um conjunto de regras e tecnologias que permitem o compartilhamento — seguro, eficiente e mediante autorização prévia — de informações cadastrais e financeiras de pessoas e empresas.

Assim como o PIX e o Sandbox Regulatório, o Open Banking é parte de um plano maior do Banco Central, a Agenda BC#, que visa modernizar o sistema financeiro nacional. E essa modernização, segundo Mello, reduz custos e processos e potencializa ganhos econômicos.

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“Todos esses projetos têm de se vistos num contexto mais amplo, da melhoria de eficiência e de competição no sistema financeiro para que a gente ataque os problemas de forma estrutural”.

“Eu diria que o Open Banking é tão transformacional quanto foi a internet para o setor bancário. A despeito da complexidade nos bastidores, a capacidade de oferecer ao cliente novos serviços e produtos de forma simples vai ser o grande diferencial”, complementou Leandro Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, durante o debate.

Esse caráter de transformação do PIX e do Open Banking foram citados por Mello como o principal motivo para manter o cronograma de implantação dos dois programas, mesmo em meio à pandemia.

PIX para saques no varejo

Atualmente em fase de homologação, o PIX já conta com a adesão de 980 instituições financeiras e tem data de estreia marcada para 16 de novembro. Um Soft Opening, uma espécie de grande ensaio geral para o serviço, está agendado para 3 de novembro.

O PIX promete ajudar a fomentar uma série de inovações junto ao mercado financeiro brasileiro. Um exemplo desse potencial foi o anúncio do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na segunda-feira (22), de que o sistema vai permitir a realização de saques por meio de lojas.

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Campos Neto disse que maiores detalhes serão anunciados somente no mês de agosto. No entanto, adiantou que os saques via rede varejista “têm potencial de reduzir ainda mais o custo logístico e operacional com a distribuição de numerário” e de gerar negócios adicionais aos varejistas”.

PIX com companhia

Ao chegar ao mercado em novembro, o PIX encontrará companhia. Isso porque no último dia 15 de junho o Facebook anunciou o lançamento da função de envio e recebimento de pagamentos por meio do WhatsApp.

Para analistas consultados pelo Portal do Bitcoin, a chegada do serviço via WhatsApp configura um cenário “pré-PIX” e a existência de ambos a partir de novembro gera curiosidade sobre como ambos vão se comportar.

O popular aplicativo de mensagens tem no Brasil, com cerca de 120 milhões de usuários, seu segundo maior mercado no mundo — atrás somente da Índia. Essa capilaridade é um dos trunfos da big tech, que marca assim sua entrada no mercado de pagamentos no Brasil.

Por outro lado, o PIX conta já de saída com boa parte do mercado de pagamentos ao menos em processo de adesão ao serviço.


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