A Polícia Federal (PF) confiscou quantias não reveladas de criptomoedas na terça-feira (21) de uma organização criminosa que promovia a migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos. O confisco foi feito quando a organização cumpria mandatos de busca e apreensão contra o grupo.
A quadrilha, que operava na região de Governador Valadares (MG), é acusada de levar ilegalmente aos EUA 197 pessoas, incluindo crianças e adolescentes, por meio da fronteira do México.
O uso de criptomoedas era uma forma do grupo tentar ocultar o rastro do dinheiro ganho com a atividade ilegal, de acordo com a nota da PF sobre a operação Relicta Mori, deflagrada na terça para desarticular a organização.
Além de quantias de criptomoedas, as autoridades também apreenderam valores em espécie, veículos e imóveis, bem como o bloqueio de outros ativos financeiros.
Mandados de prisão preventiva também foram cumpridos durante a operação e dois membros da organização foram detidos. Ambos vão responder pelo crime de tráfico de pessoas e homicídio, e poderão cumprir até 26 anos de prisão se forem condenados.
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Migração ilegal
O crime de homicídio pelo qual a dupla presa nessa semana responde diz respeito à morte de um brasileiro em 2021 durante uma tentativa de travessia ilegal do México para os EUA, promovida pela quadrilha.
Após denúncias de familiares da vítima, a Polícia Federal começou uma investigação sobre o esquema que culminou na operação de terça-feira.
Segundo as autoridades, a organização criminosa promovia a travessia ilegal para os EUA utilizando o chamado método “cai-cai”. Esse método, que basicamente usa crianças como isca, é um fator de aumento do número de sequestros internacionais de crianças.
“Neste sistema, as famílias com menores entregam-se às autoridades americanas após cruzarem as fronteiras, pois sabem que irão responder em liberdade pelo ingresso irregular devido ao fato de as crianças não poderem permanecer sozinhas por questões humanitárias”, explica a PF.