Operação da PF caça donos da Braiscompany, considerados foragidos

Informação de áudio de que líderes da Braiscompany já prestaram depoimento para a PF é falsa, segundo apuração do Portal do Bitcoin
antonio neto e fabricia campos braiscompany

Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, casal que lidera a Braiscompany (Foto: Reprodução/Instagram)

Antonio Neto Ais e Fabrícia Campos, o casal que lidera a empresa paraibana Braiscompany, investigada por criar uma suposta pirâmide financeira com criptomoedas, são alvos de mandados de prisão temporária e atualmente encontram-se foragidos da Polícia Federal (PF).

A informação foi confirmada pelo Portal do Bitcoin com uma fonte na PF, que acrescentou que ainda está em andamento a operação Halving, deflagrada na manhã desta quinta-feira (16) contra a Braiscompany.

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Essa fonte cita ainda que a PF desconfia que o casal de empresários está na capital paulista.

O Portal do Bitcoin também descobriu que são falsas as informações em um áudio que circula em grupos de clientes da Braiscompany.

Nesse áudio, Antonio Neto Ais tenta tranquilizar os funcionários da empresa, alegando que ele e Fabrícia já foram chamados a depor para a PF e que haviam repassado as informações necessárias – uma mentira, segundo a apuração.

Além dos dois mandados de prisão temporária, também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos municípios de João Pessoa e Campina Grande na Paraíba, e em São Paulo, bem como sequestro de bens e a determinação da suspensão parcial das atividades da Braiscompany.

A operação investiga possíveis crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, que teriam sido cometidos pelo sistema criado pela empresa. Os crimes investigados são os previstos nos artigos 7 e 16 da Lei nº 7492/86, cujas penas somadas passam dos 12 anos de reclusão e multa.

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Imagens da operação mostram agentes da Polícia Federal em diferentes sedes da Braiscompany, onde encontraram dinheiro em espécie e GPUs, usadas geralmente na mineração de criptomoedas:

    A operação Polícia Federal começou na manhã desta quinta-feira (16) em diversas unidades da Braiscompany, a empresa paraibana acusada de funcionar como uma pirâmide financeira através de um serviço de “aluguel de criptomoedas” e que parou de pagar os clientes em dezembro do ano passado. 

    Carros e agentes da Polícia Federal estiveram em diversas unidades da empresa em Campina Grande e João Pessoa. Também realizaram buscas no escritório da Braiscompany em São Paulo, na rua das Olimpíadas, vizinho ao shopping Vila Olímpia.

    Portal do Bitcoin apurou que os policiais estiveram ainda em um condomínio fechado em Campina Grande onde fica a residência de Antônio Neto Ais.

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    De acordo com a PF, a Braiscompany teria movimentado cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas em contas vinculadas aos sócios da empresa.

    A ação é chamada de Operação Halving, nome que faz uma alusão ao corte de recompensas por bloco minerado do Bitcoin a cada quatro anos. Segundo a PF, trata-se de um período semelhante ao da ascensão e agora derrocada do esquema investigado.

    Legislativo e Ministério Público na crise da Braiscompany

    A crise da Braiscompany já havia entrado em um ponto mais agudo nos últimos dias. Na semana passada, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) havia informado que estava investigando — novamente — a suposta empresa de investimentos em criptomoedas em decorrência de denúncias de clientes feitas ao órgão.

    “O procedimento foi instaurado no último dia 26 de janeiro, tendo o representante do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) tomado as providências extrajudiciais com vistas à conciliação, inclusive, com a designação de audiência na última quinta-feira (2/2), à qual a Braiscompany não compareceu”, disse o órgão.

    Na terça-feira (7), um vereador de João Pessoa decidiu se pronunciar sobre os atrasos nos pagamentos que a Braiscompany deve aos clientes espalhados por todo Brasil, especialmente na Paraíba. 

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    Trata-se da segunda vez que o órgão público abre uma investigação com o esquema de Antonio Ais. A primeira foi feita a partir de uma denúncia feita em 2020 por uma pessoa e encerrada em setembro de 2022, poucos meses antes de Braiscompany parar de pagar os clientes.

    Na época, o MP alegou que não havia consumidores lesados e por isso o caso não foi adiante.

    Atraso de pagamentos na Braiscompany

    Pelo menos desde dezembro de 2022 os depósitos dos rendimentos dos clientes da Braiscompany estão atrasados, o que gerou filas de investidores na porta da sede da companhia em Campina Grande, na Paraíba.  

    Nesse cenário, a equipe da Braiscompany, liderada pelo casal Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, chegou a jogar a culpa dos problemas na corretora Binance, que supostamente estaria colocando travas em saques e liquidações da empresa.

    Outro ponto é que a provável crise na empresa parece não atrapalhar os negócios, já que Ais teve tempo para promover uma partida de futebol com o ex-craque Ronaldinho Gaúcho, enquanto o negócio tem contas bloqueadas devido ao não pagamento do aluguel de um imóvel.

    Criador da Braiscompany vende mansão

    O criador da Braiscompany também teve que vender às pressas uma mansão em São Paulo em dezembro do ano passado — mesma época em parou de pagar os clientes. O imóvel foi liquidado por R$ 12,5 milhões embora tenha um preço estimado de em torno de R$ 15 milhões.

    A informação foi confirmada ao Portal do Bitcoin por uma pessoa que participou do negócio. Ela diz que o baixo preço neste caso foi motivado pela necessidade de Neto Ais precisar fazer uma venda rápida da casa.

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    A mansão fica na rua João Di Pietro, no bairro do Morumbi da capital paulista. O local tem área de 1.416 metros quadrados e a casa conta com quatro quartos, seis banheiros, piscina, sala de musculação e sala de jogos com mesa de bilhar.

    Quer fazer uma denúncia? Envie um e-mail para denuncia@prod.portaldobitcoin.com