martelo de juiz com logo da binance no fundo
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Com uma novela que já dura mais de dois meses, o drama da exchange de criptomoedas Binance na Nigéria acaba de ganhar novos capítulos sobre os executivos presos no país.

Um tribunal nigeriano adiou nesta quinta-feira (2) um julgamento de lavagem de dinheiro contra a Binance e dois de seus executivos para 17 de maio, depois que um advogado da exchange disse que não recebeu os documentos necessários para se preparar para o caso, noticiou a Reuters.

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A Binance e os seus funcionários Tigran Gambaryan, chefe de conformidade contra crimes financeiros, e o britânico-queniano Nadeem Anjarwalla, gestor regional para África, foram acusados de lavar mais de US$ 35 milhões e de participar em atividades financeiras especializadas sem licença. Eles se declararam inocentes.

Na quinta-feira, o advogado de Binance reclamou no tribunal que não recebeu provas adicionais que ele poderia usar para se preparar para o caso. Agora ele ganhou mais duas semanas para analisar o documento de mais de 300 páginas.

A Binance e os seus executivos também enfrentam quatro acusações de evasão fiscal num julgamento separado que será retomado no mesmo dia 17 de maio.

Extradição de executivo está encaminhada

Enquanto isso, o Bureau Central Nigeriano (NCB) da Interpol confirmou que a documentação de extradição do executivo da Binance, Nadeem Anjarwalla, está pronta. Ele fugiu da prisão no país em 22 de março e supostamente foi capturado recentemente no Quênia.

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Em uma aparição em 30 de abril no programa local Sunrise Daily, o chefe do NCB, Garba Umar, revelou que Anjarwalla está sob custódia e que a organização está trabalhando ativamente com os governos de diferentes países para emitir um Aviso Vermelho contra o executivo e apresentar os documentos necessários para facilitar a sua extradição para a Nigéria para ser julgado.

Apesar disso, Umar não confirmou que o executivo está exatamente no Quênia e nem que ele foi preso inicialmente no país. “Não estou ciente [de todo o caso], mas o que posso dizer é que o último destino que tenho registrado dele quando fugiu [da Nigéria] foi o Quênia. Isso eu posso confirmar.”

O diretor da Interpol ainda avisou que houve comunicação com outros países pelos quais Anjarwalla teria passado desde sua fuga.

Entenda o caso

A briga entre Binance e Nigéria começou quando autoridades do país iniciaram uma investigação anticorrupção contra a exchange, que rebateu as acusações. Mas quando dois funcionários da corretora, Tigran Gambaryan e Nadeem Anjarwalla, chegaram ao país para debaterem as operações da exchange, acabaram presos pelas autoridades.

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As autoridades nigerianas anticorrupção e de segurança acusam a Binance de suspeita de facilitação de manipulação monetária e de transações ilícitas em suas plataformas. Ainda em fevereiro, o regulador de telecomunicações do país também bloqueou o acesso ao site da exchange.

No início de março, a Binance suspendeu seus serviços de criptomoedas na Nigéria e retirou a moeda local naira da plataforma, deixando cerca de 13 milhões de usuários no país sem opções de investimento.

Desde então, governo e corretora têm trocado acusações e um dos dois executivos, Anjarwalla, conseguiu escapar da prisão e fugir da Nigéria, sendo posteriormente capturado.

Gambaryan segue preso, enquanto a Binance argumenta que a detenção não tem mérito. “É ultrajante que ele seja detido em uma prisão como o Centro Correcional de Kuje”, disse um porta-voz da empresa em março.

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