Moeda de bitcoin entre as estátuas de um touro e de um urso
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O mercado de criptomoedas volta a andar de lado nesta terça-feira (3) após a alta de ontem, consolidando a tendência das últimas semanas, apesar da crise no setor causada pela quebra da exchange FTX. 

O Bitcoin (BTC) opera com estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 16.711,36. O Ethereum (ETH) mostra leve baixa de 0,1%, para US$ 1.214,43, segundo dados do Coingecko. 

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Em reais, o Bitcoin (BTC) também registra pouca variação, em alta de 0,1% e negociado a R$ 88.764,90, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

As altcoins revertem os ganhos da sessão anterior, entre elas BNB (-0,6%), XRP (+0,8%), Cardano (-0,6%), Polygon (+0,4%), Polkadot (+0,1%), Shiba Inu (-0,5%) e Avalanche (+0,6%). Solana (+5,9%) é exceção e sobe com mais força, ainda sob a influência de um tuíte de apoio do cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin. 

Dogecoin (DOGE) mostra queda de 5,4% em sete dias, apesar do anúncio da Dogecoin Foundation de um fundo de 5 milhões de tokens da moeda-meme para desenvolvedores. 

Criptos ligadas ao metaverso vão na contramão, com destaque para o ApeCoin (APE), token de utilidade e governança do Otherside, mundo virtual associado à coleção dos Bored Apes. O token registra alta de 11% na última semana na esteira da eleição de cinco membros do conselho especial para governar o futuro do projeto. 

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Sushi, token nativo do protocolo de finanças descentralizadas SushiSwap, avança 1%. O SushiSwap decidiu encerrar seu protocolo de empréstimos Kashi e também aposentar a Miso, plataforma de lançamento de tokens, citando razões como falhas de design, perdas e falta de recursos para os projetos. 

Genesis sob pressão 

A plataforma Genesis Global Capital, de propriedade do Digital Currency Group (DCG), está em uma situação complicada. O braço de empréstimos da empresa interrompeu saques de clientes em novembro, em meio ao pedido de recuperação judicial da FTX, e supostamente deve aos usuários do produto Earn da corretora Gemini, com a qual tem uma parceria, cerca de US$ 900 milhões. 

Na segunda (2), os fundadores da Gemini, os gêmeos Winklevoss – pioneiros do Bitcoin que se tornaram milionários em uma disputa com o Facebook – deram um ultimato ao CEO do DCG sobre o que eles chamam de “táticas de má fé para atrasar os reembolsos”. 

Em tuíte, o cofundador da Gemini, Cameron Winklevoss, publicou uma carta exigindo providências do fundador e CEO do DCG, Barry Silbert. Winklevoss escreveu que a Gemini tentou repetidamente chegar a “uma resolução consensual” para a disputa com o DCG e a Genesis sobre a devolução de fundos aos usuários, mas alegou que Silbert e suas empresas atrasaram o processo. 

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Usuários do programa Earn também fazem pressão. Três clientes entraram com um pedido de arbitragem de ação coletiva contra a Genesis Global Capital e o Digital Currency Group em resposta à decisão da Gemini, que suspendeu o programa de resgates devido ao bloqueio de saques pela Genesis, informou o CoinDesk. 

Crise da FTX

Sam Bankman-Fried, cofundador e ex-CEO da FTX, tem audiência presencial nesta terça em Nova York. Ele pretende se declarar inocente de oito crimes, entre eles o de fraude, disse uma fonte à agência de notícias Bloomberg. 

Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas rebateu as alegações da nova direção da corretora FTX sobre os ativos digitais de sua unidade no país sob supervisão do regulador, dizendo que os credores da exchange têm “informações incompletas”, conforme a Reuters. 

No mês passado, a CVM das Bahamas disse que apreendeu mais de US$ 3,5 bilhões em criptomoedas da unidade, a FTX Digital Markets, e que os valores estão retidos para pagamento futuro a clientes e outros credores. 

A FTX contestou os cálculos do regulador, dizendo que seus ativos digitais apreendidos em novembro valiam apenas US$ 296 milhões e não US$ 3,5 bilhões.  

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Bitcoin hoje 

Enquanto os índices futuros das bolsas americanas apontam para uma abertura com ganhos nesta terça-feira, o Bitcoin se mantém na faixa de preço dos últimos 15 dias de 2022, oscilando entre US$ 16,4 mil e US$ 17 mil desde meados de dezembro. 

As incertezas pairam no cenário macro, o grande vilão do mercado acionário global, que registrou perdas acima de 20% no ano passado, o pior desempenho desde a crise financeira, em meio aos temores de recessão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. 

Também há dúvidas sobre uma recuperação dos criptoativos em 2023, embora parte dos analistas descarte perdas na escala vista no ano passado após o colapso da Terra/Luna e FTX. 

Previsões da Binance 

Em carta divulgada no blog da empresa, o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, destacou a resiliência do setor, mas disse que é “impossível” prever o momento exato para a retomada do mercado cripto. CZ também disse que o número de clientes da maior exchange cripto do mundo subiu para mais de 120 milhões em 2022, informou a Exame

E a Binance continua com seus planos de expansão. A corretora estaria perto de finalizar a compra da Gopax, um das cinco maiores exchanges da Coreia do Sul, retornando ao mercado do país asiático após uma ausência de dois anos, segundo informação do jornalista chinês Colin Wu. 

Outros destaques das criptomoedas 

A indústria de criptoativos volta a ser destaque no Fórum Econômico Mundial, que será realizado em Davos entre os dias 16 e 20 de janeiro. Em artigo publicado no site do evento, Dante Disparte, diretor de estratégia da Circle Internet Financial, emissora da stablecoin USD Coin, destaca que “2022 foi terrível para as criptomoedas”, após o valor de mercado total do setor ter encolhido US$ 2 trilhões.  

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Mas, mesmo após o colapso de empresas e projetos, Disparte vê a adoção da Web3 por mais instituições financeiras e o avanço da regulação: “Países que permitem a competição responsável moldarão o futuro. Criptografia e blockchains continuarão a ser partes integrantes do kit de ferramentas econômicas modernas, apesar do grande dano que essas ferramentas possam ter causado quando usadas pelas pessoas erradas”.  

Nesse contexto, as moedas digitais desenvolvidas por bancos centrais podem abalar o sistema bancário, que continua estacionado em modelos tradicionais, aponta o Financial Times. Apesar da reputação arranhada, segundo o artigo, “as criptomoedas pelo menos demonstraram a eficácia da tecnologia blockchain para empacotar grandes quantidades de dados de forma barata”. Com isso, caso as autoridades monetárias adotem as moedas virtuais, o uso de blockchain pode se tornar generalizado. “Adaptar-se a essa tecnologia disruptiva será lucrativo para os bancos que restarem.” 

Marcos Boschetti, CEO e fundador da Nelogica, também aposta na disseminação da tecnologia blockchain no mercado brasileiro, com a tendência de tokenização de ativos. “O Brasil tem tudo para ser um líder nesse novo cenário global, pelo mercado interno, facilidade e benefício que a tecnologia pode trazer. Independente da velocidade de regulação, o Brasil vai ser um líder”, disse em entrevista à Exame. 

E o potencial da tecnologia blockchain já se reflete no mercado de trabalho. O Banco do Brasil abriu mais de duas mil vagas para a posição de escriturário, em dezenas de cidades e regiões do Brasil. Entre os conhecimentos exigidos para a prova do concurso público estão conhecimentos em blockchain, Bitcoin e demais criptomoedas. 

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