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O mercado de criptomoedas segue as bolsas internacionais e ensaia uma recuperação nesta terça-feira (29) com o alívio dos protestos na China. Investidores também avaliam o efeito do pedido de recuperação judicial da plataforma de crédito cripto BlockFi, atingida pela quebra da corretora FTX.  

O Bitcoin (BTC) sobe 1,6% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 16.495,64, segundo dados do CoinGecko.   

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Em reais, o Bitcoin ganha 1%, cotado a R$ 88.509,02, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). O Ethereum (ETH) avança 3,5%, para US$ 1.215,01.  

As altcoins também operam no azul, como Binance Coin (+3,1%), XRP (+2,2%), Cardano (+1,8%), Polygon (+2,5%), Polkadot (+2,2%), Shiba Inu (+1,7%), Solana (+2,8%) e Avalanche (+2,8%).  

Ganhos da Dogecoin 

Dogecoin dá um salto de 7,9% e aumenta os ganhos em sete dias para 36%. Analistas seguem em busca de pistas para explicar a alta do token de estimação de Elon Musk, dono do Twitter.  

Entre as apostas do mercado está o potencial uso da Dogecoin em um novo sistema de pagamentos que seria integrado ao “superaplicativo” da rede social. Musk ofereceu um esboço dos planos em tuíte no domingo (27), embora não tenha mencionado a moeda-meme. 

Musk passou a segunda-feira (28) criticando a Apple e as taxas cobradas do Twitter na App Store. Sem perder tempo, Michael Saylor, um dos principais defensores do Bitcoin, sugeriu que a rede social adote a maior criptomoeda como solução por meio da rede Lightning. 

Em outro sinal de confiança no Bitcoin, a Kaspersky, uma empresa de cibersegurança, diz que negociações e pagamentos de ameaças ransomware podem em breve depender menos do BTC para transações.

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Lei das Criptomoedas 

O plenário da Câmara dos Deputados pode votar nesta terça o projeto de lei 4.401/2021, que regula a indústria de criptoativos. Se aprovado, o projeto segue para sanção presencial. Especialistas ouvidos pelo BeIncrypto acreditam que o PL tem várias brechas e precisa ser melhorado, já que não engloba alguns pontos importantes do ecossistema Web3. Outros grupos, como os organizadores da Bitconf, defendem que a proposta deveria incluir opiniões da sociedade sobre o tema. 

Na quarta-feira (30), autoridades e especialistas debatem o cenário regulatório no Brasil no evento “Mesa Digital: Criptoeconomia e o Futuro do Dinheiro”. O evento gratuito, apoiado pela corretora Bitso, contará com as presenças de Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Expedito Netto (PSD-RO), autor e relator do PL 4.401/2021, respectivamente; João Pedro Nascimento, presidente da CVM; Fabio Araújo, coordenador do Programa Real Digital do Banco Central, entre outros. As inscrições podem ser feitas aqui. 

Ainda no Brasil, a Mynt, plataforma de negociação de criptomoedas do BTG Pactual, lança nesta terça-feira (29) a transferência de ativos entre carteiras, informou o Valor. Agora, usuários com criptoativos negociados na exchange – Bitcoin, Ethereum, Solana, Polkadot e Cardano – em outras corretoras ou carteiras digitais poderão enviar suas criptomoedas a partir da Mynt ou vice-versa.  

Bitcoin hoje 

O apetite por Bitcoin e por outros ativos de risco como ações retorna na manhã desta terça com as medidas da China para acalmar os protestos contra a política de Covid Zero do país. Uma das ações do governo chinês será reforçar a vacinação de pessoas idosas. 

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O cenário macro também ajuda, com a expectativa de desaceleração do aperto monetário nos EUA. O discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, amanhã (30) deve reforçar essa percepção. 

Peso das ‘sardinhas’ 

Uma categoria de investidores com menos de um Bitcoin em suas carteiras – conhecidos como investidores “camarões” ou “sardinhas” – adicionou 96.200 BTC aos seus estoques coletivos desde o colapso da corretora FTX no início de novembro, um aumento recorde. 

De acordo com a empresa de análise blockchain Glassnode, esse grupo agora detém mais de 1,21 milhão de BTCs, o que equivale a 6,3% da oferta circulante da principal criptomoeda do mundo. 

Na segunda, o mercado cripto se assustou com uma enorme quantidade de bitcoins deixando uma carteira controlada pela Binance. Foram 127.351 BTC transferidos da corretora para uma carteira desconhecida, ou pouco mais de R$ 2 bilhões no momento da transação. Chanpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance, explicou que a movimentação foi feita pela própria corretora, como parte da auditoria da prova de reservas. 

A Binance também informou que vai remover sete pares de negociação de margem isolada com Bitcoin e as stablecoins Tether (USDT) e Binance dolar (BUSD) a partir da próxima sexta-feira (2), aconselhando traders a fecharem suas posições em tempo hábil para não terem problemas. Já a Binance Futures, outra modalidade de investimento da corretora, anunciou o fim do contrato futuro perpétuo para o par Civic/Tether (CVC/USDT). 

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FTX – Últimas notícias

A plataforma de empréstimos cripto BlockFi entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA na segunda-feira. A empresa deve mais de US$ 1 bilhão a três de seus maiores credores, incluindo US$ 30 milhões que ainda não pagou à SEC, a CVM dos EUA, como parte do acordo de US$ 100 milhões anunciado em fevereiro. A BlockFi ficou muito exposta à FTX depois de receber uma linha de crédito de US$ 400 milhões em julho, após o colapso da stablecoin algorítmica do ecossistema Terra. 

No mesmo dia em que solicitou proteção contra credores, a BlockFi abriu um processo contra a Emergent Fidelity Technologies de Sam Bankman-Fried, fundador da FTX. O motivo são as ações da plataforma de negociação Robinhood em mãos da Emergent e oferecidas como garantia à BlockFi para um empréstimo, conforme o Financial Times

A recuperação judicial da BlockFi atinge em cheio Peter Thiel, um dos maiores investidores do setor cripto. A Valar Ventures, empresa de capital de risco que antes fazia parte da Thiel Capital, tem 19% das ações da BlockFi, de acordo com documentos citados pelo Wall Street Journal. A participação coloca a Valar entre os maiores acionistas da plataforma. Já o banco Silvergate Capital disse que tem uma exposição inferior a US$ 20 milhões à BlockFi. 

A FTX e suas empresas afiliadasque também entraram com pedido de proteção contra credores no tribunal de falências dos EUA, disseram na segunda-feira (28) que a maioria das subsidiárias vai retomar o pagamento de salários e benefícios a funcionários no mundo todo. 

Empresas cripto cujas demonstrações financeiras precisam ser auditadas provavelmente terão que pagar mais pelo serviço, e a culpa é de Bankman-Fried, segundo o Financial Times. Várias empresas dos EUA disseram ao jornal que agora classificam alguns ou todos os seus clientes relacionados ao setor de criptoativos como de “alto risco”, o que deve levar a um processo de auditoria mais completo e demorado. Alguns clientes podem até serem riscados da lista. 

As iniciativas regulatórias do mercado cripto que já estão em andamento devem ser aceleradas após o colapso da FTX e de sua empresa-irmã Alameda Research, disse o JPMorgan em relatório divulgado pelo InfoMoney CoinDesk. 

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Influenciadores do setor cripto estão literalmente à caça de Bankman-FriedAlguns viajaram às Bahamas, onde a FTX comandava as operações a partir de uma cobertura de luxo no Albany Resort. Ben Armstrong, que dirige um popular canal do YouTube chamado Bitboy Crypto, postou uma live andando pela propriedade do resort, de onde acabou sendo expulso pela equipe de segurança. 

Outros destaques das criptomoedas 

O Banco BV, um dos líderes no financiamento de veículos, fez um piloto de digitalização de recebível de crédito com a tokenizadora Liqi Digital Assets, de acordo com o Valor. A primeira operação, distribuída apenas para funcionários do banco, foi a antecipação de uma nota fiscal de R$ 90 mil de uma empresa de baixo risco de crédito. 

A gigante de redes sociais japonesa Line vai fechar a Bitfront, sua exchange cripto global com sede nos EUA, em um esforço para se concentrar em seus outros empreendimentos de blockchain. Em aviso aos clientes, a Line informou que novos cadastros foram suspensos e os serviços serão desativados lentamente ao longo dos próximos quatro meses. 

A AAX é outra corretora cripto cujo futuro é incerto. O jornalista Colin Wu, do Wu Blockchain, alega ter visto um “screenshot” da empresa, que teria decidido pedir recuperação judicial e iniciar o processo de liquidação. Com sede em Hong Kong, a plataforma de derivativos começou a suspender saques de clientes em 11 de novembro, além de paralisar todas as demais operações de trading. 

A Kraken, uma exchange de criptomoedas dos EUA, fechou um acordo na segunda-feira (28) para pagar mais de US$ 360 mil ao Departamento do Tesouro e arquivar acusações de violação de sanções devido a transações com moedas virtuais por usuários no Irã, informou o New York Times

A Bitwise apresentou um pedido para lançar o ETF Bitcoin Strategy Optimum Yield (BITC). O fundo ofereceria exposição gerenciada a contratos futuros de Bitcoin negociados na CME e investimentos em títulos de dívida de curto prazo, de acordo com comunicado divulgado pela Bloomberg. No lugar da rolagem automática para o próximo contrato, o produto, que ainda aguarda aprovação da SEC, deve seguir o contrato de maior rendimento implícito. 

A Copa do Catar tem movimentado o mercado de fan tokens. Os volumes médios diários de negociação nesse segmento aumentaram para cerca de US$ 300 milhões em novembro em relação a US$ 32 milhões no mês anterior, de acordo com dados da Kaiko citados pela Reuters

No entanto, o desempenho dos fan tokens não está diretamente ligado ao resultado dos jogos. A moeda da seleção portuguesa de Cristiano Ronaldo, por exemplo, subiu 119%, para US$ 7 nos 10 dias que antecederam o torneio. Desde então, o token (POR) perdeu quase metade do valor, mesmo com Portugal chegando invicto às oitavas de final após a vitória sobre o Uruguai por 2 a 0 na segunda-feira. 

Siddharth Jaiswal, fundador e CEO da Sportzchain, que emite principalmente tokens para o mercado asiático, disse à Reuters que os fan tokens não devem ser comprados principalmente para ganhar dinheiro. “A cereja do bolo consiste em ser uma ferramenta disponível na blockchain que pode ser facilmente negociada no futuro, então há uma conotação financeira ligada a ela”, acrescentou. 

Com cinco bilhões de pessoas de olho na Copa do Mundo, o evento tem potencial de promover a adesão em massa de usuários à Web3, de acordo com relatório do Dapp Radar divulgado pela Exame. “Neste ano, a Web3 se conectará com mais da metade da população mundial por meio de patrocínios, anúncios e experiências interativas” durante a Copa, aponta o estudo. Grandes empresas fecharam parcerias com a Fifa para oferecer experiências interativas que unem espaços imersivos, tokens não fungíveis (NFTs) e games. 

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