Homem martelando o computador
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O mercado de criptomoedas opera sem rumo definido nesta quinta-feira (5), enquanto os índices futuros dos EUA perdem força em meio às incertezas sobre o rumo dos juros na maior economia do mundo. 

O Bitcoin (BTC) segue estável nas últimas 24 horas, cotado a US$ 16.815,40. O Ethereum (ETH) também mostra pouca variação, negociado a US$ 1.249,86, segundo dados do Coingecko.  

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Em reais, o Bitcoin (BTC) anda de lado, negociado R$ 90.871,18, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

As altcoins mais negociadas vão em direções opostas, entre elas BNB (+0,7%), XRP (-2,6%), Dogecoin (+1,3%), Cardano (+0,1%), Polygon (-0,5%), Polkadot (-1,6%), Shiba Inu (+3,3%) e Avalanche (+0,8%).  

Solana perde 4,8% nas últimas 24 horas, depois do rali recente. Mas um token inspirado pela Shiba Inu, o Bonk, emitido em 25 de dezembro no ecossistema da Solana, já ofereceu retornos acima de 2.000% aos traders na última semana, conforme o CoinDesk

Falência da Celsius

Um juiz de falências dos EUA determinou na quarta-feira (4) que a derretida empresa Celsius Network – e não os clientes – éa verdadeira dona da maior parte das criptomoedas que os usuários depositaram na plataforma de crédito cripto.

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Isso significa que esses clientes serão os últimos na fila para recuperação dos ativos e provavelmente irão recuperar apenas uma pequena porcentagem dos ativos bloqueados. A empresa não tem fundos suficientes para reembolsar integralmente esses depósitos, segundo os arquivos judiciais. 

A decisão do juiz Martin Glenn, de Nova York, afeta aproximadamente 600 mil contas que detinham ativos avaliados em US$ 4,2 bilhões quando a Celsius entrou com pedido de recuperação judicial em julho.

Os usuários que participavam do serviço de empréstimo da Celsius para ganhar juros tiveram o acesso a seus fundos bloqueados em junho, quando a Celsius congelou os saques em sua plataforma citando “condições extremas de mercado”.

FTX e Robinhood 

Em meio ao processo de recuperação judicial da FTX, o Departamento de Justiça dos EUA informou em audiência no tribunal de falências de Delaware que obteve a custódia de US$ 450 milhões em ações da plataforma de negociação Robinhood sob controle da exchange. 

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Em maio de 2022, o então CEO Sam Bankman-Fried (SBF) e o cofundador da FTX, Gary Wang, formaram a holding Emergent para comprar ações da Robinhood. Em declaração juramentada apresentada em dezembro, Bankman-Fried e Wang disseram que tomaram emprestado US$ 546 milhões da Alameda Research, braço de investimento da FTX, para comprar as ações. 

Além disso, a procuradoria dos EUA para o Distrito Sul de Nova York (SDNY) criou uma força-tarefa para ampliar as investigações e processos relacionados à FTX, na tentativa de recuperar bilhões de dólares de clientes. 

Uma peça importante “para as” investigações foi Daniel Friedberg, ex-advogado da FTX, disse uma pessoa com conhecimento do assunto à Reuters. Friedberg deu detalhes sobre as operações da exchange em uma reunião em 22 de novembro com mais de 20 investigadores de agências como o Departamento de Justiça, FBI e SEC, segundo a fonte. Na reunião, Friedberg contou o que sabia sobre o uso de fundos de clientes por Bankman-Fried para financiar seu império. 

Em prisão domiciliar aguardando julgamento em outubro, SBF pode receber uma sentença mais longa do que se tivesse fechado um acordo com a Justiça, segundo análise do CoinDesk. Sua decisão de ir a julgamento até pode sugerir que nenhum acordo para se declarar culpado lhe foi oferecido ou que a proposta pode ser sido muito ruim. 

Wyre no limbo 

Outra vítima da turbulência causada pela FTX é a startup de pagamentos com criptomoedas Wyre Payments, que supostamente seria comprada pela fintech americana Bolt Financial por US$ 1,5 bilhão no ano passado, pode estar prestes a encerrar suas atividades neste mês, bem como demitir todo o quadro de funcionários, segundo apurado pelo portal Axios.

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Pelo menos dois ex-funcionários confirmaram a notícia, com um deles observando que o CEO da empresa, Ioannis Giannaros, chegou a alertar alguns colaboradores por e-mail. Procurado para comentar o assunto, Giannaros disse ao Axios que a empresa segue em operação, mas que seria “reduzida” para poder planejar os próximos passos. 

A Wyre presta serviços de custódia para a plataforma bancária cripto Juno que, recomendou aos clientes a autocustódia de seus ativos digitais ou vendê-los, enquanto busca um novo custodiante, de acordo com tuíte na quarta-feira. 

“Estamos trocando de custodiantes porque esperamos possíveis problemas com a Wyre, uma vez que eles podem estar reduzindo ou fechando”, as operações, disse ao CoinDesk Varun Deshpande, cofundador e CEO da Juno, que permite a usuários receberem salários em moedas digitais. 

Rei do Bitcoin deixa a prisão

No Brasil, Claudio Oliveira, que ficou conhecido como o Rei do Bitcoin, saiu da prisão por progressão de regime em 2 de janeiro, após ficar menos de dois anos em reclusão. A informação foi confirmada ao Portal do Bitcoin por uma pessoa que pediu para não ser identificada e que teve acesso aos sistemas internos do regime prisional do Paraná, onde Oliveira cumpria a sentença. 

Oliveira estava preso desde 5 de junho de 2020, quando foi alvo de uma operação que investigava o desvio de R$ 1,5 bilhão. Em abril do ano passado, Oliveira foi condenado em primeira instância a oito anos de prisão por estelionato e crimes contra o sistema financeiro. Na sentença, o juiz ressaltou que o Bitcoin Banco fingia operações de compra e venda de criptomoedas que só existiam nos balanços da empresa.  

Giant Steps fecha fundo 

A gestora brasileira Giant Steps Capital vai encerrar seu fundo de criptomoedas Giant Satoshi, promovido até então como o “primeiro fundo do Brasil que busca ‘performar’ acima do Bitcoin”.   

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Como descrito pela empresa em e-mail enviado a clientes, a decisão de colocar um fim ao produto em 25 de janeiro se deve à desconfiança no mercado de criptomoedas, que intensificou após a quebra da corretora FTX. 

A Giant Satoshi operava fundos dos clientes no mercado de derivativos dentro da FTX e chegou a ter o equivalente a 16 bitcoins na corretora, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a Giant informou que não perdeu dinheiro na FTX, pois conseguiu sacá-lo antes do colapso. 

Genesis pede mais tempo 

O CEO interino da Genesis Global Trading, que suspendeu saques em novembro após a quebra da FTX, disse que precisa de mais tempo para resolver sua complicada situação financeira, de acordo com o CoinDesk, uma unidade do Digital Currency Group (DCG), que também controla a Genesis. 

“Embora estejamos comprometidos em agir o mais rápido possível, este é um processo muito complexo que levará algum tempo adicional”, escreveu Derar Islim em carta enviada a clientes na quarta-feira. 

A Genesis, que tem uma parceria com a Gemini sob o programa Earn, está sob pressão de clientes da corretora cripto que tiveram os resgastes bloqueados com a quebra da FTX. E enquanto tenta resolver o impasse com a Genesis, a Gemini acaba de perder seu diretor operacional. Noah Perlman deixou a empresa fundada pelos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, disse uma pessoa à Bloomberg. 

Fundos da Grayscale 

Os problemas do DCG respigam na Grayscale Capital, outra subsidiária do grupo. O fundo Grayscale Ethereum Trust (ETHE), administrado pela Grayscale, é negociado com desconto de cerca de 60% em relação ao preço do Ethereum, de acordo com dados do YCharts.  

O fundo ETHE, que permite exposição ao Ethereum sem investir na segunda maior criptomoeda, tem cerca de US$ 3,6 bilhões em ativos. Outro fundo administrado pela empresa, o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), maior fundo de BTC do mundo, enfrenta problemas semelhantes, atualmente negociado com desconto de 45%. 

Outros destaques das criptomoedas 

O Brasil se tornou em 2022 um dos principais mercados para o segmento de finanças descentralizadas (DeFi), de acordo com levantamento da corretora de criptoativos Huobi publicado pela Exame. Os EUA lideram o setor, com uma fatia de 31,8%. O Brasil está na segunda posição, com cerca de 5% do mercado de DeFi. A Huobi atribui o número ao fato de o país ser “o mercado de criptomoedas número 1 na América do Sul”. 

A SEC, a CVM dos EUA, apresentou uma objeção à proposta de da Binance.US para a aquisição da plataforma de crédito cripto Voyager Digital por US$ 1 bilhão, informou a Reuters. A agência destacou que o contrato de compra carece de detalhes sobre a capacidade da exchange de criptomoedas de fechar o negócio e pediu mais informações sobre a natureza das operações comerciais da empresa após o acordo, segundo comunicado. 

A Coinbase Global, a maior exchange de criptomoedas dos EUA, informou que sua unidade nos EUA chegou a um acordo de US$ 100 milhões com reguladores de Nova York por permitir que clientes abram contas com verificações de antecedentes insuficientes, conforme a Bloomberg. Sob o acordo, empresa deve pagar uma multa de US$ 50 milhões e investir US$ 50 milhões para melhorar o cumprimento da legislação ao longo de dois anos. 

A Animoca busca levantar cerca de US$ 1 bilhão neste trimestre para seu novo fundo de investimento em web3 e metaverso, reduzindo drasticamente suas ambições durante o atual inverno cripto. Em novembro, a empresa previa captar US$ 2 bilhões. A Animoca Capital está em negociações com potenciais investidores, disse à Bloomberg o cofundador Yat Siu, que também é presidente da Animoca Brands

Apesar do inverno cripto, uma empresa de investimentos associada a duas das famílias mais conhecidas de Singapura também aposta no futuro dos ativos digitais. O Whampoa Group pretende investir cerca de US$ 100 milhões em startups da web3 por meio de um novo braço de investimento de risco, a Whampoa Digital. 

Não é à toa que grandes investidores mostram crescente interesse por projetos relacionados à web3. Em artigo na newsletter MIT Technology Review, Robson Harada, diretor de marketing e crescimento da 2TM, holding que controla o MB, destaca que os tokens não fungíveis e a web3 “furaram a bolha dos entusiastas das criptomoedas” e conquistaram marcas tradicionais.  

Nesse contexto, a construção de comunidades em torno de artistas, influenciadores e empresas traz um “novo modelo de relacionamento, que se mostra mais interativo e mensurável”, aponta Harada, com o potencial “de revolucionar as relações sociais tanto no meio digital quanto no meio físico”. 

E o total de vendas de NFTs no ano passado quase igualou o pico de 2021, de acordo com dados da DappRadar, mesmo com o “crash” do mercado. O mercado de NFTs gerou cerca de US$ 24,7 bilhões em volume de negociação orgânica em 2022 em plataformas e mercados de blockchain, segundo cálculos da DappRadar divulgados pelo Decrypt. Em 2021, o total ficou em US$ 25,1 bilhões. 

Enquanto isso, Nikhil Gopalani, diretor de operações da CloneX, e o proeminente colecionador de NFTs, CryptoNovo, perderam NFTs estimados em centenas de milhares de dólares para golpistas, segundo CoinDesk

Reguladores dos EUA começaram 2023 com uma nova rodada de investigações visando golpes com criptomoedas. Seis indivíduos e duas empresas ligadas a um esquema de investimento chamado CoinDeal foram acusados na quarta-feira pela SEC no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Leste de Michigan, conforme o Decrypt. O esquema levantou US$ 45 milhões com a venda de valores mobiliários não registrados, segundo a agência. 

Xiao Yi, ex-secretário do Partido Comunista da China da cidade de Fuzhou, confessou em um tribunal que recebeu suborno para apoiar empresas de mineração de Bitcoin entre 2017 e 2021. Segundo o site Weixin, Xiao teria recebido no período cerca de R$ 100 milhões (125 milhões de yuans). 

Como será o mercado de criptomoedas em 2023? Clique aqui e descubra no relatório gratuito do time de Research do MB

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