Gráfico de mercado
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Criptomoedas e ações voltam a andar de mãos dadas em terreno negativo nesta segunda-feira (10), em meio a temores de recessão nos EUA e dados que confirmam uma recuperação frágil na China, a segunda maior economia do mundo. 

O Bitcoin (BTC) anda de lado nas últimas 24 horas, com baixa de 0,6% e cotado a US$ 30.104,66, segundo dados do Coingecko.  

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Em reais, o BTC recua 0,57%, para R$ 148.121,88, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) mostra leve baixa, em queda de 0,7%, negociado a US$ 1.855,22.   

Durante o ETH Barcelona no fim de semana, o desenvolvedor Mario Havel disse ao Decrypt que a próxima grande atualização do Ethereum, chamada “Dencun”, está nas “últimas etapas de planejamento”. Uma das principais mudanças é a introdução do chamado recurso “proto-danksharding”, que permitirá à rede escalar e processar até 100 mil transações por segundo, segundo os desenvolvedores. 

Aliás, escalabilidade foi um tema discutido recentemente pelo cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, que deu dicas aos “bitcoiners” no Twitter Spaces. “Acho que, se queremos que o Bitcoin seja mais do que pagamentos, ele precisa de mais soluções de escala”, disse Buterin, apontando para vários experimentos do Ethereum nos últimos anos. 

XRP mostra queda de 0,4% nas últimas 24 horas. A Ripple, emissora do token, destravou um bilhão de XRP no mês de julho e, desse total, ficou com 200 milhões de unidades. O montante pode ser colocado em circulação a qualquer momento, em um processo inflacionário que se repete todos os meses, podendo impactar o preço e os investimentos no ativo. 

Polygon cai 1,6%, com perdas acumuladas de 7,6% em sete dias. Ryan Wyatt, diretor-presidente da Polygon Labs, empresa por trás da blockchain Polygon, vai renunciar ao cargo no fim deste mês e ser substituído por Marc Boiron, atual diretor jurídico. Wyatt continuará na empresa como conselheiro. 

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Outras altcoins também são negociadas com perdas nesta segunda, entre elas BNP (-1%), Cardano (-1,6%), Dogecoin (-2%), Solana (-4,4%), Polkadot (-1,5%), Avalanche (-5,2%) e Shiba Inu (-1,9%). 

Bitcoin hoje 

Se não houver mais sustos no front regulatório, o cenário macroeconômico deve dominar a atenção de traders de criptomoedas e ações nesta semana. 

Na quarta-feira (12), sai o relatório dos preços ao consumidor nos EUA, o chamado CPI, e na quinta serão divulgados os números dos pedidos do seguro-desemprego. Os dados do mercado de trabalho impactaram o preço do Bitcoin na semana passada. 

O relatório ADP com vagas criadas no setor privado veio acima das estimativas, enquanto os dados do governo na última sexta-feira (7) mostraram a abertura de 209 mil postos de trabalho em junho, abaixo do esperado. No entanto, os reajustes salariais seguem firmes nos EUA, o que preocupou investidores e reforçou a aposta em aumento dos juros neste mês. 

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Mais a longo prazo, investidores já ficam de olho no chamado “halving” do Bitcoin, que reduz a distribuição de novas moedas pela metade. Programado para abril de 2024, o evento pode impulsionar o preço da maior criptomoeda. 

No entanto, mineradores estão preocupados, porque o próximo “halving” pode ser mais complicado do ponto de vista econômico, destaca reportagem da Bloomberg. “Quase metade dos mineradores vai sofrer por ter operações de mineração menos eficientes com custos mais altos”, prevê Jaran Mellerud, analista de mineração cripto da Hashrate Index. 

Por outro lado, o halving do Litecoin, que ocorre já no próximo mês, vai ser acompanhado de perto pelo mercado, em busca de pistas para o desempenho do próprio Bitcoin. 

“O Litecoin costumava servir como uma métrica de sentimento sobre o halving do Bitcoin, sendo agendado com antecedência” ao evento do BTC, escreveu Matteo Greco, analista de pesquisa cripto da Fineqia, em nota. O Litecoin já subiu 90% nos últimos 12 meses, mostram dados da Bloomberg 

Por enquanto, traders seguem à espera da posição da SEC, a CVM dos EUA, sobre os vários pedidos de gigantes de Wall Street para lançar um fundo de índice (ETF) de Bitcoin à vista, ou spot. 

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Apesar da grande expectativa, análise do JPMorgan minimiza o impacto de uma possível decisão favorável sobre os preços. O banco destaca que ETFs de Bitcoin à vista já existem no Canadá e na Europa, mas não despertaram muito interesse. 

SEC responde à Coinbase 

A Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, foi escolhida como parceira de gestoras como BlackRock e Fidelity para esses novos ETFs, para ajudar na vigilância e evitar fraudes e manipulação de preços, uma exigência da SEC. 

A questão é que o xerife de Wall Street está “no pé” da Coinbase, tendo aberto um processo sob a alegação de que a empresa oferece serviços de corretagem, compensação e negociação de tokens sem registro. 

Em resposta à queixa da Coinbase de que não possui jurisdição para regular criptoativos e processar a empresa, a SEC disse na sexta-feira que a corretora sabia que poderia estar violando as leis federais de valores mobiliários, segundo o CoinDesk

“A Coinbase, uma entidade multibilionária assessorada por advogados sofisticados, argumenta que não sabia que sua conduta arriscava violar as leis federais de valores mobiliários e sugere que, ao aprovar a declaração de registro da Coinbase em 2021, a SEC confirmou a legalidade das atividades comerciais subjacentes da Coinbase – naquele momento e para sempre”, disse a SEC no documento. 

No entanto, continua a reguladora, a Coinbase havia adotado anteriormente “o mesmo marco legal” promulgado pela Suprema Corte dos EUA para determinar se certas criptomoedas atendiam aos requisitos das leis federais de valores mobiliários, enquanto “desencorajava explicitamente” emissores de cripto de fazer quaisquer declarações tradicionalmente associadas a valores mobiliários”, de acordo com o registro. 

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DCG na mira de credores 

Enquanto a SEC segue empenhada em sua investida, credores afetados pelo colapso de várias empresas do espaço cripto no ano passado continuam sua batalha para recuperar os fundos perdidos. 

Os responsáveis pela liquidação do hedge fund cripto Three Arrows Capital (3AC) tentam recuperar cerca de US$ 1,2 bilhão do Digital Currency Group (DCG) e da plataforma de crédito cripto BlockFi, referentes a pagamentos feitos pelo fundo quando a liquidação se aproximava, mas antes do início do processo, conforme o CoinDesk

O DCG, que é dono do CoinDesk e da gestora Grayscale, enfrenta um processo da corretora cripto Gemini, que tenta reaver fundos bloqueados com a Genesis, outra unidade do conglomerado que mantinha uma parceria com a exchange no programa de renda passiva Earn. 

A Genesis também trava uma disputa de US$ 2 bilhões com o novo comando da FTX, o que pode atrasar o pagamento de credores, informou a Bloomberg

Outros destaques das criptomoedas  

Mesmo com o rali do Bitcoin neste ano, o número de desenvolvedores ativos que trabalham em projetos cripto de código aberto caiu 22% nos últimos 12 meses, de acordo com relatório da empresa de capital de risco Electric Capital publicado pelo Decrypt.  

O total de desenvolvedores ativos somou 21.300 em junho, em comparação com 27.200 no ano anterior. “Isso pode ser atribuído à […] mudança de desenvolvedores para outros setores tecnológicos em expansão, como inteligência artificial”, disse o analista Miles Deutscher. 

Uma falha no sistema de pagamentos da Revolut nos EUA permitiu que criminosos roubassem mais de US$ 20 milhões dos fundos da fintech durante vários meses no ano passado, antes que a empresa pudesse evitar o rombo, disseram várias pessoas com conhecimento do assunto ao Financial Times.  

Os problemas afetaram apenas o caixa da própria empresa, não as contas de clientes, disseram as fontes. A fintech, que estreou recentemente no Brasil com a oferta de 90 tokens, está sob pressão em meio à renúncia de executivos do alto escalão e uma auditoria da BDO enquanto aguarda uma licença bancária no Reino Unido, segundo o jornal. A Revolut não comentou. 

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