Brasil
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De olho nos dados sobre saúde da economia americana, o mercado de criptomoedas ensaia uma recuperação nesta sexta-feira (2). O Bitcoin (BTC) mostra alta de 1,1% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 20.096,98, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) avança 2,9%, para US$ 1.595,63.

No Brasil, o Bitcoin ganha 2,2%, negociado a R$ 105.222,15, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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As altcoins também buscam se recuperar das perdas dos últimos dias, entre elas Binance Coin (+1,2%), XRP (+1,6%), Cardano (+3%), Solana (+1,7%), Dogecoin (+2,6%), Polkadot (+4,8%), Shiba Inu (+1,9%) e Alavanche (+1,8%).

Bitcoin hoje

O Bitcoin segue negociado na faixa de US$ 20 mil há seis dias, mostram dados do CoinDesk. Para especialistas, a maior criptomoeda deve continuar nessa rota até que novos indicadores macroeconômicos deem mais pistas para guiar os investimentos.

As atenções de investidores de criptoativos e de ações se voltam nesta sexta-feira ao relatório do mercado de trabalho nos EUA, que deve trazer dados positivos sobre a geração de empregos após números mais fortes do que o esperado da atividade industrial na maior economia do mundo. Com isso, as bolsas internacionais operam com desempenho misto nesta manhã.

Se os dados de emprego confirmarem um mercado de trabalho aquecido, a aposta de economistas é a de que o banco central americano eleve a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na reunião deste mês, que acontece entre 20 e 21 de setembro.

Sob pressão de bancos centrais determinados a combater a inflação, títulos globais entraram no primeiro mercado baixista em uma geração, segundo um índice da Bloomberg.

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Investidores também têm saído em ritmo acelerado de fundos de ações globais, segundo o Bank of America, que cita dados da EPFR Global.

“Não temos muitos motivos para ser ‘bullish’ [apostar na alta] nesse tipo de ambiente nas próximas semanas e meses”, disse Meera Pandit, estrategista de mercado global da JPMorgan Asset Management, em entrevista à Bloomberg Television.

Regulação das criptomoedas

A regulação do mercado de criptoativos também está no radar de investidores. “Acho que definitivamente estamos em um purgatório de mercado por algum tempo até que coisas importantes comecem a acontecer na frente regulatória”, disse ao CoinDesk Greg Johnson, cofundador e CEO da Rubicon Crypto.

No Brasil, com as eleições presidenciais no foco do Congresso, a indústria cripto ainda aguarda a aprovação pela Câmara do projeto de lei que regula o setor no país. Durante o evento Blockchain Rio, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) disse estar preocupado com a retirada do texto do item de segregação patrimonial, que separa ativos de clientes e corretoras, além da exigência de CNPJ quando a lei entrar em vigor, segundo o portal BeInCrypto.

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“Infelizmente, a Câmara tirou esses dois pontos, após conseguirmos colocar e convencer a assessoria do Senador Irajá [relator do projeto no Senado] da segregação, mas essa discussão está viva”, afirmou Portinho, acrescentando que preferiria um novo PL “para aumentar a participação”.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta gargalos na regulação do mercado cripto, conforme reportagem do Valor. O principal ponto de desacordo diz respeito ao parágrafo que descarta qualquer mudança no escopo da agência. Ao Valor, a CVM admitiu que o texto precisa de ajustes e que o tema está sendo conduzido pelo diretor João Accioly, ex-assessor do ministro Paulo Guedes que ajudou a escrever a MP da Liberdade Econômica.

Na quinta-feira (1), o Comitê de Criptomoedas e Blockchain da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) divulgou nota pedindo urgência para a votação do projeto de lei nº 4401/2021.

Além do ambiente macroeconômico desafiador, a demora na aprovação de um marco regulatório também afeta players no Brasil. Na quinta-feira, a 2TM, holding que controla o MB, anunciou a demissão de 15% dos funcionários.

Em entrevista ao Valor, Roberto Dagnoni, CEO da 2TM, disse que o grupo esperava que o avanço da regulação ajudasse a estimular as negociações de criptoativos no país.

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“Esperávamos uma evolução relevante do ambiente regulatório brasileiro. Nos estruturamos muito para ser uma empresa totalmente regulada e agora vemos o PL Cripto sendo postergado. É uma pena, porque vemos todos esses casos de pirâmide, garimpo ilegal, PCC, sempre com operações feitas por players não regulados, que não estão pagando impostos, não têm CNPJ aqui e não declaram nada para a Receita Federal. É uma competição bastante injusta para quem faz tudo certinho.”

Com o aumento dos golpes e esquemas de pirâmide, a CVM vai apertar o cerco contra influenciadores de investimentos nas redes sociais, de acordo com o Estadão. A agência solicitou dados de contas de dezenas de “influencers” da Fintwit, comunidade do mercado financeiro no Twitter.

E por falar em influencers financeiros, reportagem do Portal do Bitcoin revela quem é Andrew Tate, o ex-lutador de kickboxing que se promove com polêmicas e tem 12 bilhões de visualizações no TikTok.

Destaques das criptomoedas

A GreenPlat, que atende mais de 3 mil empresas no Brasil usando blockchain para rastrear a cadeia produtiva, expandiu seus serviços para a gestão hídrica brasileira com a Plataforma Azul, a primeira do gênero no país, conforme a Exame.

Em entrevista ao Valor, o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, afirmou que o blockchain e os criptoativos não são um modismo, são uma “tecnologia que veio para ficar”. “Estamos monitorando a área de ativos digitais, usando com base essa tecnologia para um mundo cada vez mais tokenizável”, disse o executivo.

A plataforma de empréstimos cripto Celsius, em processo de recuperação judicial, registrou na quinta-feira (1), no Tribunal de Falências de Nova York, EUA, pedido de autorização de devolução de fundos de clientes que se encontram sob custódia na plataforma.

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Ian e Dylan Macalinaoque usaram várias identidades secretas para aumentar o valor de um projeto de finanças descentralizadas na rede Solana, “não são mais afiliados” à empresa de venture capital Protagonist VC, disse a companhia fundada por eles em comunicado divulgado pelo CoinDesk,

Regulação e CBDCs

A equipe do Fundo Monetário Internacional recomendou na quinta-feira (1) uma plataforma global para pagamentos transfronteiriços e reiterou pedidos para regular o setor de criptoativos, que autoridades dizem ser instável, ineficiente e repleto de fraudes, conforme relatório publicado pelo InfoMoney CoinDesk.

O texto para o marco regulatório do mercado de criptoativos da União Europeia, conhecido pela sigla MiCA, pode estar pronto dentro de seis semanas, disse o parlamentar Stefan Berger na quinta-feira (1).

Nos EUA, reguladores fazem uma consulta para que fundos privados relatem sua exposição a criptoativos, informou o The Block. Em 1º de setembro, a SEC, a CVM dos EUA, e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities solicitaram comentários sobre as alterações propostas ao chamado Formulário PF.

Cibersegurança

Promotores federais dos EUA pediram que a Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, fornecesse extensos registros internos sobre procedimentos de combate à lavagem de dinheiro, além de mensagens de seu fundador e CEO, Changpeng “CZ” Zhao, revela reportagem da Reuters.

E a nova política da Binance sobre operações de derivativos para usuários brasileiros pode resultar em contas e saques travados. A análise foi feita pela contadora Ana Paula Rabello, especialista em criptoativos, em vídeo no seu canal “Declarando Bitcoin”.

Metaverso, Games e NFTs

O Rock in Rio, que começa nesta sexta-feira (2) após ser adiado em um ano por causa da pandemia, está com os ingressos esgotados. Além da transmissão na TV, novas experiências em 5G, NFT e metaverso, esta última desenvolvida com a Coca-Cola, fazem parte das estratégias deste ano, de acordo com o Valor.

A corretora Crypto.com desistiu de um enorme acordo de patrocínio com a Champions League “nos 45 do segundo tempo”, segundo informações do portal SportBusiness. O acordo com a liga de futebol europeu teria duração de cinco temporadas e custaria à exchange de criptomoedas cerca de 100 milhões de euros por temporada.

A startup Snap, que anunciou redução de 20% da força de trabalho, disse que projetos com foco na web3 já não são prioridade, informou a Bloomberg. A empresa decidiu cortar gastos em todos os projetos que não contribuam diretamente com as estratégias-chave da empresa: crescimento da comunidade, da receita e realidade aumentada.

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