Cláudio Barbosa, um dos criadores da pirâmide Trust Investing
Cláudio Barbosa, um dos criadores da pirâmide Trust Investing (Foto: Reprodução)

Cláudio Barbosa, líder da pirâmide financeira Trust Investing preso em maio deste ano após estar foragido das autoridades brasileiras desde 2022, teve um pedido de liberdade provisória atendido pela Justiça na sexta-feira (2).

Com isso, o suspeito de aplicar um golpe de R$ 4 bilhões em milhares de brasileiros por meio de um esquema fraudulento de criptomoedas, ficou menos de três meses na prisão. A decisão partiu da juíza Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS), apesar de o Ministério Público Federal ter se manifestado contra a liberdade.

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Barbosa estava preso desde 29 de maio na Penitenciária de Florianópolis (SC) e participou da audiência de ontem por vídeo. 

No início, a juíza contextualizou que Barbosa foi preso em maio para cumprir um mandado de prisão de outubro de 2022, quando a polícia federal realizou a operação La Casa de Papel. A ação derrubou a pirâmide financeira da Trust Investing e, com exceção de Barbosa, que fugiu, prendeu os outros fundadores do esquema: Fabiano Lorite de Lima, Diego Chaves e Diorge Chaves. 

Patrick Abrahão, influenciador e marido da cantora Perlla que se apresentava como “número um” da Trust Investing, e seu pai, o pastor Ivonélio Abrahão, também foram presos na época pelo envolvimento no esquema. Todos eles também ganharam liberdade provisória em agosto de 2023.

A juíza reconheceu que, no momento da prisão de Barbosa em maio, havia “robustos indícios de materialidade e autoria” dos crimes de que ele é acusado. 

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Porém, com a realização do interrogatório e a finalização da coleta probatória, a juíza interpretou que já não havia necessidade de assegurar a instrução processual por meio de uma medida tão extrema quanto a prisão preventiva.

“Encerrada a audiência de instrução, a defesa realizou pedido de liberdade, tendo em vista já haverem cessados os motivos ensejadores da prisão, fundamentada em decisão que colocou os outros réus em liberdade. Em decisão justa pelo Juízo responsável, foi acatado o pedido da defesa para que Cláudio Barbosa possa responder em liberdade durante o processo”, disse ao Portal do Bitcoin a advogada de defesa de Barbosa, Talesca Campara de Souza.

Na decisão, a juíza disse entender que a “manutenção da prisão preventiva, para além da presente fase processual, afigura-se desproporcional, restando os riscos à ordem pública, econômica e social, bem como a necessidade de garantir a aplicação da lei penal – que permanecem presentes, – suficientemente garantidos por medidas cautelares de menor gravidade”.

As medidas cautelares impostas a Cláudio Barbosa foram: comparecimento mensal e presencial no Juízo de seu domicílio para informar e justificar suas atividades; proibição de deixar o país sem autorização legal e entrega do passaporte; e proibição de mudança de residência ou de ausentar-se da Comarca de sua residência por mais de oito dias sem permissão. 

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O golpe da Trust Investing

A Trust Investing era uma pirâmide financeira que dizia ter 1,3 milhão de clientes em mais de 80 países, prometendo lucros de 300% ao ano através do suposto investimento em Bitcoin. Todo o esquema, no entanto, não passava de uma fraude. Quando a empresa não conseguiu mais alimentar a pirâmide com o capital de novos entrantes, deixou de pagar os investidores, alegando ter sido vítima de um ataque hacker.

Um ano após a suspensão dos saques, a polícia federal realizou uma operação para prender os líderes do esquema – embora hoje todos estejam soltos. O prejuízo deixado por eles aos investidores é estimado em R$ 4,1 bilhões, captados desde o início das operações da empresa em 2019.

Conforme descrito pela próprio Justiça brasileira, a Trust Investing representava uma “organização criminosa dedicada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, estelionato e lavagem de dinheiro, especializada na captação de recursos financeiros de terceiros, a pretexto de gerir os respectivos investimentos, induzindo e mantendo em erro os investidores sobre a natureza dos negócios desenvolvidos, ao prometer-lhes lucros extraordinários e impraticáveis, que na verdade beneficiaram apenas os líderes do topo, constituindo-se típico esquema de pirâmide financeira”.

Conforme descobriu o Portal do Bitcoin, Cláudio Barbosa, que era diretor de tecnologia da Trust Investing, já fez negócios com Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin” por trás da pirâmide financeira da GAS Consultoria

Cláudio e Glaison transacionaram cerca de R$ 233 mil entre si em 2020. O motivo dessa movimentação, no entanto, segue um mistério para as autoridades. 

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Documentos obtidos pela reportagem revelaram que a movimentação entre os piramideiros aconteceu por intermediação da empresa Blockskip, criada por André Horta, o mesmo fundador da exchange brasileira BitcoinToYou, que em abril deste ano sumiu do mapa e travou os saques dos clientes.

Essa não foi a primeira vez que as histórias da Trust Investing e da GAS Consultoria se cruzam. Durante a investigação sobre os crimes cometidos por Glaidson, a Polícia Federal descobriu que ele teria encomendado a morte de Patrick Abrahão, um dos principais líderes da Trust Investing que acabou preso na operação La Casa de Papel.

Glaidson via Patrick Abrahão como um “concorrente”, uma vez que ambos captavam investidores para seus esquemas de pirâmides no Rio de Janeiro. Para se proteger, Patrick chegou a deixar temporariamente o Brasil junto com a sua esposa, a cantora Perlla, em dezembro de 2021.

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