Imagem da matéria: Javier Milei é acusado de fraude por promover a criptomoeda LIBRA
Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: Shutterstock)

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta acusações de fraude por promover a criptomoeda LIBRA, que atingiu um valor de mercado superior a US$ 4 bilhões minutos após seu lançamento na sexta-feira (14), antes de desabar espetacularmente poucas horas depois.

As acusações, apresentadas no domingo (16) em um tribunal criminal argentino, foram movidas por advogados e opositores políticos de Milei, incluindo o ex-presidente do Banco Central da Argentina, Claudio Lozano, de acordo com a Associated Press.

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A denúncia alega que a equipe por trás da criptomoeda LIBRA — uma empresa de investimentos em cripto conhecida como Kelsier Ventures e seu CEO, Hayden Davis — cometeu “um número indeterminado de fraudes” com o envolvimento de Milei.

“Dentro dessa associação ilícita, foi cometido o crime de fraude, no qual as ações do presidente foram essenciais”, disse Jonatan Baldiviezo, advogado e um dos denunciantes, à AP.

Milei inicialmente promoveu o token LIBRA em sua conta no X na noite de sexta-feira, junto com um link para o site do projeto Viva La Libertad. “Este projeto privado será dedicado a incentivar o crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e startups argentinas”, disse Milei em uma postagem que foi posteriormente apagada.

A publicação do presidente argentino gerou grande impacto na indústria cripto, lembrando o surpreendente lançamento de uma memecoin pelo presidente dos EUA, Donald Trump, dias antes de ele assumir o cargo. Enquanto traders e observadores tentavam determinar a legitimidade do projeto e da postagem de Milei, a incerteza tomou conta do mercado.

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Empresas de análise de cripto, como Bubblemaps e Chainalysis, levantaram alertas logo após o lançamento do LIBRA, apontando vários indícios suspeitos no projeto. Em particular, a Bubblemaps revelou que 82% do suprimento do token LIBRA estava concentrado em um único grupo de carteiras, o que indicava que uma única pessoa — ou um grupo de indivíduos associados — controlava a maior parte da oferta.

Com o aumento das preocupações, traders começaram a vender suas posições, levando o token a uma queda de 89% em valor. A Bubblemaps afirmou que a equipe por trás do projeto “sacou” cerca de US$ 87 milhões em USDC e SOL, o token nativo da rede Solana, removendo a liquidez dos pools que sustentavam o ativo.

Então, enquanto o LIBRA desmoronava, o presidente Milei apagou sua postagem original e publicou outra mensagem se desvinculando do projeto.

“Há algumas horas, fiz um tweet, como fiz inúmeras vezes antes, apoiando um suposto empreendimento privado com o qual obviamente não tenho nenhuma conexão”, escreveu ele. “Eu não fui informado dos detalhes do projeto e, depois de conhecê-los, decidi não continuar promovendo-o (por isso apaguei o tweet).” Logo depois, o token sofreu uma queda ainda maior, perdendo mais de 96% do seu valor desde o pico.

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O pedido de desculpas não foi suficiente para satisfazer o grupo de advogados que agora busca responsabilizar Milei por suas ações. Um tribunal argentino deve designar um juiz para o caso ou encaminhá-lo a um promotor nesta segunda-feira (17), informou a AP.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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