O processo de liquidação do fundo Three Arrow Capital (ou 3AC, na sigla em inglês) sofreu uma nova reviravolta nesta sexta-feira (15).
A Teneo, liquidadora escolhida por um tribunal para o fundo de hedge cripto, contratou um novo escritório de advocacia em Singapura, o WongPartnership, para convencer o Supremo Tribunal do país a reconhecer a ordem de liquidação emitida ao 3AC em junho pelas Ilhas Virgens Britânicas (ou BVI), de acordo com o jornal local The Straits Times.
Caso o pedido da Teneo seja atendido, os liquidadores poderão dar continuidade ao processo de liquidação do 3AC na cidade-Estado onde nasceu o fundo de hedge.
Além disso, a Teneo também poderá emitir intimações aos cofundadores do 3AC, Su Zhu e Kyle Davies, que estão desaparecidos desde a semana passada.
Caso o Supremo Tribunal coopere, a Teneo estará em uma posição melhor para garantir a segurança dos ativos do 3AC e atender às obrigações de recuperação judicial da empresa a seus diversos credores.
Os advogados do WongPartnership também podem alegar que o colapso do 3AC foi resultante da má administração por parte de Zhu e Davis.
Caso as autoridades concordem, isso agilizaá o confisco dos ativos. A Teneo ainda não respondeu aos questionamentos do Decrypt sobre o assunto.
A insolvência do Three Arrows Capital
Os rumores da insolvência do 3AC começaram a surgir em junho quando a corretora cripto Voyager Digital enviou um alerta de inadimplência ao fundo de hedge por não ter pago sua dívida de US$ 673 milhões por empréstimos de 15.250 BTC e de US$ 350 milhões em USDC.
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No fim de junho, o fundo cripto foi obrigado a liquidar por um tribunal nas Ilhas Virgens Britânicas e a empresa de consultoria de gestão Teneo foi escolhida para auxiliar no processo de insolvência.
O 3AC entrou com um pedido de falência do tipo “Chapter 15” (processo que envolve credores e devedores que não estão no mesmo país) no início de julho — uma iniciativa calculada para proteger os ativos americanos do fundo enquanto a liquidação acontece nas Ilhas Virgens Britânicas.
A Autoridade Monetária de Singapura (ou MAS) colocou mais lenha na fogueira após emitir um alerta de que o 3AC havia fornecido “informações falsas”.
O fundo cripto — antes o queridinho durante o último ciclo de alta — supostamente criou uma entidade nas Ilhas Virgens Britânicas e, de acordo com a MAS, “substituiu a gestão de seu fundo para uma entidade não relacionada no exterior”.
No entanto, a reguladora disse que “essa representação foi falsa”, pois Su Zhu, um dos fundadores, também era um shareholder dessa entidade com sede na região BVI.
A MAS também repreendeu o 3AC por falhar em notificar as autoridades sobre “mudanças na diretoria e participações de seus diretores [no capital social]”, além de exceder o limite permissível de ativos sob gestão (ou AUM) de US$ 250 milhões de ativos sob gestão (ou AUM) da empresa entre julho de 2020 e setembro de 2020, bem como entre novembro de 2020 e agosto de 2021.
Além do paradeiro desconhecido de ambos os fundadores, quando a Teneo visitou o escritório da empresa em Singapura, tudo o que encontrou foi uma porta trancada e uma pilha de cartas antigas.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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