Os ETFs de Bitcoin — fundos de índice negociados em bolsa — concentraram quase todo o fluxo de entrada em fundos de criptomoedas na última semana, totalizando US$ 867 milhões (R$ 4,9 bi) dos US$ 882 milhões registrados em aportes líquidos, de acordo com a gestora de ativos digitais CoinShares.
Nesta segunda-feira (12), o Bitcoin está sendo negociado a US$ 104.167 — praticamente estável em relação ao dia anterior. No entanto, o BTC acumulou alta de 10% na última semana e subiu 25,1% em relação ao mês anterior, segundo dados do CoinGecko.
“Acreditamos que o forte aumento tanto nos preços quanto nas entradas de capital é impulsionado por uma combinação de fatores: alta global na oferta monetária M2, riscos de estagflação nos EUA e vários estados americanos aprovando o Bitcoin como ativo estratégico de reserva”, escreveu James Butterfill, chefe de pesquisa da empresa europeia.
A oferta monetária M2 é uma métrica usada no setor financeiro para se referir a recursos líquidos, embora menos acessíveis do que o dinheiro em espécie ou em conta corrente. Ela inclui, por exemplo, contas poupança, fundos mútuos de mercado monetário de varejo e depósitos com prazo fixo, como os certificados de depósito.
Essa métrica é acompanhada de perto por economistas e pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA) para avaliar quanto dinheiro as pessoas têm disponível para gastar ou investir. De forma geral, a M2 está em trajetória de alta desde o segundo semestre de 2023.
Butterfill também destacou que os ETFs de Bitcoin listados nos EUA acumularam US$ 62,9 bilhões em entradas líquidas desde seu lançamento em janeiro de 2024 — superando o recorde anterior de US$ 61,6 bilhões registrado no início de fevereiro.
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Sui capta mais que Ethereum
Embora o BTC tenha liderado os fluxos de capital em fundos na última semana, ele não foi o único ativo em evidência. O relatório semanal da CoinShares observou que, apesar da alta de 40% no preço do Ethereum no mesmo período, os investidores institucionais não destinaram grandes quantias a fundos do ativo.
“No caso dos ETFs de Ethereum, as entradas foram relativamente modestas, somando apenas US$ 1,5 milhão na semana passada”, escreveu Butterfill. Ele acrescentou que o Sui superou com facilidade esse desempenho, atraindo US$ 11,7 milhões em entradas líquidas. Já os fundos da Solana registraram saídas de US$ 3,4 milhões.
Atualmente, todos os ETFs de SUI são oferecidos por emissores fora dos EUA. Mas isso não significa que faltam tentativas. A Canary Capital entrou com pedido para lançar seus ETFs de SUI em março. Em seguida, a 21Shares também entrou na disputa há menos de duas semanas — embora ainda sem avanços concretos.
A agora mais favorável Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) tem atualmente uma fila de pelo menos 70 ETFs de criptomoedas pendentes de aprovação. O regulador autorizou seu mais recente ETF cripto em julho de 2024, quando permitiu a listagem de ETFs de Ethereum nas bolsas de valores.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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